Não sair de casa sem a sua companhia. Não usar roupas curtas ou que marquem muito as curvas de meu corpo. Não usar maquiagens fortes. Não assistir. Não olhar para outros rapazes. Não xingar. Não estudar. Não ter uma vida.
Se completam apenas dois anos desde que me uni ao meu marido com a esperança de enfim agarrar a felicidade e nunca mais solta-la. Nunca fui feliz, nunca provei a felicidade e nem ao menos senti seu gosto. Minha mãe entrou em óbito minutos depois de meu nascimento e meu pai fez do impossível o possível para me sustentar e me tornar uma mulher com deveres e caráter. Infelizmente anos após o mesmo se casou com uma mulher hipócrita e soberba, fazendo-me assim seu tapete e sua única diversão.
Hoje se completam quatro anos desde que meu pai faleceu por conta de um câncer no sangue e durante os dois anos após este fato senti o inferno encarnado em minha vida. Nunca tive tempo para namorar ou colocar meus olhos em algum rapaz, estava sempre atarefada e com o psicológico sobrecarregado, até que fui pedida em casamento por um antigo colega de classe.
Você deve estar achando isso meio louco, e para falar a verdade, no momento eu achei o mesmo.
Bom, vocês já são conhecedores. Minha resposta foi sim.
Eu nunca havia sentido o amor e ouvi-lo dizer que me amaria até o fim de meus dias era uma proposta loucamente tentadora. Não havia um porto seguro para refugiar o meu coração ingênuo e Dexter Föukler se tornou uma âncora no mar enfurecido de minha vida.
– Emma! - ouço sua voz em sua tonalidade rude como de costume - Desça rapidamente ou iremos se atrasar.
Me torno ágil e visto rapidamente um vestido longo num tom de rosa discreto que trouxe uma harmonia perfeita junto a cor de minha pele. Calço um sapato alto simples porém elegante e que encaixou-se perfeitamente no traje.
– Não temos a noite toda, querida. - ouço suas reclamações enquanto desço as escadas com cuidado.
– Perdão, acabei me distraindo na hora de escolher um traje, afinal é uma daquelas suas reuniões importantes, certo? - selo nossos lábios tendo logo após a vista de seu sorriso.
– Temos que ir. - ele coloca meu braço junto ao dele e caminhamos juntos até o nosso carro que já nos espera em frente a casa.
Dexter sempre se mantém sério em qualquer ocasião, seu jeito durão floresce ainda mais quando está dirigindo, ele não tem noção de como isso é atraente e tentador.
– Dex...
– Sim? - ele continua com o olhar focado na estrada e desprezando meu chamado.
– Quero fazer uma inscrição na biblioteca de aqui perto... - digo-lhe sem o encarar.
– Já conversamos sobre isso. - diz em um timbre grosso.
– Eu quero, Dexter... - é como se minha garganta desse um nó e como se o choro ficasse engasgado dentro em mim. – Eu quero muito, Dex...
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Possession
RomanceOh, querida! Lembra-te quando me jurastes perante o altar e perante à lei que seria fiel a mim até que a morte te leve para longe do calor dos meus braços? Você jurou-me e todos são testemunhas disso. Você é tão pura e tão ingênua que minha obsessão...