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Gabriela estava deitada em sua cama, quando seu pai lhe chamou. Preocupada com o poderia ser, pois não era típico do seu pai estar em casa á essa hora, foi correndo saber do que se tratava a conversa.

- Oi pai. – disse Gabriela, dando um beijo no rosto do pai.

- Oi, minha filha.

- Está tudo bem?

- Sim, está. Eu chamei você aqui para te dar uma notícia. Creio eu que não será muito boa para você. Não foi para mim, mas eu tive que aceitar. Enfim...  Estamos passando por problemas financeiros e tivemos que fazer uns cortes... – Reginaldo fez uma pausa longa.

-Sim...?

- Uma das coisas que cortamos foi a sua faculdade.

Gabriela não esboçou reação alguma diante da notícia dada.

- Mas... Por quê?! Logo a minha faculdade? Papai?

- Filha, tente entender...

- Entender o quê? Meu Deus... Mas o que vocês cortaram? Suas festas? Suas viagens? Seus encontros no clube com seus amigos?

- Eu disse que cortamos algumas coisas. Coisas que vimos que dava para se cortar. Coisas que não apreciam serem tão importantes assim a ponto de não poder dar um jeitinho. A faculdade se enquadra nisso.

Gabriela se levanta do sofá e sai bufando do escritório de seu pai.

Cinco meses depois...

- Gabrielaaaaaaaaaa! – Maria grita do quarto.

- Já vou! – Gabriela responde.

- Qual é, hein? Você deve estar linda nesse vestido.

- Ah, não, Maria. Eu não quero ir pra essa festa. Pode ir sem mim. Pra falar a verdade, eu nem sei por que você quer tanto que eu vá. Nem fui convidada. Então...

- AAAAAAH, cala essa boca e sai logo desse banheiro. – Maria empurra a porta do banheiro com toda a sua força. Ao abrir a porta, ela para, abre um enorme sorriso e começa a bater palmas. – Noooooossa! – Gabriela estava usando um vestido preto curto tomara que caia e uma sandália da mesma cor. A sua pele branca, seus cabelos loiros e longos e o batom vermelho que ela usava, davam uma combinação perfeita.

- Ah, não. Para. Não vou. Estou muito chamativa. Tá horrível. EU ESTOU HORRÍVEL!

- Para com a bendita da graça, pelo amor de Deus!!! Você está linda. – Maria sai do banheiro e já pega sua bolsa em cima da cama.

- Tá... – Gabriela revira os olhos. – Mas, me diz aqui.. Por que mesmo eu tenho que ir?

-Por ordem alfabética? – a cara de sarcasmo de Maria fez Gabriela rir. – Você está aqui faz cinco meses e quantos amigos você tem?

- Pra quê tanto amigo? Só você está bom. De bom tamanho. Se melhorar estraga.

-Tá, concordo. Então, com quantas pessoas você já conversou aqui da faculdade? Me tira dessa.

Gabriela permaneceu em silêncio.

- Viu? Nenhum. Preciso dizer mais alguma coisa? Essa festa vai ser para você conhecer pessoas, não dá pra estudar numa faculdade pública e não ter um amigo, conhecido, alguém que você converse, pra não enlouquecer.

- Maria, não... – Gabriela tentou fazer a voz dengosa que ela fazia para pedir algo que queria muito ao seu pai quando tinha cinco anos.

- Você não tem mais cinco anos, e eu não sou seu pai. Vamos!

Mesmo contrariada, Gabriela seguiu com a sua amiga.

Coração Cromado.Onde histórias criam vida. Descubra agora