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- S- sebastian, é errado. Não deveriamos fazer isso. - Eu estava preocupada caso alguém descobrisse o que estamos fazendo.

- Não se preocupe, ninguém saberá. E se souber, o importante é estarmos juntos. - Nunca tinha visto essa expressão no rosto dele, era serena. Sem aquele sorriso falso dele, queria ver mais. Queria ver mais esse sorriso. - Saki... Saki Mitsushi.

Saki Mitsushi!

- Sebastian! E- eu te amo!

- Do que você está falando, menina? - Fiz merda. Muita merda.

- P- professora?!

- Não, o Papai Noel! Agora preste atenção na aula, estou cansada de ouvir gemidos sobre um tal "Sebastian".

Senti meu rosto esquentar ainda mais ao ouvir a sala inteira rir de mim. Dei um sorriso sem- graça, e voltei a atenção na aula.

- Agora, já que não temos mais interrupções, preciso que formem duplas. Mas como eu sou um amorzinho, vocês vão tirar na sorte.

A sala inteira reclamou, menos eu. Não fazia tanta diferença. Eu sempre fui a última a ser escolhida, mas eu conversava com algumas pessoas, então não ligava com quem eu ia fazer dupla.

A ordem de escolha é pelo lugar na sala, da janela pra porta. Eu seria a sexta a sortear. Quem ia ser a última à ser escolhida agora?!

Ignorei as duplas até ser minha vez. Esfreguei minhas mãos uma na outra, e fui até a professora pegar o papelzinho que tinha o nome da pessoa que seria minha dupla.
Era metade do semestre, e minha vida escolar ia começar! Iamos fazer o trabalho juntos, virar melhores amigos, e começar a fazer tudo juntos!

- Yuki Takahashi... - Sussurrei. - Yuki Takahashi? - Olhei em volta da sala e vi uma mão levantada, sorri sem querer quando vi um garoto de pele pálida, cabelos castanhos, olhos cinzas, e de boca rosada, sentado na segunda fileira, da porta para a janela, na última carteira.

Fui para o meu lugar. O trabalho era para fazer o em casa, sobre alguma coisa que eu não tinha prestado atenção, esperava que ele soubesse do que era.

No final do dia, o sinal tocou e eu fui em direção a mesa dele com um sorriso no rosto.

- Oi! Eu sou Sak... - Fui interrompida, pela voz grossa e rouca dele.

- Saki Mitsushi. Eu sei. - Ele deu um sorriso de lado. Nosso primeiro diálogo foi arruinado com sucesso. - Estou brincando. - Disse com uma cara de deboche.

- B- bem, onde vamos fazer o trabalho, na minha casa ou na sua? - Falei evitando olhar nos olhos dele.

Ouvi ele bufar, e murmurar algo inaudível.

- Vamos na minha. - Disse por fim.

Andamos o caminho em silêncio, estava um pouco atrás reparando em cada detalhe dele.
O cabelo dele parecia ser tão macio, me dava vontade de tocá- lo. O moletom listrado, vermelho e preto, a calça jeans preta, o All Star vermelho de cano alto. A nuca dele.

Ele era muito bonito.

Eu estava tão distraída que não percebi quando ele parou de andar, acabei esbarrando nele.

FuracãoOnde histórias criam vida. Descubra agora