Reino lendário.

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"Antes de tudo, eu, Aisdem, quero deixar claro que o que eu fiz foi necessário. Como eu havia dito, primeiro os que eu amo e em segundo a minha vida. Como nos dias... Meu nascimento e minha morte, ambos suaves e tranquilos, como a sua voz, Lívia. Quero deixar claro que: eu deixo o trono para meu filho, Lohin Coldspear. Espero que a minha antiga corte o auxilie corretamente e o ensine a governar. Mesmo depois de morto eu rogo somente pela prosperidade do meu povo e reino, a nossa nação. Prometo abençoar vossos solos e crianças, nossa áurea e nosso brado de guerra. O seu rei, Aisdem Coldspear."


- Mantenham-se firmes homens, hoje nenhum bárbaro atravessará a fronteira, nenhum destes malditos encostarão em nossas crianças e mulheres. - Disse o heróico Rei.

A batalha já havia durado quatro anos, com os bravos exércitos aliados, podia-se ver a vitória mais perto do que nunca, e é claro, o encerramento da guerra. Os bárbaros não descansavam um segundo se quer, as tentativas de furar o bloqueio aliado no front, eram, totalmente, suas maiores motivações. Não havia tempo para lazer, não havia tempo para conversar, não havia tempo para descansar. Muitos homens já haviam morrido nesta batalha, deram seu sangue para defender a sua terra natal. Lanças, espadas, escudos, catapultas, flechas, possuíamos todo esse arsenal graças aos reinos artesãos do leste. Por nossas terras, marchava um exército que põe medo não só pela quantia, mas também por lutarem com o coração acima de tudo.

- MEU REI! - Gritou um dos homens.

- ACHO QUE ELES PLANEJAM ATACAR UTILIZANDO CAVALARIA! ACABAMOS DE RECEBER INFORMAÇÕES DOS NOSSOS ESPIÕES, O GRUPO A, QUE ESTÁ INFILTRADO EM TERRITÓRIO INIMIGO! - Gritou novamente, advertindo o Rei.

Dom Aisdem, que estava a cavalo a uma distância considerável, ouviu por completo o relatório e, com as veias a flor da pele, gritou ordens de volta.

- POSICIONE A INFANTARIA PESADA, COM ARQUEIROS EM CONJUNTO ATRÁS, MANDE-OS SE ESCONDEREM NAS ROCHAS DE UNEAM! - Ordenou o Rei, sem pensar duas vezes.

Boa parte do acampamento ouviu a tamanha berreira, e, em homenagem, todos levantaram suas espadas aos esforços nítidos do Rei. Correndo quase sem fôlego, o soldade que antes gritara, chega até sua majestade

- Alteza, perdoe-me por gritar lá de longe, temos de ter pressa, precisamos então posicionar a devida defesa, para que o confronto seja travado de forma que nós possamos vencer. - O homem passou a mensagem, com a mão na bainha de sua espada.

- Por volta de quantos inimigos? - Perguntou Aisdem, calmo, com o raciocínio aguçado.

- Não há como saber, mas de acordo com o tamanho do acampamento, são muitos bárbaros. - Disse o homem, determinado.

- Quanto tempo você estima que ainda temos? - Perguntou o monarca, com uma força de vontade magnífica.

- Temos de ser inteligentes, porém, rápidos alteza. Estimo cinco movimentações solares. - Respondeu o soldado.

Pelo resto do diálogo, o rei, dizia estar ciente, de que havia cinco horas para posicionar as tropas de defesa e, contra ataque. De modo apressado, correu para sua tenda real, pegou um papel em sua grande escrivaninha, e, escreveu por meia hora a sua possivel última carta, sem parar. Mandou entregá-la a sua corte, um texto contendo suas últimas ordens caso fosse destroçado em batalha. Utilizando-se da geografia, mandou seus generais organizarem uma estratégia, que favorecesse o elemento surpresa e, a liquidação de seus alvos. Cada um, dos dois pequenos exércitos, se dirigiram para um lado do local, visando um ângulo de ataque, em que, as pestes iriam de fato passar. Depois de organizada uma quantia média de tropas - de ambos os flancos -, depois que todas as armadilhas foram instaladas, todos pediram a bênção de seu real; os guerreiros estavam prontos. A missão final estava prestes a ocorrer: lutar. Aisdem pensou em tudo: para a própria prevenção de não ser uma emboscada...

(estratégia que foi utilizada pelo cérebro inimigo: fingir que vão atacar de um lado, fazendo um gigantesco acampamento falso, entretanto, dias depois, mobiliza-se o exército inteiro para outra frente, deixando no ilusório acampamento um terço do exército total, enganando assim as mentes rivais)

...mandou que todo o exército, cem mil homens, se instalassem ao norte do reino, ou seja, ao lado oposto ao que o rei estava para erguer a sua lâmina. Aisdem sabia que havia pequenas guerrilhas restantes naquele local, por isso comandou exércitos menores para combater. Até os dias de hoje não se sabe o por que do rei ter deduzido um ataque ao norte, vindos da floresta de Woziour, um lugar lindo, com vívidas árvores com folhas de cor laranja e amarela. Houve de fato, grande relutância por parte de muitos militares estrategistas de alto escalão, mas não havia como refutar uma ordem do Rei.

O tempo havia se passado por completo, ja se dava para ouvir trotes vindos ao longe trazidos pelo vento. Quanto mais se aproximavam, mais o monarca estava pronto. Momentos de um incrível silêncio por toda a floresta, apenas aguardando a ordem mortal do som da corneta de guerra. Os futuros guerreiros lendários respiravam, na tentativa de acalmar a alma inquieta, mas todos confiavam em seu soberano, não havia medo da morte ali, todos iam dar sua existência a causa.

Como se os Deuses estivessem do nosso lado, o divino Rei, apenas abriu os olhos, e:

-ATACAR!

Em seguida, a corneta de guerra avisou os outros grupos, e todos, de uma vez só, apareceram na frente do inimigo. Lanças e flechas sendo jogadas, atravessando as costelas dos desatentos, com os gritos do Rei, a áurea das tropas se tornou épica. Escudos derrubando cavalos, foi um conflito bem equilibrado, as aberrações estrangeiras, que estavam vindo atrás, logo entenderam o que estava ocorrendo, e se prepararam para a colisão com os grandes bloqueios heróicos. De fato, os invasores não temiam morrer também, mas não bastava a coragem, faltavam lhe a determinação. Muito sangue nas espadas, o Rei cobria a todos, ficando na frente de seus homens, o aço de seu sabre fazia miséria com a carne dos seres que vinham para tentar matá-lo. Enquanto isso ao norte, estranhamente o inteligente líder da nação tinha razão, duzentos mil inimigos eram avistados correndo com suas armas na mão ao horizonte.
A grande guerra estava equilibrada no Sul do reino, o local aonde o Rei lutava, mas e ao norte? Cem mil contra numerosos duzentos mil? Já estavam a caminho mais cem mil homens dos reinos aliados, entretanto havia a chance de não chegarem a tempo.

O grito do mais corajoso soldado contagiou o resto do exército!

- AAAAAAAAAAAAH!

TODOS APONTARAM SUAS ESPADAS PARA FRENTE! Com uma energia frenética o chão que era verde logo se tornou vermelho, o vermelho forte dos aliados misturado com o vermelho dos malditos. LANÇAS PENETRANDO OLHOS E RASGANDO A CARNE DOS DEMÔNIOS, uma batalha que demorou três dias para acabar de uma VEZ POR TODAS. Felizmente nossas forças aguentaram de uma forma honroza, fazendo o exército inimigo recuar.
Aisdem conseguiu acabar com as forças invasoras ao sul.

Para a surpresa de todos, o grupo das forças especiais de espionagem capturaram nada mais, nada menos que o Rei inimigo, o qual estava acompanhando a invasão escondido no acampamento enganoso. Com gosto, Aisdem correu e brutalmente derrubou a carruagem que vinha vindo, abriu a porta, agarrou o cabelo do preso e cortou-lhe a garganta lentamente. Quando terminou, caiu no chão e logo foi acudido, viram que o grande Coldspear havia sido perfurado no peito, o homem capturado possuía uma adaga escondida. Estranhamente, o Rei ia morrendo aos poucos com uma face feliz, agradecendo todos ali presentes. Após o mesmo fechar os olhos para sempre, levaram-no para a capital do domínio, na qual foi encerrado em um túmulo gigante, de ouro maciço.
Quatro dias após o nobre interro, o reforço aliado de cem mil homens havia chegado e, consequentemente, depois de um conflito extremamente sangrento, os duzentos mil bárbaros ao norte foram aniquilados. Com a ordem de sua Rainha, os cento e vinte mil cavaleiros restantes se dirigiram as terras inimigas, impondo caos, destruindo e ateando fogo nas cidades, matando todos os traidores que antes fizeram o vosso reino sofrer.

- Esta é a história verídica do seu Pai, Lohin, e espero que depois de ter ouvido quem foi um dos maiores líderes de Ven'Wuson, você possa se tornar um Rei corajoso, de afeição lendária e temida, mas, ao mesmo tempo, amada como ele...

(Em andamento) Ven'WusonOnde histórias criam vida. Descubra agora