Ela respirou fundo quando seu carro parou em frente ao orfanato, estava nervosa, já tinha esquecido aquela sensação, a tantos anos não se sentia nem ao menos ansiosa, quem dirá nervosa.
Esfregou uma mão na outra sentindo-as suadas, não gostava daquela sensação de borboletas no estômago, puxou mais uma lufada de ar e desceu do carro, ajeitou seus óculos de grau, que ela raramente usava, ergueu o queixo e começou a andar, entrou no orfanato e a primeira coisa que viu foram os vários brinquedos espalhados por ali, revirou os olhos para aquela bagunça, detestava ver as coisas espalhadas por todos os lugares.
Olhou para os lados a procura de alguém que pudesse dizer onde ficava a sala de Brooke, para a sua sorte uma senhora apareceu varrendo o chão, quando viu a presença dela olhou-a de cima a baixo.
— A senhora deseja algo? - Ela perguntou desconfiada.
— Onde fica a sala de Brooke?
— É logo ali, pode bater na porta.
A senhora apontou para uma porta ao lado da escada. Victoria não agradeceu e foi em direção à porta, não bateu foi logo entrando, encontrou Brooke olhando algo no computador, ela se assustou com a entrada brusca.
— Bater na porta é sempre bom.
— Onde ela está? - Victoria foi direto ao assunto ignorando Brooke.
— Está lá em cima, você é doida? Como você vem do nada busca-la? Eu mal soube o que dizer a ela, a cabeça dela deve estar muito confusa - Brooke reclamou.
— O que você disse a ela? - Victoria perguntou com o cenho franzido.
— Que a mãe dela vinha busca-la e que você não era fácil, que não é como as mães que ela ouviu falar, foi isso que eu disse a ela - Explicou.
— Ótimo, melhor assim, agora vá busca-la!
Brooke respirou fundo e se levantou saindo do escritório, Victoria se sentou para esperar.
Não demorou muito para que ela voltasse, com ela vinha uma garotinha de quatro anos, Victoria a olhou bem, era a primeira vez em dois anos que a via de perto, e como ela imaginou a garota lembrava muito Erick, seu cabelo de um ruivo cobre, nariz e boca eram idênticos ao dele, mas os olhos, a sobrancelha e o queixo eram dela.
A garota a olhava com curiosidade, Victoria tirou de dentro da bolsa um envelope e entregou a Brooke, ela sabia que ali teria dinheiro, muito dinheiro, o suficiente para comprar seu silêncio e uma forma de agradecer, então ela aceitou, estendeu a pequena mala da garotinha, que não tinha muitas roupas, para Victoria que pegou e olhou para a menina que observava tudo curiosa.
— Vamos — Ela chamou fria e a garota assentiu, se virou pra Brooke e sorriu.
— Tchau tia, depois eu venho te ver!
Ela disse e Brooke riu, conhecia bem a pequena para saber que ela deixaria Victoria louca em poucos dias.
— Venha mesmo pequena, sentiremos saudades
Brooke acariciou o rosto dela que sorriu e se virou para Victoria que já estava na porta, ela saiu e foi seguida pela pequena.
Ainda dentro do escritório Brooke suspirou, tinha avisado a pequena como Victoria era, não queria que ela criasse esperança em cima de uma coisa que não era verdade, mas olhando as duas ela se perguntou quem ficaria louca mais rápido, a filha por ter uma mãe tão grossa e fria ou a mãe por ter uma filha tão geniosa e teimosa, se virou para a sua cadeira e se sentou respirando fundo.
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Construindo {DEGUSTAÇÃO}
RomanceQuando Angeline engravida pela segunda vez, acaba despertando a fúria do marido. Albert nunca foi um apreciador das pequenas crianças, o fato de já ter um filho homem, em sua opinião era o suficiente para conseguir dar continuidade ao seu sobrenome...