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"Tudo muda". Certo essas palavras são exatamente o que sinto enquanto entro no avião em direção ao desconhecido,melhor dizendo Seattle.sempre vivi com papai em sidney sempre até agora.não pense nisso não posso chorar não enquanto estou de avião de classe econômica,ainda por cima ao lado de um certa cara que olha descaradamente para o meu pé.a minha vontade e de virar me é pergunta o que há de errado com o meu tênis Preto mas,certamente ele perguntaria o meu,e do jeito que estou deprimida e sentindo falta do meu pai eu choraria e pediria colo que nem criança.enquanto estou nesse dilema o avião pousa.ainda bem suspiro saio do avião agradecida e feliz.no desembarque vejo uma mulher bonita de roupa de hospital e cabelos curtos negros sorrindo para mim,corri até ela segurando a mala e para não chorar.

-Mamãe!-não a chamo assim desde sempre.
-Oi amor.venha vamos para casa.-ela me guia com seu delicado braço até o lado de fora.olho o céu cinza de Seattle e suspiro.parece até que Seattle fechou a cara para mim.esperamos pacientemente um táxi até um se compadecer de nós é parar.o caminho inteiro ficamos caladas,talvez Rachel quiseste falar algo sobre o tempo mas tinha certeza que acabaria tocando no assunto proibido "a morte de Charlie"coisa que com certeza ela não queria falar muito menos eu.chegamos ao prédio ou emaranhado de blocos cinza que minha mãe chama de lar,ele não é bonito nem feio só assustador.o modo que o vidro e o concreto parece brigar sempre me deixa nervosa.entramos pela recepção sem olhar direito para o porteiro,muito menos nos importamos com o fato do espelho do elevador estar com o vidro sujo.quando finalmente chegamos ao último andar saímos e nos dirigimos para o apartamento 607 que era a casa de Rachel e minha agora.ele não era de se encher os olhos mas era aconchegante e simples e arrumado diferente do chiqueiro que eu e papai  vivia.um nó se forma na minha garganta com o simples pensar nele.

-Lissa você quer comer algo eu posso ver alguma coisa-ela fala enquanto joga a minha mala e sua bolsa no pequeno sofá bege.
-Não precisa mãe estou bem-olho só por mania a cozinha americana toda a madeirada dela.ela nunca foi conhecida por sua habilidade de cozinhar mas entendo enfermeiras se preocupam com o colesterol não com o sabor.-acho que vou dormir,amanhã já vou ao manicômio,quer dizer escola-tento fazer um sorriso que parece mas uma careta enquanto pego minha mala e corro ao quarto que sempre fora meu.abro a Porto e solto um suspiro sempre amei esse quarto.a cama de ferro Branca de casal o armário de madeira a escrivaninha com agora o pequeno computador até o abajur azul e as paredes da mesma cor.me jogo na cama com a roupa de viajem e sapatos e me deixo levar a pensar sobre amanhã.escolas no meio do ano nunca parece coisa boa.adormeci com os pensamentos não na escola ou sobre o fato de eu parecer um ET de madeixas ruivas,mas sim no cara no meu pai que me deixou a duas semanas.

A gangueOnde histórias criam vida. Descubra agora