O CHEFE DA MINHA MÃE

CAPÍTULO I

ISABEL NARRANDO

Colegas novos, escola nova, casa nova, cidade nova, estado novo, país novo. Por que minha mãe teve de essa brilhante ideia mesmo?

Ah, já ia me esquecendo! Eu me chamo Isabel Alonso, tenho quase 17 anos de idade, e tenho uma irmã gêmea que se chama Isabella, viemos para Amsterdam com 04 anos de idade, mas nós e nossos outros dois irmãos (que por sinal nasceram aqui) sabemos falar português fluente, e quando estamos apenas entre família falamos somente essa língua, pois minha mãe disse que devemos conservar nossas raízes. E agora entendo o porquê dela repetir isso tantas vezes.
Como você leu logo acima, estou me mudando. Vamos para o Brasil, e admito que estou com medo do que possa vir acontecer quando chegarmos lá.

Vou te contar direito essa história.
Minha família é muito rica, e os filhos da minha avó viviam brigando por causa de dinheiro, cargos nas empresas etc. Meu pai quis fugir de tudo isso, e como minha mãe concordou, viemos para Amsterdam. Agora minha avó está doente e com sérios problemas em algumas de suas empresas, e minha mãe querendo ajudar disse que temos que voltar para o Brasil.

[...]

- Bom dia família! - Minha mãe disse entrando na cozinha.

- Bom dia! - Respondemos juntos.

- E como foi no trabalho? - Meu pai perguntou a ela.

- Foi ótimo! Vocês sabiam que meu chefe mora no Brasil?

- Você disse que ela morava fora, mas não lá. - Meu pai disse.

- Sim, eu também não sabia, descobri hoje. E adivinhem? - Ela estava super animada. - Ele também tem empresas no Brasil, e conseguiram me transferir para lá, só que não com um cargo tão bom quanto o meu aqui.

- Droga! - Escutei Bella falar baixinho. - Pensei que ficaríamos lá só até os problemas se resolverem. - Ela disse em um tom mais alto, para que nossos pais pudessem ouvir.

- Querida, se mudar de uma casa para outra já é difícil, quem dirá de um país para o outro. - Minha mãe respondeu calma. - Um dia nós podemos voltar, mas só para passar as férias.

- Perdi a fome! Vou para o meu quarto passar as últimas horas que me restam aqui. - Bella saiu andando em direção ao nosso quarto.

- Isabella! - Meu pai gritou.

- Amor, está sendo difícil para eles essa mudança, deixa ela precisa de espaço. - Minha mãe disse sempre sendo a mais calma.

Terminei de comer, e fui até o quarto.
Isabella e eu além de irmãs somos melhores amigas, e eu a conheço melhor que ninguém, e sei que ela esta nenhum um pouco bem.

- Posso entrar. - Bati na porta.

- Sim!

Entrei no quarto e vi Bella deitada na cama, chorando com um quadro na mão. Cheguei mais perto e a abracei.

- Vou sentir tanta falta desse lugar, dos meus amigos, da vida que até ontem tínhamos aqui. - Ela retribuiu o abraço.

- Eu também.

- Mas você nem sai de casa direito, Bell. - Ela riu.

- Sim, mas nós estamos aqui desde de pequenas, já estou acostumada com esse lugar.

- Mas você nunca cresceu. - Ela disse caindo na gargalhada.

- Você entendeu, Bella. - Sorri para ela. - Agora levanta e vamos terminar de arrumar nossas coisas, será uma longa viagem até o Brasil...