amarescente.

àquele fim

Busquei nos teus olhos
O que não encontrei em mim
O sentimento mais nobre
Um voo sem pouso
Riso sem fim.

Até óbices erguerem...
Tentei buscar uma saída
Desse amor fiz chamas arderem
Luto com minhas fraquezas
Não há escape da realidade
De nada temos certeza
Mas eu sou a verdade
Eu sou alma
Eu sou o amor
O mais puro e proibido
Inquebrável diamante ferido.

Você disse: não há o que temer!
Olhei no fundo dos seus olhos e naquilo segurei
Mal sabia eu que bastava um passo em falso
Um leve descuido
Um amar receoso
Para eu realmente conhecer
A fúria habitada dentro de você
Asqueroso, charmoso, precioso amor
Mas meu valor é maior que tudo
Ainda que ferido
Persisto, insisto, relincho
Diamante ferido
Mas jamais desvalido

Minha mente gritava, em sons uníssono
"Agarre meu braço
Venha comigo
Feche os olhos
Seja meu destino."
"Se amor é cego, nunca acerta o alvo."

Mas no fundo eu sabia, era ali!
Que tudo se separava
Que o amor, sem pena bradava: "parti!"
Lamentos e sentimento
"Amor, me desculpa. Mas não vai dar certo."
Se antes laço apertado, em nó se transformara
Nós que se transformava em mim e ti
Nosso que se tornava em meu e teu
Nós que não me deixavam dormir
Só, era o que a mim restava sentir.

Já o fim... aquele dado como definitivo
Esse que só dizia respeito a sua decisão
Que lixava meu peito como um abrasivo
Atingia-me como uma foice em corrosão
Estilhaçava-me feito um explosivo
Faço de tudo para saciar minha mente
Tudo o que eu mais queria era ter meu coração na palma de sua mão
e meu âmago aberto por ti novamente.