Capitulo 17: Abuso

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  - O que já temos? Um sobrinho? Pergunta Rique ao telefone.

- Não.  Respondo

- Sexo?

- Não.

- Muitos pegas, pelo menos?

- Também não.

- Aí caramba, Manuella! Para de ser trouxa! O cara posta foto todo dia contigo,  a mídia tá louca atrás de ti e a imprensa internacional não vê a hora de descobrir quem foi a "bela mulata brasileira que roubou o coração do homem mais desejo na nação" e você não fez nadinha até agora?

- Nós trocamos uns carinhos e uns selinhos ontem. Respondo a meu irmãozinho que briga comigo por telefone.

- Estou desistindo de você agora mesmo.

Me assusto ao ver Matthew entrando com 2 sócios no nosso andar.

- Claro, Sr. Albuquerque, eu o direi, obrigada, boa tarde. Eu digo a Rique para ele entender que Matthew chegara.

Me levanto e cumprimento os homens que estão com meu chefe/namorado que me cumprimentaram de volta e entram na sala. Como de costume entro na sala depois de 5 minutinhos e perguntam o que eles vão querer tomar.

- Eu vou querer um café, diz o menor, sem me dar atenção.

- Um café para ele e aquele chá para mim, por favor Manu, e o senhor, o que vai querer? Matthew diz.

O homem maior e mais novo que o anterior porém mais velho que Matt me olha. Mas ele não apenas me olha, ele me olha como se eu estivesse nua e ele há 30 anos sem transar. Ele me olha com desejo. Arrepio. Ele continua olhando meu corpo e então diz.

- Whisky.

Saio para pegar os pedidos e fecho a porta atrás de mim. Faço o chá de camomila para Matt, e o café do pequeno e levo em uma bandeja e repito o processo com o Whisky. Quando me preparo para sair o sócio maior interfere. 

- Tudo bem se sua secretária ficar conosco durante a reunião? Ele pergunta.

- Ela está indo para o horário de almoço.

- Seria uma honra tê-la conosco e importante para os negócios. Tenho certeza que a dama não se incomodaria. O mais alto diz.

- Você se importa, Manuella? Pergunta Matt.

- De forma alguma, Sr.

- Então sente-se aqui. Matthew aponta para a poltrona à frente dele e ao lado do homem alto.

Me sento e então a reunião começa. Os homens falam muito e eu apenas presto atenção e anoto aquilo que acho importante. A certo ponto da reunião descubro que o nome do homem alto é Cláudio, ele é um dos mais importantes sócios da impressa, ele tem 10% dos negócios. Descubro também que ele gosta de me apalpar. Muito. Isso começa a me incomodar.

Cláudio começa com a mão do meu joelho, e eu apenas ignoro. A sua mão vai subindo e apertando minha coxa e eu tiro sua mão e belisco, mas ele sempre volta até que eu o chuto. Ele continua até chegar a barra da minha saia e então eu olho desesperada para Matthew que não entende o que está havendo e prossegue a reunião até que eu me levanto abruptamente.

- Será que você poderia parar de me apalpar? Pergunto já se pé e todos se assustam com meu ato.

- O que houve? Pergunta Matt.

- O Sr. Cláudio está passando a mão em mim.

Cláudio fica mudo e sem reação.

- Peço licença para me retirar, Sr. Matthew. Digo e deixo a sala.

Saio daquele ambiente sufocante e fico escondida na minha sala por 5 minutos até recuperar a compostura.
Já mais calma pego minha bolsa, desligo o telefone e me encaminho a um restaurante.

- Você acredita nisso? Digo indignada a Alice que almoça comigo.

- Que filho da puta! Mas você teve muita coragem, do jeito que eu sou cagona ficaria quietinha até o fim da reunião.

- Minha filha, eu não suporto homem folgado que se acha no direito de abusar da mulher e ela ficar quietinha.

- Você falou com Matthew?

- Preciso falar, sai da sala e vim direto pra cá, ele deve estar preocupado... Mas enfim, já está na hora de voltar.

Nos direcionamos ao prédio da empresa e então subimos para nossos respectivos andares.

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- Você está bem? Fiquei preocupado. Pergunta Matt acariciando meu rosto apoiado de costas à mesa.

- Me perdoe! Eu não queria dar aquele show mas eu não sabia mais o que fazer e sinceramente essa sou eu. Eu não suporto isso.

- Não é sua culpa! Você é uma mulher maravilhosa, cheia de qualidades e princípios e ver você tomando controle dessa situação só fez eu te admirar mais.

- Não prejudicou na reunião? Pergunto encostando a cabeça em seu peito.

- Que se foda a reunião, eu quero saber de você. Você é mais importante que qualquer reunião ou sócio! Você quer prestar queixa?

Ele pergunta segurando meu rosto com as duas mãos, como se fosse a coisa mais valiosa que já houvesse tocado.

- Infelizmente isso é muito comum no Brasil, e não daria em nada. Prefiro nunca mais vê-lo.

- Como quiser, meu anjo.

- Já almoçou?

- Tenho um almoço daqui a pouco e vou para o hotel, tire o resto do dia para descansar. Tome um bom banho, faça compras e me espere na piscina do hotel. Eu volto de táxi. Combinado?

- Como quiser. Respondo dando-lhe um selinho.

- Até mais, minha linda.

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1 ano depois...

Me sinto em uma piscina de sangue. Me sinto submersa em ódio e morte.

Apaixonada pelo ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora