[N/A] Segundo capítulo da introdução, no próximo já começam as músicas. Esse é a visão dela. Obrigada.
Tudo estava acontecendo muito depressa, em um dia ela estava servindo panquecas caramelizadas em um café na cidade do Porto em Portugal, no outro ela estava modelando para uma marca de roupas famosas na Coréia do Sul. Parecia que tudo podia acontecer mesmo.
Ela estava adorando tudo ali, os lugares, as pessoas, a comida, tudo. Só se sentia um pouco sozinha as vezes, quando chegava a noite em seu apartamento e ninguém a esperava, não existia ninguém ali para contar sobre seus problemas diários, ou apenas para lhe fazer um cafuné. Mas para isso ela tinha uma solução, comprou um cão, melhor companhia impossível.
Ela tinha fotografado o dia todo, estava super cansada, seus pés doíam, e tudo que ela queria era deitar em sua enorme cama, abraçar Simba, seu filhote, e dormir. Mas todas as outras modelos iriam relaxar em um bar depois da sessão e ela não teve muita escolha a não ser ir.
O lugar era realmente gostoso, não muito lotado e nem abafado como os bares que ela costumava ir. Elas logo se dirigiram ao bar, pediram suas bebidas e começaram uma longa conversa sobre rapazes. A menina se sentiu meio deslocada. Não que ela não gostasse de falar sobre rapazes, mas é que já fazia um tempo que ela não tinha muitas informações para fornecer nessas conversas. Não existiam muitos tipos de relacionamento na vida dela a muito tempo. Por isso tinha muita dificuldade de se aproximar de alguém, e sempre acabava sozinha. De acordo com sua melhor amiga ela tinha problemas para confiar.
E não era por falta de tentativas, querendo ou não ela era uma menina atraente, muitos caras chegavam nela diariamente, mas nenhum teve chance. Por esse motivo ela se tornou uma especie de lenda entre os homens, ela era a inatingível, ninguém conseguiu seduzir. Eles apostavam uns com os outros qual ia conseguir, e isso fez com que a menina se tornasse ainda mais fria. Princesa de gelo, era assim que seus amigos a chamavam. Eles não sabiam mas esse era seu ponto fraco. Porque ás vezes até mesmo ela duvidava que tinha um coração.
Estava distraída, tentando evitar falar qualquer coisa sobre aquele assunto, quando ouviu uma risada conhecida. A banda Shinee encontrava-se sentada a alguns metros de distancia da onde elas estavam. Tinha algo sobre ela mesma que ninguém, além de seus dois melhores amigos, sabiam, ela era apaixonada pelo Shinee. Desde sua adolescência ela ouvia suas músicas, chorava, gritava e enlouquecia com elas. Na verdade eles foram a grande razão de aceitar ir para a Coréia. Mas isso era algo que ela não queria que mais ninguém soubesse, era o segredo dela, por isso quando avistou a banda sentada ali tão perto ela ficou realmente nervosa.
Por estar na mesma industria musical deles ela sempre os via, não que isso diminuísse o nervosismo dela sempre que algum deles se aproximava, exceto Key, com ele ela já tinha se acostumado, foi um sufoco no começo, conviver com um de seus ídolos, mas ele era tão fácil de gostar, sempre tão falante. Mas com os outros era diferente, ela suava frio e tremia toda vez que um passava do lado dela, mesmo que ela soubesse que na verdade era invisível para eles.
Algumas das meninas também perceberam a presença deles, e sem disfarçar começaram a dar risadinhas altas e cochichar, o que deixou a menina muito constrangida. Uma risadinha um pouco mais alta e pronto, todos eles estavam olhando para elas, ela queria abrir um buraco no chão e sumir.
Estava distraída tentando parecer distraída quando o barulho de vários copos caindo chamou sua atenção, Onew tinha se levantado e esbarrado na mesa, mas o que mais chamou sua atenção foi que todos os meninos sentados na mesa não olhavam para Onew ou para os copos, todos olhavam para ela. Ela sentiu seu rosto corar e virou de costas, foi se afastando das meninas até ficar na ponta, como se não fizesse parte do grupo. Ás vezes dava uma olhadela por trás do ombro disfarçadamente, só para se certificar de que não tinha mais ninguém olhando. Foi um alivio perceber que agora eles olhavam para o outro lado.
Ela bebeu um pouco de seu suco e manteve um pedaço de gelo na boca por um curto tempo e percebeu uma presença ao seu lado, a pessoa parecia querer passar então ela se espremeu um pouco mais no balcão achando que assim a pessoa teria espaço o suficiente, mas a pessoa não se mexeu. Ela virou com um sorriso nos lábios e percebeu que se tratava, nada mais nada menos, de Onew. Não queria parecer antipática nem nada, mas seu sorriso na hora desapareceu. Vocês tem que entender, se ela era apaixonada pelo Shinee pelo Onew ela era obcecada. Suas mãos começaram a tremer e a suar, ficou com medo de que ele percebesse a mistura de nervosismo e medo em seus olhos, então os baixou e com toda sua força interior conseguiu falar.
- Vá em frente... Passe!- (Maravilha, agora ele vai pensar que você é gaga e grossa)
Esperava que o menino passasse e assim ela iria se odiar por esse momento pelo resto da sua vida. Mas ao invés disso viu o menino dar um passo em sua direção, tentou pensar em como seus tênis eram bonitos e combinavam com ele. Sentiu dedos gelados em seu queixo a forçando a olhar para cima, ela queria virar e sair correndo, porque ela sabia de quem aqueles dedos eram.
Primeiro viu lábios carnudos e rosados bem conhecidos por ela, depois viu o nariz que assombrava seus sonhos e por ultimo viu os olhos que ela via sempre que fechava os seus, realmente perto. Isso não era mais um de seus sonhos, pois ela se lembrava de ter levantado de manhã, e aqueles dedos estavam realmente gelados. Ele se aproximou cada vez mais, ela não conseguiu se mexer, ele encostou seus lábios no dela. Parecia que o céu tinha explodido, tudo ao seu redor ficou muito barulhento, ela não conseguia distinguir nada além do zumbido que agora gritava em sua mente. Ela sonhou com aquilo noite após noite, mas nunca pensou que um dia se tornaria real. Tudo que ela sempre quis estava ali, mas ela não queria pular de alegria. No momento em que ele a soltou e deu alguns passos para trás ela achou que ia cair, teve que se esforçar ao máximo para esconder os espasmos que seu corpo dava naquele momento, mas quase não conseguia se mexer. Parecia que ela ia chorar a qualquer momento. Ela olhava para frente mas não via nada mais, lutava para que as lagrimas não saíssem ainda. Notou quando ele se curvou e ouviu brevemente seu pedido de desculpas. Depois ele se retirou e ela ficou ali, ouvindo inúmeros comentários das meninas.
Ainda não conseguia se mexer e quando sentiu que não dava mais para segurar ela pediu licença e foi para o banheiro. Lá ela chorou, segurando seus gemidos com a mão na boca, ela chorou. Não sabia a razão das lagrimas ou daquele sentimento crescendo cada vez mais em seu peito. Ela ficou ali por alguns minutos, depois arrumou sua maquiagem no espelho, saiu pela porta de trás e foi para seu carro. Lá ela dirigiu até em casa, e durante o caminho todo ela chorou.
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