Capítulo 4

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Acordei 6:30. Tomei um longo banho e vesti uma calça jeans azul e uma blusa preta.

Eu iria voltar para Washington hoje. Poderia ter pensado em rever Alexis, conhecer novas pessoas, os professores. Mas não, meu primeiro pensamento foi você.
Eu ainda acreditava não sentir nada por você, mas pensar foi inevitável.

-Charlotte!

Eu conhecia aquela voz. Sim. Me virei.

-Alexis! -sorri

Ela correu para me abraçar.

-Que saudade -disse como se não nos vissemos á anos.

-Tambem -disse. E retribui o abraço.

-Vamos, temos que colocar o papo em dia. -falou me puxando.

Conversamos e então fomos para a aula. Eu esperava te ver. Eu estava me preparando psicologicamente pra isso. Mas não o vi.
Ignorei e voltei a conversar com Alexis.

A professora Montgomery havia chegado.

Ela era uma das melhores professoras de inglês da Universidade.

-Bom dia turma.
-Bom, vamos fazer algo diferente hoje.
-Vocês irão escrever sobre o seu colega, em inglês claro, algo que gosta ou admira, o que ele(a) é. Fiquem a vontade para escrever.

-Ah, e eu escolherei as duplas.

Nossa sala não tinha muitos alunos. A universidade era bem rígida e avançada. Não era todo mundo que aguentava.

Cairo e Anna
Túlio e Mason
Megan e Logan
Charlotte e Scott
Tucker e Maise
Alexis e Pietro

Eu e Scott.

que ótimo.

Scott apareceu a minha frente e sorriu. Um sorriso sínico que eu não consegui decifrar bem.

Eu não sorri. Apenas o encarei.

-Quanto tempo Charlie. -disse olhando para seu caderno.

-É Charlotte. -respondi seca.

-Certo, Charlotte -ironizou meu nome em sua voz.

-Vamos logo com isso. O que eu posso escrever?

-Arrogante, metido, imbecil? -disse

-Lindo, inteligente e irresistível -falou com um sorriso malicioso.

concordo.

-Não mesmo -respondi

Discutimos e então entregamos para a professora.

Saímos em direções opostas.

Alexis terminou logo depois, fiquei esperando-a no jardim.

-E aí como foi? -perguntei

-Otimo, Pietro é muito legal. E você como foi?

Eu poderia dizer que odiei, mas ela iria querer saber o porquê e eu não queria conta-la. Não agora.

-Foi bom - menti.

Ela não ficou certa da minha resposta.
Apenas assentiu e voltamos para a sala. Era a última aula e passou bem rápido.

Eu havia perdido o ônibus.

ótimo.

Tive que ir a pé.

E começou a chover.

Não tem como piorar.

-Entra aí.

realmente, tem como piorar.

-Ei, não tá ouvindo? -Scott falou mais alto e buzinou repetidas vezes.

-Não preciso, obrigada. -respondi sem me dar o trabalho de olha-lo.

-Tem certeza?

-Tenho -disse certa.

Raios, trovões, relâmpagos.

Tudo começou no mesmo instante.

Scott abriu a porta e me puxou para dentro.

-Eu disse que não precisava.

-Calada aí por favor.

Quem ele era pra mandar eu calar a boca?

Bufei de raiva.

Virei e fiquei encarando o vidro.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

-Você pode me dizer aonde mora se quiser -disse quebrando o silêncio. -Ou esperar que eu a leve pra casa.
Sorriu malicioso.

Revirei o olhos.

-Casa 247. Rua Collins.

Ele sorriu e me encarou pelo retrovisor.

Seu sorriso era absurdamente lindo.

-Obrigad..

Tentei dizer, mas ele já havia acelerado e saído.

idiota.


Quem eu menos esperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora