A filha do presidente

A chegada

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Eleanor, ainda em casa, tomava o pequeno-almoço enquanto ouvia o pai e os seus funcionários a darem-lhe lições de moral, logo a seguir foi arrastada por um conjunto de mulheres para um local da casa que até aquele dia lhe era desconhecido. Uma sala de moda, cheia de maquilhagem, espelhos, roupa, sapatos e assessórios, sentaram-na numa cadeira e em menos de 20 minutos, maquilharam-na, vestiram-na e amararam-lhe o cabelo, uma verdadeira loucura, como se naquele dia houvesse um evento muito importante, mas na verdade ela sabia que aquilo tudo era apenas para ir para a escola e assustava-lhe saber que a partir daquele dia não teria mais a liberdade de usar as suas roupas comuns e o seu cabelo solto e despenteado.

Rodaram-lhe a cadeira na direção do espelho e por segundos duvidou ser ela mesma, foi naquele momento que teve a certeza que a sua vida nunca mais iria ser a mesma e que os seus dias iriam passar a ser horríveis.

Primeiro porque iria ter de andar vestida ao estilo clássico;
Segundo porque iria ser perseguida e comentada por todos os jornalistas principalmente nos primeiros anos, não tendo qualquer liberdade;

E terceiro porque iria ter de fingir ser alguém que não é, para não envergonhar a sua família.

Já preparada, o motorista esperava-a na limusine.

Era o primeiro dia e ela já estava farta daquilo tudo, não queria nada de roupas e sapatos caros, acessórios de prata e ouro, cabelo colado, empregados, limusines... só queria os velhos tempos em que vivia numa casa mais simples e feliz com a sua mãe e com o seu pai, sem flashs, sem entrevistas, sem carros caros, apenas o seu velho jipe, que o seu pai conduzia enquanto lhe contava as suas histórias de infância e a sua mãe ao lado pronta para ir trabalhar, rindo com ela em couro.

Na limousine, passados 30 minutos, Eleanor observava pela janela um grande edifício cujo seu comprimento parecia não ter fim, ao alto em letras grandes lia "ELITE FAME SCHOOL" e em baixo destas uma grande porta se abria a centenas de estudantes, apercebeu-se que tinha chegado ao seu destino, a limousine parou e rapidamente o motorista abriu-lhe a porta.

Assim que saiu foi rodeada de câmaras, microfones e aquelas "pessoas irritantes", o motorista fez furo e ajudou-a a chegar à porta, despedindo-se dela.

Eleanor, bastante insegura e nervosa, seguiu uma linha reta no corredor esperando encontrar um destino, os olhares sobre ela eram muitos, assim como as emoções, opiniões e comentários desagradáveis. "Olha a filhinha do presidente" "A princesa certinha" "É mais a filhinha totó" "Que roupas mais feias" "Estilo horrível" "Cabelo falso, sem graça" "É muda, tá cheia de medo".

A verdadeira Eleanor só queria responder às bocas e recorrer a alguma violência mas a "nova"ou melhor a Eleanor que não queria desiludir a família logo no primeiro dia de aulas, preferiu seguir o corredor ignorando os comentários. Não sabia para onde ir mas felizmente o toque de entrada salvou-a daquela tensão, limitando-se a sair do corredor procurando a sua sala. 

Passado já algum tempo de procura, começava a desesperar, foi ai que Austin Hill, que já a estava a observar à algum tempo decidiu aproximar-se dela perguntando-lhe se precisava de ajuda. Eleanor aceitou, perguntando se lhe podia dizer onde ficava a sala E05 sendo guiada até à mesma.

Já no intervalo

No bar assim como em toda a escola, só se falava da chegada da filha do presidente. Entretanto no poli o grupo de rapazes mais popular da escola, ria-se da sua forma de vestir e do seu cabelo fazendo alguns comentários maldosos: