JOYCE

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Merda de vôo. Merda de vida. Merda de morte. Merda de câncer. Tá tudo uma merda, e eu tô chorando e rindo ao mesmo tempo de tão perdida que tô.  Cheguei aqui no aeroporto a quinze minutos, e estou tentando fazer até o impossível para ir ver a Júlia

-- Moça você não está entendo! -- digo para a comissária -- Eu preciso estar nesse vôo! Minha amiga vai morrer, e eu preciso ver ela! -- a comissária suspira

-- Senhora Medeiros, eu não posso fazer nada! Infelizmente esse vôo já vai partir! -- passo as mãos pelo rosto

-- Moça, você tem que me deixar entrar nesse vôo! Eu pago! Não tem problema, inferno -- digo alto e ela se assusta

-- Senhora, não posso fazer isso. O próximo vôo será a meia noite. Só tem isso -- bufo de raiva e saio de onde estava indo para a saída

Pego meu telefone e disco o número da Julia, imagino que Ryan deva estar com o celular dela. Chama quatro vezes e quando penso em desligar, ele atende.

-- Joyce, conseguiu pegar o vôo? --  Olho para a longa escada que tem na entrada do aeroporto e suspiro, sua voz implora uma resposta que eu não tenho e isso faz com que  meus olhos comecem a lacrimejar

-- Não.  -- prenso os lábios  -- Tem como eu ir de moto? -- indago olhando minha moto que estava estacionada do outro lado do aeroporto

-- Ter, tem. Mas demoraria bastante -- suspiro e me sento no terceiro degrau da escada

-- Ryan, não deixa ela morrer. Eu vou tentar ir de moto! Quer dizer, Manhattan não é tão longe de Los Angeles! -- digo e minha voz sai chorosa

-- Joyce... -- ele está com pena -- Não vai dar tempo!

-- Precisa dar -- começo a chorar de verdade e algumas pessoas que passam me olham curiosas -- Não... Não posso perder ela! Ela é tudo pra mim...

-- Ela também se tornou tudo pra mim. E sei que daria tudo pra estar aqui -- ele faz uma pausa e parece falar com alguém -- Hey, ela quer falar com você... -- meu coração acelera

-- Oi meu amor -- ela diz com a voz fraca e meu choro se intensifica -- Não chora! Eu sei que você queria estar aqui, sei o quanto deve estar com raiva de Los Angeles inteira por não ter vôo -- ela começa a tossir e logo para -- Mas certas coisas acontecem de certos jeitos por um motivo!

-- Não... É mentira! -- digo por entre o choro -- Você não vai morrer! Você tá mentindo pra mim! -- começo a soluçar -- Por favor esteja mentindo pra mim!

-- Não é meu amor! -- sua voz é serena e isso me da mais pânico ainda -- Se acalma!

-- Não tem como se acalmar! -- digo soluçando -- Aguenta só uma, duas horas no máximo que eu tô aí!  -- a linha fica muda e meu desespero aumenta. Levanto e vou em direção a minha moto

De avião o vôo é extremamente rápido, quer dizer, ele é cheio de paradas e uma delas é em Manhattan já que a distância seria quase que a mesma de São Paulo para o Rio de Janeiro, o que pra mim é perto.

-- Julia fala comigo meu amor! -- peço enquanto subo na moto e seguro o capacete com uma mão -- Eu tô a caminho! -- desligo o telefone e ligo a moto pondo o capacete

Começo a pilotar e ainda sinto lágrimas descendo pelo meu rosto. Não posso perder ela! Não posso.
Paro a moto e me deparo com um engarrafamento ( parecido com os que tem em São Paulo, especificamente na marginal as 07:horas da manhã quando trabalhadores que acordaram um pouco atrasados se  apresão em ir para o trabalho )

-- Vai inferno, mexam essas latas velhas -- grito em português e ouço buzinas de todos os lados

Sinto meu celular vibrar no bolso e antes de atender faço um esforço para ir para o acostamento. Retiro o capacete e atendo sem ver quem é

-- Se for a Tim, só gostaria de dizer que não quero plano nem aqui nem no inferno! -- digo no automático

-- Não é essa tal de Tim -- ouço uma voz rouca e franzo o cenho -- Sou eu Justin.

Sinto meu sangue ferver. Não diria que odeio Justin Bieber, só que o amor não é o sentimento mais forte aqui. Nem afeto, ou nem uma 'amizade', ou fantasia sexual...

-- Que merda você quer Bieber? -- faço um esforço para lembrar como se fala em inglês e ouço um suspiro de sua parte

-- Ela se foi. -- prendo a respiração e sinto minha visão ficar turva

-- Não brinca Bieber. Eu já não gosto de você,  e você só facilita! -- minha voz sai fraca e eu subo novamente na moto -- Isso é mentira! É tudo pra ver se eu chego rápido! Eu vou, assim que esse maldito tráfego ficar melhor...

-- Joyce -- ele diz meu nome com sotaque e meu coração aperta -- Eu sinto muito -- e então tudo desaba e eu dou um grito que sai abafado pelas buzinas na rua, porém sei que Bieber ouviu

É mentira. Tem que ser!  Eu não posso perder ela, eu não posso! Ainda tinha tanta coisa pra dizer a ela, tantos 'eu te amo'.

-- Não diga isso Bieber. Passa o telefone pra ela! Vai, eu quero falar com ela -- digo entre o choro

-- Não posso fazer isso Joyce -- sua voz soa triste -- Não tem como fazer isso. Eu realmente sinto muito

-- Eu também. -- desligo e ligo a moto. Ponho o capacete e celular na cintura, e volto ao tráfego.

Preciso confirmar isso. Ver com meus olhos, por mais que eu sinta, por mais que saiba... Eu preciso ver!



*

Então,  a fic não acabou então peço que não abandonem. Demorei pra postar  porque a Tim é uma palhaçada na Internet! 
Mas de qualquer forma; ainda tem bastante coisa pra acontecer. Porém se abandonarem a fic eu apago a primeira e segunda temporada.
Não é fácil a morte de um personagem, principalmente principal, mas ainda tem muito pra acontecer. Amo v6 ♡

Tbm tô chorando com a morte dela, as vezes me odeio por te - lá matado 😔💔👌

Purpose - Justin Bieber Onde histórias criam vida. Descubra agora