Prólogo

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Lindos dias pareciam não mais ter tanto brilho para a menina Aurora.
Cansada de brigas com o namorado, por coisas tão bobas, das quais por mais que ela tivesse razão, ele sempre a fazia se sentir pequena, e ridícula.

Apesar de trabalhar, estudar, ser uma jovem adorável, e ter tido bons momentos com seu parceiro.

Parece que naquele momento ela carregava o peso do mundo nas costas, tudo parecia ter perdido a cor, o sabor.

"Você é apenas uma menina imatura, insegura e carente" foram as últimas palavras dele para ela naquele fim de tarde.

Cansada de tudo, retirara a aliança que ele havia dado de presente para ela, jogou dentro da bolsa, desligou o aparelho celular, engoliu o choro, tirou os saltos, e pegou o elevador da empresa. Sorte. Estava vazio, umas lágrimas teimosas ainda escapavam do olhar perdido de Aurora.

As vezes você se sente tão deslocado, que parece não servir em qualquer lugar no mundo, e o desejo de sumir, desaparecer por ums tempos é ardente dentro do peito.

Pegou as chaves do carro, e foi caminhando a passos lentos até ele, abriu a porta jogou a bolsa no banco do carona, ligou o automóvel, e deu partida. Era sempre uma das últimas, a sair da empresa, mas seu chefe sempre ficava mais um pouco para resolver alguns problemas.

Já quase de saída, ainda ouviu...

- Aurora, espere, Aurora... é... ligação para você- Taylor o seu chefe e colega de trabalho estava com o telefone na mão e corria.

Ela havia desligado o telefone justamente, por isso. Não queria ver ninguém.. o dia foi exaustivo, além de ter discutido várias vezes com o namorado por ligação na hora do almoço, ela não tinha conseguido se concentrar.

Acelerou, até chegar nas ruas da cidade, já começava a chuviscar, e parecia que um temporal estava prestes a começar.

Queria ela, chegar em casa antes dessa chuva, tomar um banho quente, se enfiar debaixo das cobertas, e dormir.

Infelizmente o destino tinha outros planos.

- Maldito trânsito- Disse e viu que já passava das 19:00.

Já era para estar em casa, na cama, dormindo... mas não.

Depois de uma interminável hora, enfim os carros começaram a circular, em menos de 15 minutos o trânsito fluía levemente.

Acelerou, apesar da chuva já ter começado, e as pistas estarem escorregadias, ela acelerou, o sinal ia fechar, mas queria passar antes, e até conseguiria, se não fosse, o maldito caminhão que ultrapassou os limites acertando em cheio o carro de Aurora, recebeu toda a pancada, seu último vislumbre, foi os faróis altos do caminhão, e depois tudo escuro.

Escuridão.

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