We are on the ground screaming.

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2014, Doncaster.

- Harry, não fique tão inseguro, Louis ama você, se você o quer para sempre na sua vida apenas faça o pedido. - Anne dizia.

Harry sorriu. Ele queria acreditar no que a mãe dizia. Ele só tinha... medo.

- Eu as comprei, quer ver? - Ele perguntou, tímido.

- As alianças? Amor... Claro, tenho certeza que são lindas. - Sua mãe disse gentil como sempre.

O cacheado tirou da mochila uma caixinha de veludo preto, e as mostrou para Anne.

Prateadas, uma com pedrinhas de esmeralda e a outra com lápis-lazúli.

Azul e verde, verde e azul.

X

Doncaster , 2017.

- Eu nunca as joguei fora, mãe. Eu sei que disse que tinha jogado mas... Elas continuaram lá. Eu só... só não tive coragem. - Chorando, harry dizia à mãe.

- As alianças? Meu amor, eu sempre soube. Você acha que não te peguei várias vezes mexendo nelas? Louis faz parte de seu passado, você não precisa deixá-lo afetar você novamente.

- Ah mãe... Ele nunca parou de me afetar.

X

O som de algo caindo foi a forma que Louis foi acordado. Ele se sentia pesado. Sentia que a cama era o lado positivo e ele o negativo de um ímã. Ele não queria se mover.

Ele percebeu quando Zayn entrou no quarto. Percebeu quando o menino sentou na cama e o olhou preocupado. Mas ainda assim, ele não conseguia falar. Ele não queria falar.

- Tommo... São 22 horas da noite, você precisa de algo? - Zayn disse percebendo que ele não queria falar do... assunto.

- Eu dormi desde quatro horas da tarde até agora? - Perguntou e ao falar reparou no quanto sua voz estava rouca.

- Louis você dormiu desde quatro horas da tarde de ontem, até agora.

- Oh. Okay. - Louis disse e se levantou para... para fazer qualquer coisa sem ser ficar em um estado vegetativo por mais 36 horas. Ele não tinha nenhum sentimento em seu rosto. Pareceria... Frio.

Assim que levantou foi quando lembrou.

Atraso, futebol, Harry, fotos, Harry, choro, Harry, Harry, Harry.

- Onde ele está, Zayn? Ele foi embora? Pra onde ele foi? - Louis falava tudo rápido demais, Malik via o quanto ele estava nervoso.

- Louis, Hey! Se acalme, você verá ele amanhã, você precisa ter controle, eu te conheço, você sempre falou dele sem dizer o nome, mas a noite é "Harry" que você diz enquanto dorme. Assim que botei meus olhos nele eu sabia. Ele é exatamente como você diz que ele é.

- Zayn... Eu não vou suportar. Não novamente. Não vou suportar vê-lo ir embora novamente.

- Lou, se acal...

- Eu preciso sair. - Louis o interrompe.

Zayn não disse nada, assistiu o menor colocar uma roupa, pegar suas coisas e sair de casa. Talvez ele precisasse disso.

X

Louis se sentia... Apagado. Sem graça. Sem vida. Não havia luz.

Ele sempre foi um garoto feliz, principalmente quando Harry entrou em sua vida. Foram os melhores anos de sua vida. Harry foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida.

Ele amava tanto aquele garoto enorme, desengonçado e tímido. Tanto que doía.

No dia em que ele deixou Harry, Louis achou que sua vida não tinha mais sentido, afinal sem Harry não tem Louis. Ele apenas foi pra casa e disse à sua mãe que tinha terminado com Harry pois "Não estava dando mais certo". Jay estranhou. Lottie estranhou. Todos estranharam. Mas o único que teve algo a dizer foi Mark. Ele conversou tanto com Louis, ele era pai dele, afinal, pai é quem cuida, proteje e ama, certo? Troy nunca faria isso. Mark ajudou Louis a passar por todos os momentos difícil, inclusive quando ele perdeu Harry.

Logo, conheceu Zayn, Louis não poderia pedir por um amigo melhor que ele. Ele estava subindo na carreira como jogador, Troy tinha sido preso, apesar de não ter Harry, sua vida estava melhorando.

Quando Louis soube que Troy havia sido preso tudo que ele queria era correr até Harry e dizer o quando ele o ama. Mas ele não tinha mais Harry, ele nem sabia onde o cacheado estava. Foi difícil. Mas ele se apoiou em Mark.

Agora, Louis queria conversar com Mark. Infelizmente, ele estava em Doncaster e sua família morava em Londres devido a uma promoção que Mark tinha ganhado. Talvez uma ligação bastasse.

No terceiro toque Mark finalmente atendeu.

- Filho? Quanto tempo... - Ah, Louis sentia falta, ele sabia que tinha passado muito tempo sem ligar.

- Oi pai. Sinto muito, eu estive ocupado com trabalho e alguns problemas, juro que não vai acontec...- Louis dizia nervosamente.

- Calma, calma Louis. Diz logo, o que houve? - Mark o interrompe já sabendo que algo devia ter acontecido pelo tom de voz do garoto.

- Ontem eu vi Harry. Ele assinou um contrato de fotógrafo do Doncaster Rovers, pai. O que eu vou fazer? - Louis diz tudo de uma vez, esperando que o que seu pai dissesse ajudasse a fazer ele parar de tremer tanto. E nem estava frio.

- Calma... O que? Harry? O Harry? - Até Mark estava nervoso agora.

- Sim. O Harry.

- Louis... Você sempre me disse que se pudesse voltar no tempo teria feito tudo diferente. Troy não pode separa-los mais. Corra atrás dele, filho. Eu sei que você ainda o ama.

- Eu nunca deixaria de amá-lo. - Louis dizia já com lágrimas nos seus olhos mas secando-as, estava cansado de chorar.

- Eu tenho que ir, mas você pode me ligar depois que eu sair do trabalho, okay? Sua mãe e suas irmãs sentem sua falta.

- Diga a elas que eu as amo muito, e que vou visitá-los logo. Te amo, pai.

- Eu também te amo, filho.

Agora, andando nas ruas de Doncaster, Louis tinha uma pequena luz. Ele vai correr atrás de Harry. Harry seria seu novamente.

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