Verdades secretas

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Courtney P.O.V's 

Tudo estava tão estranho, aquela noite de lua cheia havia mudado muita coisa em minha vida. Tudo havia sido transformado. Estávamos todos na ilha Mako, por alguma razão, minhas pernas não voltavam de jeito nenhum, eu estava novamente presa ao inferno marinho. Nadei até a superfície, eles estavam comendo marshmellows, eu acenei para eles, eles acenaram de volta e Charlie se aproximou, abaixando-se para ficar mais perto de mim, então ele me deu um breve selinho e eu sorri. 

- Você está bem? 

- Estou, na medida do possível. 

falei e suspirei, revirando os olhos em seguida.

- Quer tentar de novo?

perguntou com um olhar doce.

- Ah, posso tentar, mas não acho que vai ser tão produtivo assim... 

falei desanimada e ele franziu a testa. 

- Nem me venha com essa, Courtney... Tenta logo. 

ele disse me repreendendo, logo me puxando para a areia. Eu não recusei, acabei tentando novamente, mesmo sabendo que não daria certo. É aí que eu estava enganada. Minha cauda sumiu novamente, finalmente minhas pernas voltaram, eu fiquei feliz por isso, pude ver um sorriso estampando no rosto de Charlie, então me levantei e o abracei, Andy estava encostado em uma arvore apenas observando, eu ainda queria saber o que ele queria dizer com "você ainda vai saber de muita coisa". Do que ele sabia? Por que ele estava fazendo aquele suspense? Meus pensamentos foram interrompidos por Charlie, que me encarava um tanto nervoso. 

- Courtney, toda vez que eu quero te falar algo, você está olhando pro Andrew, isso está bem cansativo.

ele disse nervoso, revirando os olhos em seguida.

- Me desculpe, é que... está acontecendo muitas coisas e não absorvi tudo ainda.

falei baixo, não sabia se deveria contar para ele sobre o que eu vi, não estava pronta. Meus pensamentos foram interrompidos por um canto, cantando a mesma música que eu sempre cantava, uma junção de vozes incrivelmente dóceis estava ecoando pela ilha, eu comecei a cantar junto, seguindo as vozes, estavam na superfície, não demorei muito para correr até o mar, nadando no mesmo, seguindo as vozes, quando encontrei, não acreditei no que vi. Fui para a superfície e então tive certeza... O meu cardume estava de volta, eu estava super feliz, não aguentei de emoção e comecei a chorar. 

- Estou feliz por ter vocês de volta...

- Também estamos feliz por voltar, você cresceu tanto!!

Verídia disse, eu ri levemente.

- Obviamente, já tem muitos anos desde que aquela tragédia aconteceu... Preciso contar algo pra você.

- Então conte.

ela disse, eu respirei fundo.

- Eu fui até a superfície, acabei conhecendo algumas pessoas e fui morar com elas, então me apaixonei. Na noite passada, eu vi uma imagem de dois bebês, uma sereia e um homem... Por que eu vi aquilo? 

perguntei nervosa

- Como assim você foi para a superfície? É perigoso.

- Verídia, não muda de assunto, não foi perigoso, eles não são humanos como você pensa, agora me diz... o que era aquela imagem? 

perguntei nervosa e ela respirou fundo, logo me olhou com um olhar triste e sombrio. 

- Um desses bebês era você. 

- O que? Aquele bebê era eu? 

- Sim, aqueles dois eram sua mãe e seu pai. 

- POR QUE EU NUNCA CONHECI ELES?

gritei irritada. 

- Foi melhor assim...

- Quem era o outro bebê, Verídia? 

- Um dia você saberá quem é, ficará chocada, indignada, talvez fique feliz por descobrir que não é uma órfã. Tudo que posso te dizer é que seu pai está vivo, preso em algum lugar. Não o procure, ele sabe de sua existência mas não quer saber de você.

ela disse e eu me senti um tanto ofendida, respirei fundo, a encarei e juntei toda minha força, fazendo o tempo fechar, logo consegui fazer raios bem fortes e uma chuva horrenda juntamente de uma ventania muito forte, assustando todas as sereias que não conseguiram sair dali, meus olhos estavam completamente brancos, minha força estava cada vez pior.

- Quem era o outro bebê? 

falei, a voz alterada, eu sentia o medo de Verídia, e de todas as outras sereias. ela não respondeu a pergunta, mas estava tentando me controlar, porém eu estava incontrolável, ela se rendeu.

-Tudo bem Courtney! Eu te falarei o que sei mas preciso que confie em mim e pare de fazer isso!

ela disse e acabei voltando ao normal, eu nunca havia feito isso antes, não sabia o que estava acontecendo comigo.

- Verídia, me desculpa, não sei o que aconteceu... Mas me diga o que sabe, pela minha felicidade...

falei e vi seu olhar piedoso, ela fez um sinal, indicando que deveríamos ir para a piscina da lua.  Eu a segui e fomos nadando até a piscina da lua, onde estávamos a sós. 

- Então, o que eu vou falar pra você não vai fazer nenhum sentido agora, mas se for esperta, você descobrirá quem é o outro bebê... 

- Então diz... 

- 5283 

ela disse e eu a encarei indignada.

- O que eu vou fazer com esse número? É um endereço? O fim de algum telefone? 

- Não posso dizer mais nada... Se for esperta, vai descobrir. 

ela disse e saiu nadando, fiquei com muita raiva, mas ela tinha me dado algo e com certeza valia alguma coisa...

Alguns minutos depois...

Eu havia voltado para a praia, eles estavam todos unidos, Charlie se aproximou.

- O que aconteceu? Que ventania foi essa?

- Uma longa história que é melhor não falar...

- Eu quero saber o que aconteceu... Descobriu algo?

- Sim... Descobri que eu era um dos bebês... Verídia me deu um número e disse que se eu for esperta, vou descobrir quem era o outro bebê.

-Qual é o número. 

- é 5283... não sei o que quer dizer...

- A gente vai descobrir quando voltar pra casa, eles já juntaram tudo, vamos voltar... 

- Tudo bem.

Eu disse e o acompanhei, depois de um tempo já estávamos em casa, eu estava tão cansada que só consegui dormir... Comecei a sonhar de repente com o meu pai, era algo tão real, eu estava com medo, mas estava feliz, eu só precisava encontrar minha família... Só isso.

O canto da sereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora