Capítulo 1: Felix

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Cada capítulo dessa história tem uma seleção de imagens e gifs que eu posto no meu tumblr (no sanjiinocente) vocês podem me seguir lá para receberem atualização ou simplesmente verem o link externo. E para fazerem perguntas aos personagens podem fazer no tumblr (ficsssanji). 

Boa leitura. 

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--HARRY--

 Acordo todo ferrado com uma ressaca complicada. Uma festa qualquer de sábado, quem nunca? Ain't' it fun do Paramore estourando em meus ouvidos era meu despertador, malditas 6hrs da manhã. O desliguei tranquilamente, apesar de tudo, a voz da vocalista da banda nunca me cansava. Senti um suspiro de alívio na nuca, Felix sim odiava a voz dela.

 Ia ter que levar meu cachorro pra passear. Um dálmata enorme e infelizmente já de idade avançada, mas eu não gostava de pensar muito no assunto. Ele estava esparramado na cama e claramente com mais preguiça que eu. Esses últimos dias eu praticamente tinha que arrastá-lo.

Moro sozinho em um apartamento de classe alta. Tenho 21 anos e por enquanto não quero um emprego. Terminei o curso de gastronomia há alguns meses e é o que mais amo fazer. Minha mãe me enche sempre por eu não querer nada da vida, mas sou tranquilo com tudo basicamente.  Meu pai faleceu há alguns anos e me deixou uma boa herança e como não sou de gastar muito, não me preocupo com trabalho por enquanto.

Levantei e fui ao banheiro tomar um banho rápido, precisava de um remédio para dor de cabeça também. Não bebo muito, mas por solidariedade ao meu melhor amigo, que levou um belo chute no traseiro, decidi levá-lo a um bar e deixar que ele lamentasse o fim de seu namoro. Amigos são para isso mesmo.

Eles namoraram por longos cinco anos! Deuses! Eu não suporto uma garota por 3 horas – tirando quando ficam caladas ou fazendo melhor uso de suas bocas –, mas Liam sempre foi mais sensível e romântico, apesar de ele ser mais másculo em relação à personalidade e ao visual do que eu, vai entender... Viver com um homem deve ser mais fácil.

Nós nos conhecemos nas aulas de boxe quando tínhamos treze. Eu já fazia há um ano quando ele entrou, era um garoto gordinho e falava muito, no começo irritante, mas também sabia ouvir e adorava servir de cobaia para minhas experiências na cozinha.

Alguns minutos depois já tinha tomado banho e agora colocava meus tênis e tentava animar o Felix, sem sucesso. Resolvi amarrar com um elástico meus cabelos cacheados e compridos porque o Felix era imprevisível. Às vezes ele resolvia correr atrás de coisas totalmente aleatórias sem lógica aparente e não era legal comer cabelo enquanto tentava seguir seu ritmo.

Ouvi o barulho característico do Skype, tanto no celular como no notebook. Era meu amigo virtual de anos, não sabia muita coisa sobre sua família ou aparência, mas de resto eu o conhecia como ninguém. Até onde eu sabia ele tinha 16 anos e morava em alguma cidade da Inglaterra.

IrishHungry: E ai gostosão, já de pé? – li sua mensagem no meu celular e acabei sorrindo.

Oishi~CupCake: Sempre! Felix quer ver as cachorras hahaha. – respondi pegando a guia do meu dálmata.

IrishHungry: Hahaha. Ele é safadão como o dono? Passei a madrugada toda no carro e tô morrendo de fome cara...

Eu ri debochado, ele sempre dizia que estava com fome.

Oishi~CupCake: Hahaha, quando não está com fome? Nem vou te falar o que fiz de almoço ontem!    

IrishHungry: Você é mal hein. Mas de boa, vou comer já já, só esperar a garçonete trazer os pedidos. Sem falar que ela deu em cima do meu pai na cara dura! Mas eu até entendo, ele parece bem jovem.          

Oishi~CupCake: Hahaha. Ansioso pela mudança? Você ainda não me disse que bairro de Londres você vai morar! Podemos ser futuros vizinhos e não sabemos, já pensou? Ia ser muito bom. – ele demorou em responder, eu já estava saindo de casa àquela hora com meus fones de ouvido e óculos de sol.

IrishHungry: É... Ia ser incrível. É que eu ainda não sei, mas quando eu chegar à casa nova te mando uma mensagem com o endereço.  

Ele sempre desconversa, será que não quer me encontrar? Conheço bem sua personalidade e seus medos e ele os meus, deixei o assunto de lado, tinha que levar Felix logo.

Oishi~CupCake: Beleza, vou levar Felix logo antes que ele cague no hall do meu condomínio.

IrishHungry: Ok, até mais.

Quando Felix viu a rua, ele subitamente se animou, me forçando a correr para acompanhar seu ritmo, bem típico dele. Como havia previsto, meu dálmata resolveu correr atrás de um esquilo idiota.

-x-

Já eram 8hrs e voltávamos para casa quando uma picape vermelha parou na minha frente. Não estava com fones de ouvindo, mas mesmo assim distraído, Felix estava respirando com dificuldade e isso me preocupava.

–– Oi amigo, você se importaria de me ajudar com um endereço? Estou meio confuso aqui. – o homem perguntou e eu senti meu coração bater um pouco mais rápido que o normal.

Eu não tinha problema em admitir que existiam homem bonitos no mundo, mas aquele homem era sem dúvida o cara mais lindo que eu já havia visto na vida. Ele tinha cabelos castanhos, olhos azuis pequenos e uma barba por fazer. Ele vestia roupas sociais e me peguei pensando que isso era um tipo de desperdício.

 –– Claro!

Cheguei mais perto do carro e estranhamente fiquei nervoso de ficar mais perto dele. Ele tinha um pedaço de papel nas mãos. Ele sorriu me entregando o papel, eu devo estar ficando louco, mas era um sorriso lindo. Seus olhos ficavam ainda menores quando sorria e ele parecia bem sem graça... Li o papel e fiquei surpreso.

 –– Desculpe a curiosidade, mas você está de mudança, certo?

 –– Na verdade nós estamos. – Ele sorri novamente. Ele apontou para o banco do carona, me fazendo reparar no menino ali: cabelos loiros claramente tingidos, um pouco espetados e tinha olhos azuis, bem mais azuis que os do mais velho e agora, reparando melhor, tinham um ‘que’ de verdes, não sei explicar bem. – Meu filho! – continuou orgulhoso, estranhei, eles não eram nada parecidos – Estamos sim, vamos morar neste condomínio... Se eu achar né?  

O garoto devia ter uns 14, 15 anos e me olhava de um jeito estranho.

 –– Err... Oi garoto como vai? – Disse o mais simpático possível.

Ele pareceu corar e abaixou a cabeça, estranhei, mas olhar para o mais velho era melhor. 

–– Então, senhor... – recomecei voltando a olhar para seus.

–– Ahh, por favor, não quero me sentir velho hoje! Louis Tomlinson, prazer.

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Reedição definitiva ajuda da @LittlePeaceEvil

Nobody can have it all!Onde histórias criam vida. Descubra agora