A garota do fim do corredor
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Samantha
Eu estava terminando de preparar o almoço, quando ouvi vozes vindo do quarto de minha irmãzinha, eu sabia que não seria nada de mais, pois ela sofre de esquizofrenia, mas resolvi ir olhar, ao chegar lá vi que ela estava apenas brincando com seu ursinho de pelúcia.
--Com quem você está falando Sammy? -- Perguntei meio apreensiva.
--Com o Teddy Sam.-- Ela respondeu mostrando um sorriso em seu rosto, me virei e voltei para a cozinha.
Sammy
Minha irmã saiu andando de meu quarto meio apreensiva, parecia se preocupar com algo.
--Sammy? -- ouvi Teddy me chamar, me retirando de meus devaneios.
--Sim Teddy? -- falei me virando pra ele, o encarando nos olhos.
--A menina do fim do corredor... -- ele não terminou a frase, parecia que eu tentasse descobrir, logo assimilei o que ele queria dizer.
--Ah, sim... Acha que deveríamos chamar ela pra brincar?-- Perguntei pegando minha xícara de porcelana e bebendo um pouco do chá que havia ali.
--Não confio nela... -- falou apertando os olhos.
-- Oh Teddy, deixe de ser bobo! Ela parece ser legal!-- Olhei para a menina que permanecia no fim do corredor, com um longo vestido branco que ia até seus joelhos e estava um pouco encardido, cabelos negros e longos que cobriam metade de seu rosto e seus pés descalços.
-- Você tem certeza Sammy?-- Teddy me perguntou parecendo meio apreensivo, como se soubesse de algo que eu não sabia, neste momento comecei a me preocupar, porém resolvi ignorar, coitadinha da menina, ela parecia não ter amigos.
--Tenho Teddy!-- Afirmei e me virei para a menina.-- Vem brincar comigo!-- Completei sorrindo.
A menina continuou olhando fixamente pra mim, sem nem ao menos se mexer ou me dar uma resposta, até que ela começou a caminhar em nossa direção, o que fez com que aparecesse um sorriso imediato em meu rosto. Percebi que ela carregava em uma de suas mãos um urso de pelúcia, ele parecia bastante com o Teddy.
Teddy
Conforme a menina foi se aproximando, fui percebendo o ar ficar cada vez mais pesado e o sorriso da Sammy aumentando em seu rosto, quando a tal garota estava prestes a chegar no quarto a Samantha apareceu e a garota sumiu.
--Vem comer Sammy!
--Posso levar o Teddy comigo?
--Pode!
-- Oba!!-- Ela me pegou nos braços e saiu saltitando, o que automaticamente fez com que eu me sentisse enjoado, mas feliz ao mesmo tempo por saber que a menina havia desaparecido.
--Sammy! Não pule perto das escadas! Você pode se machucar! -- Samantha a repreendeu fazendo com que Sammy pare de pular e andar calmamente.
Pude ver por cima dos ombros de Sammy que a menina reapareceu, em seu rosto pálido havia um sorriso assustador, e suas roupas estavam manchadas com sangue, o ursinho que antes se encontrava em sua mão fora substituído por uma faca afiada e ensanguentada, ela colocou o dedo indicacor em frente a seus lábios que ainda mostravam o mesmo sorriso, e novamente sumiu.
Sammy
Teddy tremia em meus braços, ele parecia ter medo de algo.
--Aconteceu alguma coisa Teddy? -- perguntei parando de andar e o colocando a minha frente, eu via em seus olhos um sentimento comum, o medo.
--Não é nada Sammy!! -- Teddy mentia muito mal, mas decidi ignorar.
--Certo então... -- falei o abraçando novamente e aindo em direção a cozinha, de onde um cheiro delicioso vinha.
Quando eu ia descer as escadas senti uma leve tontura, logo minha visão borrou me fazendo cair sentada no primeiro degrau da escada. Sam veio ver o que aconteceu e estendeu-me a mão para eu segurar, e eu o fiz. Senti a presença de alguém atrás de mim, quando olhei não vi nada, isso era estranho...
Sam me pegou no colo e continuamos a descer as escadas eu estava abraçada com a minha irmã e olhando para trás pra me certificar de que realmente não havia nada ali, assim que cheguei na cozinha e me sentei a mesa, nesse momento a caminha tocou, era o Lucas, melhor amigo da minha irmã, peguei o Teddy e sai correndo até o portão, na esperança de encontra o Gabriel, irmão do Lucas, ele tem a minha idade e eu adoro brincar com ele.
Entramos novamente em casa, o Lucas começou a mostrar pra gente uma arma que ele havia achado no porão da casa dele.
-- Essa arma era usada antigamente para matar seres sobrenaturais, e meu pai tinha uma caixa de balas para essa arma. --Ele explicou.
-- Por que tinha? Não tem mais?-- Perguntei.
-- É que o meu pai deu pro Lucas, então não são mais dele!-- Gabriel me explicou com a sua voz docê! Eu apertei um pouco Teddy em meus braços, trazendo sua cabeça perto de meu queixo.
-- Ah, que incrível! -- falei sorrindo de uma maneira doce.
--Sim! -- sorriu da mesma maneira, ele não me achava louca igual as outras crianças por eu falar com Teddy, ele achava isso bem legal -- Você quer brincar? -- abri mais ainda meu sorriso.
--Claro! -- respondeu alegre.
Estavamos brincando na sala de estar quando um enorme estrondo soou no andar de cima, parecia algo caindo, logo ouvi um sussurro dizendo meu nome de maneira assustadora.
-- Sammy... Você quer brincar? -- no topo da escada estava a menina do fim do corredor... Mas ela estava diferente... Mais assustadora...
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Você Quer Brincar Sammy?
ParanormalSammy Walker, uma menina de apenas 6 anos sofre de esquizofrenia, e pode ver coisas que mais ninguém pode ver. Muitos acham que tudo passa apenas de uma ilusão causada por sua doença. Até todos começarem a sofrer as conseqüências deste ato ignoran...