Dizem que não o amei.
Dizem que eu podia ter sido melhor para ele.
Todos me apontaram o dedo sem ao menos saber o que tinha realmente acontecido.
Foi por essa razão que decidi escrever esta carta, pelo menos a vocês, que são os pais dele.
Nós estivemos juntos nove anos, sim nove; quem diria não é? Mas é verdade, eu e ele namoramos durante 3 anos e meio depois da faculdade e ele pediu-me em casamento nas nossas ferias de natal.
Jimin era maravilhoso, eu sempre o amei, sempre.
Conheci-o aos meus 7 anos, tinha acabado de entrar para a escola e ele estava a tentar tirar pastilha dos cabelos pretos, era engraçado ver ele assim, mas eu sabia o quanto era irritante tirar aquilo do cabelo, afinal eu era desastrada e sempre acabava por ter algo preso ao meu cabelo.
Apesar de já ter dado o toque para a entrada eu corri para o ajudar e foi ai que começamos a falar.
Ele passou a ser o meu melhor amigo e eu era a melhor amiga dele, fizemos faculdade separados e mesmo assim nada nos impediu de fazer florescer um amor entre nós.
Estivemos casados durante cinco anos e meio. Foi no nosso segundo ano juntos que descobrimos que ele tinha cancro no fígado e isso derrotou-o no inicio.
Ele sentia-se desanimado pois nenhuma empresa o queria contratar sendo que ele poderia morrer a qualquer momento, ele tinha uma voz inigualável, era a mais suave e sensual, a mais calma e feroz; mas mesmo assim isso não foi o suficiente para que o ajudassem a seguir o seu sonho.
Durante todo esse tempo enquanto casados pensamos em ter filhos, mas ele tinha medo.
Mas num dia enquanto fomos para o hospital para fazer o tratamento vimos uma rapariga que andava a distribuir panfletos sobre um orfanato, e talvez por ele andar mais sensível ficou comovido e uma semana depois decidimos que poderíamos adotar uma criança.
Ele queria tanto um menino que acabamos por ficar com o Brad, ele tinha 5 anos e era muito querido.
Foi a luz dos nossos olhos, e continua a ser a minha vontade de viver.
Após um ano e três meses de tratamento ele estava bem, sentia-se vivo e quis tentar concorrer ao mercado de trabalho.
Foi contratado por uma empresa a BigHit.
Sentia-se finalmente realizado, e nessa altura o Brad tinha idade para entrar na escola e foi o que decidimos fazer, ele entrou para o primeiro ano o que nos deixava com mais tempo em casa para que eu pudesse seguir com a minha empresa de seguros.
O nosso pequeno era muito inteligente e muito sociável, isso enchia-nos de orgulho, principalmente a Jimin, que sempre que estava com ele parecia que voltava a ter 7 anos de novo.
A carreira do Jimin e a minha cresceram tal como Brad.
Faltavam poucos dias para fazermos cinco anos e meio de casamento, e se naquele momento eu tinha de estar ansiosa e contente, eu estava desolada.
Por conta da carreira de Jimin e das fãs que ele tinha muitas das vezes eu sofria represálias, mas naquele dia foi a ele que elas atacaram, tudo por causa de um post que ele publicou no Twitter onde explicava que durante um mês se ia ausentar para puder ficar com a família, algumas das fãs não gostaram e começaram a critica-lo e a dizer que ele deveria deixar-nos.
Ele não ligou muito a isso, mas secalhar deveria ter lido todos os comentários sobre aquela decisão, pois uma das suas fãs tentou matar-me.
A tarde daquele dia esta a ser maravilhosa, até ela aparecer no nosso quintal com uma arma apontada a mim.No momento que a disparou ele colocou-se na minha frente.
Ouvi o estrondo causado e senti o peso morto dele sobre mim, o olhar dele enfraquecido e antes que conseguisse ligar para a emergência ele já estava sem vida.
Foram anos difíceis os que vieram depois, e só comecei a reagir quando o Brad me pediu para mudar-mos de país.
Eu não fugi dos fantasmas e nunca pensei em simplesmente aproveitar o dinheiro que tinha ficado como muitos dizem por ai.
Porque eu o amo como nunca amarei ninguém.
Porque por ele e pelo Brad eu dou a vida.
Eu amei-o, amo-o e ama-lo-ei.
Com amor,
19.03.2030