Stalker ✧ H.S #Wattys2016

Prólogo

Corria e corria sem parar, não o podia fazer, tinha que fugir dele . Corria por aquela escuridão imensa, por aquele corredor sem fim, fugindo de algo ou alguém, mesmo não sabendo bem porquê. Não conseguia parar, as minhas pernas pareciam que se moviam sozinhas, quando chegaria o fim daquilo? O calor que havia era imenso, era sufocante...E aquele silêncio? Aquele silêncio era de cortar a respiração.

Olhei em volta numa tentativa desesperada de ver uma saída, alguma luz, alguma esperança que me tirasse para fora daquele universo paralelo. Foi aí que percebi que ele não estava atrás de mim, ele estava mesmo à minha frente, não o conseguia ver mas sentia a presença dele.

" Deixa-me em paz! "

Tentei gritar mas não consegui, parecia que o grito me tinha ficado preso na garganta, acabando por me sair num murmúrio estrangulado. Finalmente tinha conseguido parar de correr, estava com a respiração ofegante, a pulsação acelerada, as lágrimas escorriam-me pelo rosto.

Recuei um passo, dois, três, nada mais. Algo me impedia de voltar atrás, eu só queria correr, queria voltar a fugir dele. Senti-o a avançar na minha direção, cada vez que eu tinha recuado, ele tinha avançado. Agora eu não podia fugir, estava presa, eu tinha-me encurralado naquela armadilha.  Perguntava-me se ele já teria previsto isto, será que ele já planeava que eu viesse ao encontro dele? Quem era ele, afinal?

Senti a sua mão sobre o meu ombro que desceu até ao meu peito, parando exatamente no local do meu coração. A minha mente foi invadida por diversas imagens, gritos desesperados ecoavam na minha cabeça, sentia-me cada vez mais sem forças. A sua mão era gelada, e não era um frio vulgar, era um frio gélido como a neve, tão frio que queimava. Senti o meu corpo a estremecer a medida que ele exercia força sobre o meu peito, um arrepio percorreu todo o meu corpo no momento em que senti as minhas lágrimas secarem. Entreabri os meus lábios, como numa tentativa de dizer algo, mas as palavras não saíram. O meu corpo desfaleceu e caí direita no chão, sentia-me sem vida, completamente vazia, era como se ele me tivesse roubado a alma de dentro de mim.

Acordei.