Passo os dias todos a repetir a mesma rotina, acordo, vou até a cozinha pego uma caneca de café e meto lá um conteúdo completamente preto que chamam de café e em seguida acrescento um pouco de rum; acendo um cigarro e fico ali na cozinha do meu pequeno apartamento a ver o sol a levantar-se.
Depois deste ritual volto ao quarto visto-me e vou ao trabalho que não é muito longe dali.
Todos reclamam e dizem que o trabalho que eu faço é um trabalho que mete arrepios a todos, mas acho que se alguém não o fizesse eles iriam ficar jogados e a cheirar mal, e não havia quase ninguém com doações de órgãos.
Eu trabalho com os mortos e adoro o fazer.
Eles são os meus bebés que nunca tive, são eles que me fazem companhia quando não há mais ninguém que o faça.
Já fui apaixonada por um deles, era tão lindo, um rapaz nem muito magro nem muito gordo, acho que andava no ginásio pelo facto de ter um pouco de músculos, a pele dele era pálida por já está morto, cabelo liso e preto, olhos mais ou menos puxados.
Eu simplesmente o amei.
Tratei do seu corpo como se fosse o meu, penso que ele morreu de overdose, porque quando ele entrou na minha sala cheirava muito a álcool e a comprimidos taxa preta. E as análises que lhe fiz antes de o limpar revelavam o que ele tinha feito .
Cometeu suicídio por não aguentar mais.
Gastava de ter a mesma coragem que ele teve , mas não à tenho. Gostava de o ter conhecido quando ainda estava vivo, gostava de o ter ajudado.
Depois do trabalho, voltava sempre para casa, abria uma garrafa de cerveja e depois bebia um copo de rum puro, acendia um cigarro e ia dar uma volta pela noite escura da minha cidade.
Esta era a minha rotina, está era a minha vida, uma vida completamente triste e solitária.
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Rejeitada 1996 by: Thaís Carvalho
Mystery / ThrillerEsta história fala sobre vários acontecimentos por isso se leres um capítulo e veres que o mesmo tem relação com o outro capítulo, sim é verdade cada capitulo tem um fim, mas antes deste fim ele vai está em outro ( quando estiverem a ler, tudo fará...