EXTRA - PÂNICO

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Mesmo que tivesse dois habitantes naquela casa, ela parecia vazia, ou melhor, solitária. Não havia nenhum barulho entre as duas pessoas. Sofia estava a fazer algo no seu quarto e Ji-Yong estava a trabalhar a sua música no seu quarto.

Ji-Yong sempre foi um bom compositor e um bom músico mas, este dia, estava a correr-lhe mal. Não estava a conseguir ter inspiração para as letras da música. Ele escrevia e apagava tantas vezes que o papel já estava a ficar muito sujo.

Ele queria fazer uma surpresa à Sofia que era apresentar-lhe uma música que iria falar sobre ela. Ji-Yong tentava arranjar palavras bonitas, palavras que iriam representá-la. Queria agradecer-lhe com carinho de uma música criada pelo o dono mais velho da casa por a Sofia ter estado a viver com ele neste tempo todo mas não estava a conseguir. Isso, deixava-o furioso.

Por isso, saiu do seu quarto e foi ver como a rapariga estava.

- Está tudo bem? – Ele aparece dentro do quarto e a rapariga olha para ele. - Porque estás a fazer isto? – Ele perguntou curioso e preocupado. Primeiro, ela podia estar a fazer isso para ver se as ideias dos seus desenhos aparecessem. Segundo, ela podia estar a fazer isso para se recuperar de algo. Por isso, havia curiosidade e preocupação no homem.

- Apenas apeteceu-me fazer isto! – Explicou normalmente. Ele observou o quarto e não reclamou ou perguntou pelo estado que o chão apresentava pois estava cansado de dizer, sempre, a mesma coisa "Limpa o quarto!". Para ele, já não valia a pena pois o que ele dizia, não resultava em nada. Por isso, Ji-Yong saiu do quarto dela e foi andando para a sala.

Este dia estava a ser aborrecido. Ji-Yong estava irritado por não conseguir fazer aquilo que o mesmo queria. Então, sentou-se no sofá e ligou a televisão. Carregava sempre nos botões e os canais não mostravam, pelo menos, um programa interessante. Porém, agarrou em uma caixa de cigarros que estava na mesa, tirou um cigarro e usou-o com um isqueiro para acendê-lo.

Ji-Yong sabia que a Sofia odiava o cheiro e tentava evitar de fumar ao pé dela pois a sala era próximo do quarto da mesma mas não conseguia. A sua mente estava tão cansada e estressada que a única coisa que pensava era fumar para se acalmar.

- Sofia, desculpa! - Pensou. Quando um dos seus cigarros acabou, ele tirou mais outro e acendeu-o. Para ele, fumar era uma das melhores coisas mesmo que seja errado. Ele pode arranjar problemas com o seu corpo mas não queria saber.

No entanto, Ji-Yong ouviu a porta do quarto dela a ser fechado. Isso significava que a Sofia iria dormir. O homem olha para as horas e percebeu que era meia-noite. Ele ficou mais um tempo a fumar e a procurar por um programa que lhe agradasse até a rapariga pudesse adormecer.

Todas as noites, Ji-Yong ia vê-la a dormir antes dele adormecer no seu próprio quarto pois queria sempre confirmar se a Sofia estava bem.

Contudo, o relógio marcava meia-noite e meia, então ele levantou-se do sofá, apagou o seu cigarro e subiu as escadas. Após de subir, abriu a porta do quarto dela e deixou-a meio aberta para a luz de outro lado da casa pudesse iluminar o rosto da pequena.

Ele sentou-se na cama dela e a observava. Os seus fios de cabelo estavam a tapar os seus olhos, então colocou os fios atrás da orelha dela.

- Sofia, eu sou um homem terrível! – Pensou. – Queria dar-te um presente para agradecer de estares comigo nesta casa desde aquele dia. Só que não sou capaz. – Suspira e dá-lhe um beijo na bochecha dela. Depois, levanta-se e percebe dos desenhos que ela tinha feito em cima da mesa. Ele usa a lanterna do telemóvel e vê. - Ela desenha tão bem! Gostava que, um dia, ela me desse um dos seus desenhos como um presente para mim. - Pensou e a seguir, saiu do quarto dela.


Meu colega de CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora