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*BIP BIP BIP*

Meu despertador gritava loucamente para que eu acordasse. Não sonhei com nada essa noite, mas sentia que algo bom iria acontecer hoje, eu estava tão ansioso e feliz.

Pulei da cama, separei meu uniforme encima dela e corri para o banheiro. Quando fiquei pronto, desci as escadas correndo feito um doido e fui até a cozinha.

- Que alegria é essa, senhor Caio? - Dona Anna dizia, enquanto colocava o café da manhã na mesa.

- Eu estou esperando algo bom desse dia mãe, não sei porque.

- Que bom que já está se adaptando, mas agora eu estou atrasada, deixei seu lanche na geladeira. - Ela beija minha testa, pega sua bolsa na sala e sai com o carro, falando ao celular.

Sentado naquela mesa de jantar, ficava imaginando que matérias eu teria, se eu faria muitos amigos, se a comida da escola era boa, passava de tudo um pouco pela minha cabeça.

Assim como nas antigas casas, minha mãe nunca ficava para tomar café comigo por conta de excesso de trabalho, e isso me deixava um pouco distante dela. Nos falávamos bem pouco, quase não nos víamos. Eu dizia um bom dia no café da manhã e um boa noite antes de dormir, por volta de 10 horas da noite, que são os horários em que ela está em casa.

Peguei minha bolsa e saí em direção à escola. Como era perto de casa, eu ia a pé mesmo, assim economizo as rodinhas do meu patins.

A escola é enorme, deve ter uns três andares, eu sinto que vou me perder lá dentro. Caminhando até a porta, vi que tinham muitos alunos olhando pra mim, óbvio, eu sou o "novato". Pelo que percebi, os alunos residentes de qualquer escola odeiam quando entram alunos novos, é como se fosse uma invasão territorial.

Via de longe muita gente cochichando sobre mim, mas eu não liguei, estava no meu primeiro dia de aula, então é normal que isso aconteça. Pelo corredor haviam vários armários, portas de salas e, mais e mais alunos. A sala da diretora era a última do corredor, uma porta de vidro fosco com uma pequena plaquinha escrita "diretoria". Minhas mãos ficaram geladas naquele momento, era agora que eu descobriria e que turma de segundo ano eu entraria.

Levantei minha mão, mas não precisei bater à porta, a diretora Hitchkong (eu também fiz comentários cruéis com o sobrenome dela) veio meu recepcionando e me mandando entrar na sala dela.

Isabelle Hitchkong era uma mulher de seus trinta e poucos anos que administrava aquela escola melhor do que qualquer outra diretora, foi o que me disseram.

- Seja bem-vindo à nossa escola, senhor Prisce, estávamos ansiosos para recebê-lo.

- Muito obrigado senhorita Isabelle, é uma gentileza poder estudar nesse colégio.

Formalidades, eca!

Bom, de acordo com o papel que ela me entregou, sou da turma 2B. Enquanto passava pelo corredor, aproveitei para procurar o meu armário, numerado como 394, perto da biblioteca. Guardei meus materiais nele e fui procurar a primeira sala em que eu teria aula.

Um pouco mais à frente de um dos corredores daquela escola (que eu considerava um labirinto), encontrei a sala onde eu teria minha primeira aula, aula de Geografia.

A professora, ao me ver, me puxou para o meio da sala e começou o seu lindo discurso, como todos os professores fazem com os novatos das escolas.

- Turma, esse é nosso novo colega! - Ela virou-se para mim. - Apresente-se para a turma.

- Me chamo Caio Prisce.

- Seja bem-vindo! - Disseram todos, com um desânimo incrível.

-Muito bem, pode sentar-se atrás do Alex.

Alex?!

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