three

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Faz três dias que você não veio,
Três longos dias que você sumiu.

Você me deixou sozinho
Aqui,
Chorando,

Eu estava até orando
Pedindo para voltar

Eu não consegui nem dormir

Porque me preocupava!
Não sabia onde estava
Esqueci de perguntar.

Todos esses dias,
Desses três dias

As manhãs não estavam mais claras
Os passarinhos não Cantavam para mim
As crianças já não saíram para comprar doces

À noite, a lua não brilhava
Eu só ouvia o vento bater a janela.

E você o que estava fazendo?
Porque me fez esperar tanto?

Não lembro do dia que te fiz chorar
Mas você não ouviu meu pranto!

E ainda hoje eu posso esperar.
Se você tivesse avisado
Melhor do que calado
Simplesmente por te amar

Porque todos os dias
Desses três dias eu chorei
Porque você não veio.

[...]

Os dias se passavam cada vez mais devagar e arrastado. A demanda da empresa em que Seokjin trabalhava estava cada vez mais alta e acumulava, porque seu desempenho estava a beira do poço. Seu patrão odiava isso e se perguntava onde estava o melhor da empresa? aquele homem que amava e se dedicava ao trabalho com sua vida.

Ele estava a beira do abismo, indo de mal a pior. Como sempre esquecia-se de comer, e quando lembrava, pouco faltava seu paladar. O homem doce estava se entregando à doença novamente.

Era intrigante porque, sabe-se lá como o amado tinha o deixado, sem por quê, sem pra que, sem notícias. E agora? Seokjin estava desgastado, e apesar de ser um homem bonito, entusiasmado, cheio de vida, agora se encontrava vazio, no fundo de sua sala, sendo acarinhado por um gato mesclado que o dono também abandora. E sentia-se exatamente como esse pobre animal, abandonado.

Apesar de sempre pensar no pior, a busca por Namjoon não tinha acabado ainda, não teve notícias da mãe do homem, de ninguém. Evitou ler manchetes de jornal com esperança, mesmo que fossem ruins, esperando que ele realmente tivesse fugido, mesmo que conhecesse Namjoon o suficiente para saber que ele não faria isso, para saber que o amor entre eles era real, afinal, era mesmo?

Apenas utilizava o celular para fins de trabalho, mesmo que optasse por evitá-los também. Mas cedeu por uma ligação de número desconhecido.

O frio na barriga, os pelos arrepiados, e o toque ensurdecedor do telefone soava como emergência, e ninguém o ligaria àquela hora da madrugada se realmente não fosse. O gato, agora deitado sobre o colo de Jin, despertou de sua soneca profunda com aquele som, como aviso que a ligação prestes a encerrar. O homem finalmente atendeu.

— Senhor Kim Seokjin? - A voz abafada e fria vinda do outro lado da linha, soava o menos melódica possível. Jin tremeu ouvindo-a, e entreabriu os lábios antes de respondê-lo.

— É ele, com quem falo? - Respondeu no mesmo tom, sem sua doçura característica na voz, era esquisito ouvi-lo soar de tal maneira.

— Que bom que conseguimos contatá-lo. Bom, eu me chamo Min Jihoon e falo do setor de RH da Agência Nacional de Polícia, acredito que o senhor conheça. - Falou pausadamente esperando que o contatado respondesse.

Nesse pequeno intervalo, mil coisas se passavam na cabeça de Seokjin, e "Que diabos é isso?" era a coisa mais frequente, mais decorrente, por isso o tal de Jihoon não recebera uma resposta além de um pequeno grunhido sem sentido. O homen continuou suas palavras.

— Bom, estou aqui ao lado da senhora Kim Minji-ah, e de costume, para o padrão da ANP, estarei enviando para seu número um protocolo referente a... - No outro lado da linha, ao ouvir o nome da mãe de Namjoon, Jin especulou um milhão de cenários diferentes e se questionou sobre o egoísmo, tremia muito, ao ponto do bichano, que até então estava sobre seu colo, dar um salto e ir para outra parte da casa. Dentre um monte de explicação que não prestou atenção, Jin se concentrou no choro baixinho, abafado pela qualidade daquela ligação, e teve um estalo pelo discurso que havia chegado ao fim. — Você compreende, senhor?

— De...Desculpe, pode repetir o final? Me distrai. - Segurava a própria mão trêmula, tentando não soltar o celular, ouviu um baixo suspiro.

— Claro! Como eu estava dizendo, A senhora Kim está aqui na nossa unidade do centro de Busan, e peço para que o senhor também compareça, é um assunto de bastante importa e utilidade para ambos, e somente agora conseguimos contatá-lo, visto que encontramos algo que possa o pertencer. Agradeço caso não seja muito incômodo ter de vir de imediato, mas estou seguindo o protocolo de segurança e ética da ANP para com o cidadão, você compreende senhor? - Concluiu a frase normalmente como se fosse robótico, ainda de forma fria, mas um pouco mais calmo que a princípio.

— Eu realmente não posso saber por telefone? - A sua situação não estava tão boa, então perguntou, o que parecia ser calmante, mas não era porque Jin estava surtando e tremendo mais e mais a cada "piu" que esse soltava.

— Desculpe, Senhor Kim, espero que entenda que isso feriria nosso código de segurança e ética para com os nossos cidadãos.

— Ok, então estarei aí em breve. - Seokjin respondeu, a essa altura cheio de lágrimas no rosto e sem nenhum tipo de coragem, a sua derme fria como a neve que caia suave ao lado de fora, voltava a arrepiar.

— Ótimo, estaremos o esperando, Senhor Kim. Tenha uma boa noite. - Jihoon concluiu e desligou, enquanto Jin começou a cair às lágrimas mais uma vez, cerca de 5 minutos, antes de se dar conta de que teria de ser rápido e se deslocar em meio a neve ao que seria, pelo menos 20 minutos a pé. Era assim que preferia andar pela cidade. então, como ainda vestia a roupa que usara para ir trabalhar, elegante como sempre, apenas se entupiu de casacos e foi sem nada além da carteira e do celular, deixando o gato com comida e água suficiente para uma noite que, ele sabia que seria demorada e difícil.

O fim.

Então descobriu a verdade.

No Forget Me ;; namjin (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora