Six day
Mentiria,se dissesse que não estava nervosa ou com medo. Mas eu tinha que me mostrar forte para o meu kookie,que chorava agarrado na minha maca,os enfermeiros e doutores checavam os equipamentos e os pulmões que haviam doado.
Kookie tossia e soluçava tanto,oscilando entre a felicidade e a tristeza,eu acariciava seu cabelo,tentando o passar confiança,Tentava falar com ele,consolar e o fortalecer mas,sentia meus pulmões arderem e apenas um chiado sair ao respirar tentando falar.
"K-kook" Sussurro tossindo em seguida,ele me fita negando continuamente sua cabeça.
"Não,não, f-fale" Segurou meu rosto,juntando nossas testas "Me d-desculpe,eu devia estar lhe ajudando,mas estou aqui parecendo um idiota chorando".
Seguro suas bochechas as apertando,lhe lançando um olhar que dizia 'você não é idiota',Você suspirou acenando,acaricio sua bochecha com o polegar,lhe dando um beijinho na bochecha.
Ele acena controlando as lágrimas e logo se acalmando.O doutor entra e escuto o choro de minha mãe do lado de fora .Não havia falado com meus pais sobre minha decisão,mas sei que eles concordam com o que fiz.
Eu morreria de qualquer jeito,me resta tentar..
Ainda se passava pela minha cabeça a culpa. Esses médicos vão fazer de tudo,por um corpo inútil.
Por isso coloquei em minha cabeça ao entrar na sala de cirurgia,vendo meus pais,Jungkook e os médicos.
Eu vou..eu vou conseguir,por eles!
O que eles sofreram e passaram,não vai ser em vão.
Não percebemos isso,mas existem pessoas que se alegram e dependem da nossa vida. Nem que estejamos ali só para fazer com que eles não apodreçam na tristeza,ou para lhe dar um pingo de esperança.
Eu tinha uma amiga,ela tinha depressão,nunca a revelei o meu inicio de câncer.
Ela tinha seus problemas.
Nunca a revelei os meus problemas.
Ela tinha os seus.
Eu estava ali apenas para a alegrar,fazer ela sorrir e aconselhar,as vezes estravazava os meus problemas nela,jogando em sua cara que muitos passavam coisa pior,mas logo percebi,que cada um tem o seu pior.
O que pode ser pior pra você,pode ser o mínimo para outro.
Para uma criancinha que nem sempre pode ter um pirulito,deixar um pirulito que tenha ganhado cair no chão,pode ser o motivo dela chorar e bater no único prato de comida da casa, que a mãe colocar em sua frente.
Para uma criancinha,que sempre tem tudo,menos uma boneca,quebrar a única que ela pode ganhar quebrar,é motivo dela reclamar esperneando batendo nos outros diversos brinquedos que a sua mãe venha lhe oferecer.
Tudo depende do ponto de vista.
Eu tentei a fazer alegre,tentei ser a única que a queria ver feliz,tentei a animar,tentei de tudo, porque apesar de tudo,eu dependia de seus sorrisos,dependia dela.
Ela dependia de mim,mas a sua tristeza se fez maior que a alegria que eu trazia,por isso ela se foi. Me lembro de quão mal eu fiquei,meus problemas caíram sobre meus ombros,antes somente caíam quando ela não estava e agora que ela nunca estava?
Por isso quero lutar,meu kook precisa de mim,mas acima de tudo,eu precisava dele e ele sempre esteve comigo,me consolando,esquecendo de seus problemas e focando nos meus,eu não queria que seus problemas caíssem sobre seus ombros,caso eu partisse.
Meus pais..eles mudaram tanto,a sua amizade com os pais do kook também dependia de mim,eu não sabia como eles viviam em casa,afinal faz tempo que minha casa é o hospital.
Mas não duvido nada que não fiquem sem se falar,eu vejo,a amizade entre eles também está se acabando.Eu tirei o tempo que tinham para se amar.Eu sinto todo o peso em mim.
Então quando a porta se fechou eu chorei,senti lágrimas jorrarem enquanto eles me fitavam,todos os olhares de pena,me corroendo.Mas no meio deles vi um olhar tedioso e sério,era o doutor desconhecido,ele abaixou a mascara branca que cobria sua boca,se aproximando.
"Parem de olhar para a garota assim" Resmungou e todos os olharam confusos e até indgnados "Ela vai ficar bem,tem em quem confiar,os melhores médicos do bairro estão aqui!" Balançou as sombrancelhas.
Ele tinha um tom sério e brincalhão,mas não retirava o olhar sério e tedioso