The Solitary

cap III

•23 de julho de 2018, exatamente as sete da manhã•

Mais uma jornada acabara de começar. O dia mal começou e eu já me sentira cansado mentalmente e fisicamente. O que diabos está acontecendo? Eu sei que a vida é unica e não deve ser desperdiçada desta forma, mas você já se perguntou porque muitas pessoas se sentem assim? Simples, a vida não é um mar de rosas, todos sabemos, sim essa, a famosa frase clichê dita por muitos "tudo é só uma fase, vai passar". Sinceramente, eu já não conseguira acreditar em mais nada e em mais ninguém, essa frase é tão patética quanto minha existência.

Fico a fitar aquele teto que se formara em uma imensidão no meu quarto.

-Venha tomar café, seu lixo inútil.

-Bom dia pra você também "pai", nem sei se posso te chamar assim. -falei sarcástico-

-Cale a boca, só quem pode ter o tom de tal ironia sou eu, seu moleque mal educado.

-O que foi? vai me dar uma surra igual da última vez, seu drogado de merda.

-Por favor parem! -Katelyn chorando-

-Sai daqui. -apontei para a porta, o mesmo saiu- Está tudo bem Katelyn!

-Porque tudo tem que ser dessa forma? Depois da morte da mamãe, tudo se tornou uma zona, ele não era assim Jacob.

-Eu estou aqui, e prometi pra mamãe que cuidaria de você. 

Sejam bem vindos a minha família, sim isso mesmo, prazer sou Jacob Collins apenas mais um ser humano a habitar esse planeta, tenho 17 anos e como podemos ver, esse é o Sr.Ian Collins, meu pai. Bom, vou resumir a breve história de minha vida, toda essa merda se iniciou quando minha mãe decidiu-se casar com meu pai e eu nasci. Já faz 1 ano que minha mãe morreu em um acidente, desde então meu pai se tornou esse monstro, ele perdeu o emprego, e eu que tenho que dar um jeito de sustentar minha irmã de 14 anos, sinceramente eu não estou conseguindo. Não sou totalmente sozinho, tenho Katelyn, mas enquanto a escola, ando com um grupo de babacas que só pensam em sexo e em bebidas. Não sei oque faço em meio aqueles garotos, talvez seja para me distrair e tentar encontrar algum tipo de felicidade.

-Vamos Katelyn, está quase na hora.

-Jacob, você não vai tomar café?

-Eu compro alguma coisa depois, vamos mocinha!

-Vamos.

Deixo Katelyn na escola e vou para a minha que ficava a 3 quadras dali.

-Tchau Jacob, se cuida.

-Cuidado!

(...)

Blair

-Caramba Backer, fecha essa cortina, que merda.

-Calma mocinha.

-O que você quer?

-Conversar com você!

-Então fala! -me sentei na cama-

-Posso me sentar?

-Claro!! 

-Bom, como andam as coisas?

-Acho que andam bem...

-Enquanto a sua saúde?

-Backer, eu não sinto mais os sintomas desde os 10 anos.

-Eu sei, é que nós ficamos preocupados com você!

-Mas não precisa, eu já disse que estou bem!

-Espero. Pode ir se levantando, pois você tem escola hoje!

-Ah não! -joguei uma almofada no mesmo-

Acho que não contei a vocês, mas quando criança eu tinha problemas respiratórios, cheguei a ficar internada e todos pensavam que eu não iria sobreviver. Mas, aqui estou eu.

Mais uma jornada constante contra o tempo se iniciara hoje, decido então viver a mesma rotina de todos os dias, era isso, ou eu teria de morar de baixo da ponte se não me formasse. Se bem que tem o Backer, orgulho da família inteira, até então só ele era formado. Quem sabe algum dia eu chegue lá.

Entro naquela escola, e era como se eu me sentisse oprimida em meio aos olhares, me sentia em chamas, me perdia  em completamente tudo, era como se alguém estivesse prestes a puxar o gatilho contra mim. Eu sou estranha, prazer. Sejam bem vindos a minha dolorosa e perturbadora mente.

--------------------------------------------------------------------