JULIA

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Uma semana depois.

O Doutor entra na sala e me encara pensativo. Parece estar em dúvida do que fazer. Johnny não é nada feio, é tipo aqueles médicos bonitos que você quer ir sempre, o problema é que ele é um pé no saco!

-- Vai me ajudar a ir para o aeroporto? -- pergunto com a voz falha e ele sorri sem mostrar os dentes. Hoje estou vestida com um vestido solto, emagreci bastante desde que vim para cá,  mas nada que não possa converter

-- Vou sim -- ele está vestido com uma calça jeans e uma camisa social -- Deixa eu te ajudar a levantar -- ele se aproxima de mim, e me pegando pelo braço me ajuda a sair da cama

Sinto minhas pernas falharem assim que piso no chão. Respiro fundo e com sua ajuda começo a andar.

-- E ainda acha que está bem? -- pergunta irônico quando me ajuda a sentar em uma poltrona

-- Queria ver se andaria normal depois de meses deitada em uma cama de hospital, Doutor. -- retruco enquanto ele pega minha mala de roupas -- Vamos?

-- Vamos. Vou lhe deixar no avião, e do avião outra pessoa de minha confiança vai lhe acompanhar! -- consinto e ele volta a me ajudar a levantar.

  Após uma viajem de 47 minutos finalmente chegamos ao aeroporto. Após passar por todos os procedimentos finalmente caminhamos em direção a ala de embarque.

-- Olha, ali está a pessoa de minha confiança que vai te ajudar -- Olho para onde ele aponta e vejo Ryan. Sorrio sem mostrar os dentes

-- Como conseguiu isso? -- pergunto a voz fraca.

-- Enquanto você dormia cheretei seu celular,  me desculpa -- dá de ombros, e eu o abraço

Nós despedimos e assim que ele me solta totalmente minhas pernas fraquejam e Ryan me segura.

-- Você está bem? -- indaga

-- Tente ficar em uma cama de hospital esse tempo todo e andar como uma pessoa normal -- rio fraco e ele revira os olhos me ajudando a andar até o avião

-- Quando chegou? -- indago com a voz rouca e baixa

-- Hoje. A umas duas horas! -- dá de ombros como se não fosse nada de mais

-- Ryan! -- ele ri -- Falamos disso depois -- ele me ajuda a entrar no avião,  e me coloca no meu lugar

-- Você disse que estava bem -- Ryan diz se sentando ao meu lado com uma expressão seria no rosto

-- Eu estou bem Ryan -- deito a cabeça no banco e fecho os olhos. Minha cabeça lateja em cima do meu olho direito -- Eu estou bem, tá!

-- Tá -- ouço ele suspirar

-- Descanse. -- ouço sua voz um pouco exitante -- O seu medido me deu alguns remédios para caso você tenha dor!  -- consinto ainda de olhos fechados e me entrego ao sono

  Após duas horas de vôo, chegamos nos Estados Unidos. Eu vou lhes contar um segredo: Eu menti. Menti para o médico,  menti para todos na verdade! Sim, o doutor ligou para minha tia e ela confirmou tudo. Mas na verdade eu vim para Manhattan, e já que os meninos não sabem que eu nem sequer comecei o tratamento, vou ter que realmente começar um que o Johnny indicou.

-- Chegamos. -- Ryan diz me balançando de leve e eu retiro o cinto -- Consegue se levantar?

-- Sim, eu acho -- minha voz soa sonolenta e rouca. Me esforço para me levantar e Ryan pega minha mala -- Aonde eu vou ficar? Quer dizer, se quiserem posso ficar em um hotel -- digo quando já saímos do aeroporto e entramos no táxi

-- Não. O que? -- ele diz eufórico -- Você vai ficar na casa que alugamos aqui -- torço o nariz e ele ri -- Você faz parte da nossa família Julia, e não se abandona a família! -- sorrio fraco para ele

Vou lhes explicar algumas coisas que aconteceram comigo. Uma delas foi que: no início de tudo, quando o Justin foi embora, eu comecei o tratamento. Não queria, mas fiz e ao longo do tratamento meu corpo começou a ficar mais fraco, cortei o cabelo e comecei a ficar mais pálida e cansada. E bem, agora eu me acostumei a estar assim.

-- Chegamos em casa -- olho para o lado e vejo uma enorme casa -- Vamos? -- consinto e saio do táxi e Ryan pega minha mala, coloco meu braço envolta do seu e assim vamos até dentro da casa. Assim que entramos todos os meninos que estavam no sofá jogando vídeo game se viram para nós, até mesmo ele

-- Oi -- minha voz sai cansada e minhas pernas fraquejam. Eu deveria ter tomado algum antibiótico para estar mais forte agora -- Ryan pega um remédio que imagino que o Johnny tenha te dado, tem um nome esquisito com K

-- Tá -- ele me solta e vejo Chris e Chaz virem até mim me dar um abraço

-- Você ficou linda de cabelo curto -- Chaz diz passando a mão nos meus cabelos enquanto Chris apenas me observa

-- Aqui -- pego o remédio da mão dele e engulo no seco mesmo

-- Quer comer alguma coisa? -- Chris pergunta um pouco receoso -- Eu fiz torta!

-- Vou adorar Chris -- sorrio e ele consente

-- Vou deixar sua bolsa lá em cima, Chaz ajuda ela a sentar -- Chaz me guia ate o sofá e me ajuda. Justin não se pronunciou, apenas me encara pensativo.

-- Já volto vou ajudar o Chris na cozinha -- Chaz diz saindo. Sinto o olhar do Justin sobre mim mas não falo nada.

Minha cabeça lateja e eu fecho os olhos. As vantagens de ficar deitada em uma cama de hospital e ter um doutor pé no saco, é não sentir dor! A dor na cabeça piora e em seguida sinto uma pontada no peito, minha respiração acelera.

-- Está tudo bem? -- ouço a voz do Chris preocupada e apenas balanço a cabeça positivamente -- Julia o que eu faço?

-- Nada. Não faz nada -- digo calma e tentando controlar a dor

-- Ela só quer chamar atenção -- finalmente ouço a voz do Justin, rude e fria

-- Justin cala a boca -- Ouço Ryan dizer desesperado

-- Quá lé, ela só quer chamar atenção -- Justin diz como se realmente acreditasse nisso

-- Deixa Ryan -- minha voz sai num sussurro -- Pega na minha mala um remédio verde -- continuo de olhos fechados e apenas espero

-- Aqui -- ele põe na minha mão e eu tiro três comprimidos engolindo de uma vez. Me acostumei a tomar remédios assim -- Está melhor?

-- Estou -- me obrigo a abrir os olhos -- Cadê a torta do Chris? -- sorrio sem mostrar os dentes. Meu peito ainda dói, e no momento tudo que eu quero é jogar minha sapatilha na cara do Justin

-- Acho melhor você dormir um pouco -- Chris diz e sem que eu diga nada me pega no colo e me leva até um quarto -- Você é uma péssima mentirosa! -- ri sem humor e me ajuda a deitar -- Descanse e depois comemos torta juntos! -- rio fraco -- E não liga pro Justin. Ele foi alienado -- dá de ombros e eu fecho os olhos respirando fundo. A dor não parou, mas é só fingir que ela não está aqui


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