Minhas duas vidas

Antes de tudo, vamos conhecer a turma

Me chamo Clarissa Singer Ferreira e meu apelido é Clare, tenho 15 anos e moro no interior de São Paulo, em São Bernardo dos Campos, com minha mãe, dona Samantha Singer, meu padrasto, Edward Wilson e minha irmã postiça, Leticia Wilson. Entenda, minha mãe se casou com o pai de Leticia quando eu ainda era pequena, nós duas fazíamos ballet na mesma escola, claro que eu possuía bolsa, diferente da Lety, seu apelido é esse. Lety é dois anos mais nova que eu, mas mais responsável também. Mas voltando ao assunto, fazíamos ballet na mesma escola, meu pai havia deixado minha mãe tinha uns 3 anos já e as vezes aparecia para "me dar atenção", eu tinha 6 anos na época, acontece né. Enfim, um dia após minha aula, Lety parecia triste e minha mãe foi lhe dar atenção, foi amor a primeira vista e juro para vocês, eu não tive ciúmes, bom só um pouco ta, mas elas se amaram e dali em diante minha mãe passou a conversar com ela todos os dias após a aula de ballet e o pai da Lety passou a ver o quanto as duas eram ligadas e a querer conhecer a única mulher que tocou sua filha, se tornar seu amigo, para deixar Lety mais perto de uma "mãe postiça", pois a mãe da Lety morreu um ano após dar a luz. Com o tempo a amizade dos dois cresceu e passou a ser algo a mais, Edward se apaixonou e se mostrou apaixonado, com isso lutou pelo amor de minha mãe que não se sentia preparada para um novo relacionamento, mas ele a conquistou, sem desistir, ele a conquistou e hoje fazem quase dez anos juntos, meu padrasto se tornou meu pai e somos uma família.

Meu pai Ed nasceu no Brasil, mas foi morar nos Estados Unidos ainda muito novo, ele se tornou um homem bem sucedido, tinha sua empresa de tecnologias e seu hobbie pelas artes, ele passou esse amor para mim, sou excelente em todo tipo de tecnologia e já o ajudei em muitas de suas pesquisas, mas minha vida esta nas artes, na música, na dança, no meu ballet, meu piano e violino. Estou hoje concorrendo uma vaga na Juilliard School, serei uma grande bailarina um dia. E foi o amor ao ballet e a dança que me uniu a Larissa Dess ou apenas Cissa, minha melhor amigo e sobrinha do meu primeiro amor adolescente, já chegaremos la. Cissa é uma jovem também de 15 anos, negra, dos cabelos encaracolados, para mim ela é perfeita, ela é filha adotiva de Cristian e Juliana Dess, um casal que decidiu por espontaneidade adotar uma jovenzinha de 8 anos ao visitar um orfanato e desde então nunca mais nos separamos. Cristian e Juliana são meus tios postiços, pois Cristian é o melhor amigo do meu pai Ed, então já pode imaginar que não vivemos separadas desde que ela surgiu em minha vida, mas também sempre convive com ele... O meu primeiro amor, o irmão mais novo de Cristian, como Cissa o chamava, tio Jake, lógico que não o chamava assim, eu o chamava de Crushke, uma brincadeira com a palavra crsuh e as ultimas letras do nome dele, ele até que gostou, pois sempre ria, é eu sempre fui caidíssima por ele e eu não escondia isso, com ele não, talvez porque sabia que nunca me daria uma chance, sempre me dizia que eu era nova demais, ele era e é três anos mais velho que eu e sempre me descartava e eu havia desistido dele, bom ate o ano novo de 2007, mas já chegaremos lá novamente.

Eu estudava em uma escola pública, pois odeie a particular, Lety por outro lado so vivia na escola de "riquinhos", nada contra, mas sei la sabe. Então, nessa minha escola, eu tinha muitos colegas, conversava com todo mundo, participava de todos os grupinhos, mas o principal consistia em relação as meninas em Débora Cruz, Michele Dias, Vitória Silva, Caroline Moreira e Marcela Perez e o Caio Vitório, com o tempo mais um integrante surgiu, o Gustavo Seixas, mas falaremos dele depois. Todos eram grandes amigos, mas não confiava para contar sobre minha vida, sabiam só o que eu desejava que soubessem, não visitavam minha casa mais que o necessário, sabiam que eu tinha uma vida confortável e apenas isso. Não achava legal me gabar por ter dinheiro ou ser muito inteligente, esses eram segredos meus, não por me sentir mal, mas por que gostava dessa particularidade ser somente minha, bom na verdade Caio era o único que sabia que eu dançava, pois também era parte de um grupo de dança, diferente do meu, mas já participamos de apresentações no mesmo dia, já tínhamos uma ligação coma dança e quando no ano anterior, em 2006 em que eu entrei na Escola Estadual Jefferson Elitar e ele estava na minha sala, nos tornamos muito próximos, pois ele também guardava sua dança dos nossos colegas, se tornando assim meu melhor amigo colegial e acredite nunca mais nos separamos, exceto leves problemas de distancia, mas entenderam ao final do meu conto.

Agora que apresentei minha turma, vamos começar a falar sobre o ano novo de 2007, o ano em que passei a me tornar verdadeiramente uma adolescente cheia de hormônios para liberar, o ano onde ganhei meu primeiro beijo, meu primeiro coração quebrado, onde tudo aconteceu em um resumo absurdo de histórias.