First Time He Kissed a Boy ✧ Scorbus

Capítulo Único

Na primeira vez em que ele beijou alguém, não havia sido um beijo de verdade e ainda assim, estava marcada como uma das experiências mais estranhas que Scorpius poderia contar com todos seus dezesseis anos de vida.

Ele tinha doze anos e estava atrás das arquibancadas da escola, após todos irem embora porque ele não conseguiria se forçar á fazer aquilo com uma plateia o observando. Polly Chapman o olhava com expectativas, pois ambos sabiam o que iria acontecer em seguida desde que ela havia mencionado que sentia algo diferente por ele em uma conversa casual; e Scorpius havia assumido por si mesmo que gostava dela também, afinal, Polly era uma garota bonita que tinha cheiro de morangos.

Scorpius não havia conseguido ir mais longe do que um selinho nos lábios, e ele tentou fingir que Polly não parecia tremendamente decepcionada antes de sorrir desconfortável para ela e fazer seu melhor em não parecer que estava fugindo quando havia ido embora. Eles mal conseguiam olhar um para o outro depois daquele dia – ou pelo menos, era assim que parecia vindo do ponto de vista envergonhado de Scorpius todas as vezes que ele a via na sala de aula e nos corredores.

Aquela havia sido a única vez em que Scorpius havia beijado uma garota, se aquela experiência rápida e estranha poderia ser considerada. Embora, não ter beijado mais ninguém durante aquele curto período de tempo, não havia o impedido de desenvolver certa paixão por certa garota ruiva que era conhecida por Rose Granger-Weasley. Pelo menos, era o que Scorpius achava sentir por ela quando a via com a mão levantada durante alguma aula aleatória, pronta para formular sua resposta com os conhecimentos expandidos que tinha; ou quando ela recebia elogios dos professores por suas notas altas.

Ele gostava de quão sábia Rose era, mas a garota não ligava muito para suas tentativas de começar uma conversa ou até mesmo, se ele estivesse se sentindo confiante, chama-la para sair. Scorpius nunca significava algo grandioso, talvez apenas uma ida á sorveteria para discutir sobre algum personagem fictício de uma saga de livros de fantasia, mas, de qualquer forma, Rose ao menos olhava para ele nos corredores, o que dificultava suas tentativas.

Era estranho, para falar a verdade. Scorpius ouvia descrições sobre como era gostar de alguém em um sentido romântico, e ele não conseguia realmente se identificar com aqueles sentimentos em relação ao que sentia por Rose, mas ele também não encontrava outra explicação para sua admiração pelo intelecto da garota, então havia ignorado as matérias nos livros e se convencido de que gostava dela como havia gostado de Polly, lá no fundo.

Mas na verdade, embora Scorpius fizesse seu melhor para enganar á si mesmo sobre algo tão assustador quanto aquilo, os sentimentos de uma paixão pareciam se encaixar melhor com o modo como ele se sentia quando estava perto de outra pessoa, mas aquilo apenas não poderia ser algo além de sua cabeça. Afinal, era seu melhor amigo, em primeiro lugar, e em segundo, ele era um menino.

Scorpius não torcia o nariz quando via alguns garotos com namorados, pois ele não conseguia ver como aquilo poderia ser errado quando eles pareciam tão felizes com sorrisos enormes no rosto e olhares cheios de afeição um para o outro. Mas, por alguma razão, o sentimento não era o mesmo quando ele se pegava pensando demais ao ver garotos correndo pela quadra e se trocando no vestiário. Então, como seu mecanismo de autodefesa para aqueles pensamentos forasteiros – ainda mais quando envolviam seu melhor amigo – era apenas ignorá-los e continuar tentando conversar com Rose nos corredores.

No dia em que ela havia realmente concordado em sair com ele, a primeira coisa que Scorpius havia feito, fora visitar Albus Potter em sua casa depois da escola, pois o pânico sobre o que realmente aconteceria agora que Rose havia dito sim estava subindo em sua garganta e ele não sabia como reagir diante disso. E, a única coisa que havia lhe ocorrido foi a ideia de pedir conforto com seu melhor amigo.