Contos de Outrora

Vidas

Andrew, Oliver, Susan e Jason. Os quatro moravam em uma tradicional casa no estilo americano.

Para poder explicar como eles se encontraram e o que quero passar com a história destes quatro, primeiro vou ter que lhes contar o que houve com cada um deles.

Andrew era um homem de meia idade, órfão e empregado em uma farmácia. Morando no quarto dos fundos em uma cama improvisada e para piorar, hipocondríaco. Ele não pensava muito para fazer as coisas, exceto para entregar os remédios para os clientes, neste quesito ele era formidável. Contudo, um dia, não mais aguentando seu funcionário, depois de te-lo pego fumando maconha enquanto olhava a lista dos novos remédios que estavam para chegar, o chefe de Andrew demitiu o homem e o deixou sem rumo, sem qualquer lugar para viver. E foi então que em meio às pessoas de Nova Jersey, Andrew esbarrou em Jason.

A vida de Jason era incrivelmente agitada. Apesar de ter trinta e dois anos, ele ia à academia pela manhã, vôlei à tarde e trabalho à noite. Ele trabalhava de segurança em um supermercado, que por sinal recebia muitos clientes.

Jason estava indo para mais um jogo de vôlei quando esbarrou em Andrew tentando pegar uma receita de um remédio que havia escapado de suas mãos e voava pelas ruas. Ele conseguiu furtar antes de ser expulso do antigo emprego.. e casa.

— Tome. — Jason falou assim que pegou a receita.

— Obrigado! Só me faltava essa, perder o emprego, casa e ainda por cima perder a receita do remédio que preciso.

— Por nada.

Jason continuou a andar e depois de um minuto, olhou para trás e viu o homem sentado na rua, sem saber para onde iria e o que fazer de sua vida.

— Ei, qual o seu nome?

— Eu? Você falou comigo? — Andrew falou sem entender.

— Sim. Qual o seu nome?

— Andrew, por que?

— Você disse que está sem casa não é?

— Disse, sim. — o semblante de Andrew ficou triste no mesmo instante.

— Que tal você ficar na minha casa hoje e amanhã tentar encontrar algum lugar para ficar?

— Sério? — Andrew falou desacreditado com o que acabara de ouvir.

— Sério. Mas primeiro você vai ter que esperar eu acabar minha partida de vôlei, depois vamos para a minha casa.

— Cara! Você vai me ajudar bastante!

— Certo, mas primeiro uma pergunta importante. Você é um psicopata? Eu preciso saber se estou dando abrigo para um psicopata ou não.

— Se eu fosse um psicopata, e não estou dizendo que sou, eu não iria dizer que realmente sou um psicopata, entende?

— É verdade. Vou perguntar outra coisa. Você já matou alguém?

— De susto conta?

Jason deu uma risada e enfim falou:

— Não, não conta. Venha comigo.

— Pode apostar que eu vou! — ele falou se levantando do passeio com um sorriso no rosto.

Os dois foram andando em direção ao clube em que Jason iria fazer sua partida de vôlei e então Andrew falou.

— Cara, já sinto que somos amigos.

— Não força né?

— É sério. Posso te chamar de?

— Jason.