-Amor, achas que eu estou gorda?
Perguntou-me ela, com um sorriso meio triste enquanto olhava para mim diretamente nos olhos. Nas suas mãos estava um vestido vermelho, justo e curto, era o meu presente para ela.
-Claro que não amor. Estás perfeita.
Sorri enquanto a abraçava. Aquele vestido abraçava as curvas perfeitas dela, ajustando cada recanto do seu corpo fofo como uma almofada.
-O-Okay... Obrigada...
Ela sorriu levemente mas, nunca me olhando nos olhos. A expressão linda da cara da minha namorada estava de rastos, solitária. Sempre que ela falava sobre o seu corpo, parecia irritada e triste pela sua aparência.
-Amor? Ei, olha para mim...
Peguei no rosto dela com os meus dedos e beijei a sua testa.
-Não estás a mentir, pois não...? Tipo, eu realmente não acho que este vestido me fica bem por causa do meu corpo... Queria que fosses sincero comigo...
As palavras dela cortaram-me como lâminas ao ouvir aquilo, e eu ainda não acreditava que ela tinha dito isso de si mesma.
-...Eu não mentiria sobre isso. Estás a ofender-me profundamente ao dizeres isso do teu corpo, achas mesmo que eu ia mentir sobre estares gorda? Eu não sou cego. Eu vejo muito bem e não gosto da maneira com que te tratas a ti própria.
Acabei por expressar a minha raiva num tom ameaçador, estava claramente irritado com o que ela dizera e esqueci-me do tipo de pessoa que ela era.
Ela ficou sem palavras, apenas olhando para mim com uma cara surpresa. Ela sorriu com lágrimas nos olhos e vestiu um casaco pesado por cima do vestido.
-Peço desculpa... Eu sei que sou chata e irritante... Peço por favor que não me odeies por isso, eu apenas ainda não estou habituada com...tu sabes...elogios...
Riu ela perdida em desespero. As lágrimas escorriam pelos seus olhos enquanto ela sorria para mim, enquanto apertava o casaco mais e mais para eu não ver o seu corpo.
Ela estava claramente magoada e tentava brincar com a situação como se nada fosse.
-Agora és tu que me estás a mentir... Pára com isso, tu és perfeita...
O arrependimento penetrou-me no coração e despi-lhe o casaco enquanto acariciava as suas curvas. Passava os meus dedos pelos seus cabelos sedosos e beijei-a sem fim.
Apenas queria que ela olhasse para si da mesma forma que eu a olho. Uma perfeição sem concorrência.