#37. Quando nos Vênus, juro à Marte.

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[Gabriel Tenório Dantas]

    Helena passou alguns dias em meu apartamento, ela realmente tinha decidido ir pra Fernando de Noronha, eu queria muito ir com ela, passar meus dias com ela, mas Helena acha que eu devo ficar e assumir o filho de Lana que eu realmente acho que não é meu.
    Nesses últimos dias sinceramente estou muito nervoso e tenso, não penso em mais nada a não ser no bebê que Lana está carregando, não sei se realmente quero assumir esse bebê. Estávamos conversando quando ouvimos um barulho vindo da porta, era Lana, eu olhei pra ela e disse:
- Meu Deus, sério que vou ter que trocar a fechadura?

Lana:- Não precisa, é que vim conversar com você, mas já vi que você tem visita

Polado:- Tudo que você tem que dizer pode ser dito na frente da Helena.

Lana:- Ok então... Sem problema nenhum

Polado:- Pode falar então...

Lana:- Como vai ficar nosso filho? 

Polado:- O SEU filho no caso né?

Helena:- Gabriel, ela não fez o filho com o dedo dela

Polado:- Mas também não fui eu que coloquei a lasanha no forno.

Lana:- Gabriel, para de mentir pra si mesmo e assume seu filho de uma vez, é bem mais fácil assim.

Polado:- Só vou assumir quando ele nascer e eu tiver o exame de DNA na minha frente.

Lana:- Para de graça, Gabriel

Polado:- Não estou de graça, estou muito sério... Não vou assumir um filho que não tenho 100% de certeza que é meu, me desculpa.

Helena:- Gabriel, para de ser infantil por favor, já conversamos sobre isso e você me disse que assumiria pra me ver feliz.

Polado:- Eu vou assumir, meu bem, mas só com o exame na minha frente dizendo que sou o pai!.

Lana:- Você não confia em mim?

Polado:- Não mesmo! Você vem com essa de estar grávida de mim, e nós só transamos uma vez sem camisinha e eu comprei seu remédio pra nada dar errado!

Lana:- Remédios não são muito confiáveis.

Polado:- Só se não tiver tomado eles.

Lana:- Claro que tomei.

Polado:- Pois bem, o filho não é meu.- Lana sentou no sofá e começou a chorar muito, e disse:
-Ok, o filho é do Alex

Helena:- QUE?

Lana:- Me desculpa, mas o Alex não quer assumir, eu tinha que arrumar alguém pra assumir essa criança

Helena:- Vai se foder!

Polado:- Eu disse que não era meu.

Helena:- Fala pra mim que você está brincando com a minha cara!

Lana:- Não estou não, Alex é o pai verdadeiro

Helena:- Eu vou puxar seus cabelos pra fora desse apartamento se você não sair agora!

Lana:- Eu vou sair, mas porque está tão brava?

Helena:- Eu ia pra Fernando de Noronha e ia deixar o Gabriel aqui, por SUA culpa, esse bebê era a única coisa que me impedia de ser feliz com o Gabriel, você tá entendendo?

Lana:- Minha intenção não era separar vocês dois.

Helena:- Mas você conseguiu, agora vá embora já!.- Lana saiu pela porta e deixou a chave dela na mesa de centro da sala, Helena me abraçou chorando muito, e me pediu desculpas por não acreditar em mim e me beijou, eu estava com saudades do beijo dela, até porque não nos beijamos nesse tempo que ela ficou aqui.
    No final da tarde ela iria pra Fernando de Noronha, eu não queria que ela fosse sem mim ou até mesmo que ela fosse, ela ligou para a mãe dela e pediu pra ficar menos tempo lá, a mãe dela aceitou, ela iria ficar 6 meses e então voltaria pra mim, essa tarde toda fiquei ajudando ela a arrumar as malas e todas as coisas, ela aceitou gravar um vídeo comigo e eu iria editar enquanto ela estivesse no vôo.
    Então chegou a hora de ela ir para o aeroporto, eu chamei um Uber, ele chegou e eu coloquei as malas dela no porta mala do carro, nessa viagem até o aeroporto não conversamos, foi um longo silêncio, ambos pensando no que fariam 6 meses longe um do outro, sem ser presente, sem sentir o cheiro, sem o toque... Quando chegamos no aeroporto pegamos as malas e o vôo dela foi anunciado, meu coração gelou e eu fiquei triste, eu a abracei com todas as minhas forças e a beijei, beijei muito, falei pra ela o quanto a amava e disse também que quando ela voltasse eu não a soltaria nem por sequer um minuto.
   Ela começou a chorar e eu limpei as lágrimas dela e ela sorria e chorava, e naquele momento eu percebi o quão sortudo eu sou por ter essa mulher do meu lado sempre, por ela não ter desistido de nós, de mim! Então, ela se foi e um pedaço de mim foi com ela.

[Helena Marqui Limberger]

Apesar de todas as mentiras já esclarecidas, me sentia com culpa. Culpa por não ter acreditado na pessoa que mais amava, e ter me relacionado com um qualquer.
Durante a viagem, fiquei pensando em nós o tempo todo. Tentei ver filme, tentei ouvir músicas, mas só pensava em nossa relação daqui pra frente.
Durante os 6 meses que eu iria passar em Fernando de Noronha, eram meses apenas dedicados em estudos. O ensino médio ainda não acabou mas a escola está à beira da falência e quando minha mãe soube, me transferiu para um cursinho até a escola se firmar novamente. Gabi foi para Campos do Jordão, Isabella foi para Bertioga, e por aí vai. Mas minha mãe e a mãe do Gabriel estavam conversando, antes dele mesmo saber, eu já sabia que ele iria estudar 6 meses em Bertioga.
Bom, chegando lá, me hospedei na casa dos meus tios. Lá é uma chácara então teria espaço o suficiente para mim, meus tios e primos. Eles foram legais comigo, e pediram pizza.
Quando deu 21:00, fui para meu quarto, chorei, e liguei para o Gabriel. Ele não atendeu. Provavelmente deveria estar fazendo as malas, gravando vídeo,  ou pensando no que fazer... mas eu não sei. Só quero falar com ele. Beijá-lo novamente, tocá-lo novamente.
Dormi um pouquinho, acordei às 2:17 da manhã. Olhei o celular, haviam mensagens dos meus pais, das minhas amigas, mas o primeiro chat que abri foi o de Gabriel.
9 ligações perdidas. Liguei de volta.

Gabriel: Ei, como você está?
Helena: Mal. E você?
Gabriel: Pensativo...
Helena: Esse lugar é tão bonito
Gabriel: É mesmo?
Helena: Sim... queria estar aí com você
Gabriel: Você está sempre comigo.
Helena: Você me ama?
Gabriel: Sim, especialmente agora.
Helena: O que iremos fazer agora?
Gabriel: Dar um tempo. Eu quero te ver, beijar você, falar com você, nunca senti tanta sua falta.
Helena: Eu também...
Gabriel: Helena, estou pensando seriamente em cuidar do filho da Lana.
Helena: QUE?
Gabriel: Calma, não cheguei em nenhuma conclusão. Mas ela está sozinha, sem dinheiro, sem apoio, estou pensando em apenas mandar uma mesada para ela. O que acha?

Houve um silêncio, desliguei o telefone logo em seguida. Dormi com raiva, mas dormi rápido.
Decidi não pensar no assunto e esperar ele me chamar amanhã. Mas, com o passar dos dias, ele não me chamou. Não conversamos mais.
Talvez ele esteja mesmo decidido que irá tomar as rédeas da situação com a Lana, espero que ele não ouse mais falar comigo se for fazer isso.

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⏰ Última atualização: Jul 17, 2017 ⏰

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