Prólogo

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O sol, nossa fonte de luz e de vida, é a estrela mais próxima de nós e a que melhor conhecemos. Para muitos representam um Deus, mas para Jungkook era apenas uma estrela inatingível. Todos podiam admirá-la dizendo o quão bonito podia ficar o dia por sua causa; era fonte de vida para todos os seres do mundo, mas simplesmente ninguém podia tocá-la e Jungkook sentia-se igual, intocável. Não de toques carnais mas seu coração, o qual sentia que deveria escondê-lo de todos.

Solitário? Talvez fosse essa a palavra usada para descrevê-lo, porém no fundo do coração do jovem Jeon apenas habitava o medo e isso o colocava à mercê de um escudo que o deixava inatingível como o sol. Era jovem demais, todos tinham completa convicção disso e não o questionaram quando o garoto se negou a entregar sua alma a uma bela dama.

Apesar de Jeon ter um coração totalmente protegido do amor ainda era um menino muito solidário, seu sorriso cativava até mesmo as flores dos campos, os animais que existiam na floresta e principalmente o povo que morava perto de si, na capital.

Jungkook podia ser novo mas as responsabilidades o acolhiam desde cedo, fazendo-o ser alguém totalmente cobiçado por mulheres que amavam a masculinidade que emanava em seu corpo. Era certo dizer que o mais novo era bem conhecido entre as pernas das garotas que tanto o desejavam, entretanto, elas só tinham o seu corpo pois sua alma estava trancada a sete chaves em um lugar que ninguém poderia encontrar. Ou era isso que ele pensava.

O lindo sol intocável incomodou seus olhos o acordando de um sonho sem sentido algum, mas que pouco o importava porque logo suas narinas foram preenchidas por um forte perfume feminino. Tossiu no mesmo instante e pôde perceber que aquela não era sua cama e sim de uma doce dama, que deixara de ser inocente na noite passada. Jungkook a afastou com cautela e tentou se levantar, porém o ato foi falho ao ser puxado pelos braços da garota que nem se dava ao luxo de lembrar o nome.

- Onde estás indo, meu querido? – perguntou abrindo os olhos com dificuldade.

- Ora, para meu lar onde eu devia estar a várias horas. – respondeu simplista vestindo a calça, jogada perto da cama.

- Como ousa dizer isto? Devias tomar café com os meus pais e me pedir em noivado. – cobriu seu corpo com o lençol de seda, que devia ter-lhe custado uma boa quantia de dinheiro.

- Eu que te pergunto, minha dama, foi capaz de achar mesmo que tu se deitarias comigo e depois eu te pediria em casamento? – sorriu de modo sarcástico e se pôs de pé, procurando suas vestimentas.

- Se eu não achasse isso jamais terias me deitado contigo. – franziu o cenho confusa, porém não era a primeira a “achar” algo e entregar-se a Jeon em seguida.

- Tu não ouviste meu nome nos lábios tão deliciosos de outras damas? Já me sinto tão cansado de aguentar meu nome por ai. Devias saber que eu não sou um homem que amas alguém. – quando tais palavras foram ouvidas pela jovem, ela riu sem conseguir acreditar no que estava a passar.

- Como consegues ser tão desprezível? Eu entreguei minha castidade a ti e agora está a me deixar sozinha, com esta terrível sujeira em minha doce alma?

- Não duvides que teu corpo é bem mais doce que a tua inocência. – mordeu os lábios se lembrando do gosto da mais nova.

- Vosmicê me dá nojo! – gritou enquanto via o jovem Jeon saindo de seus aposentos.

Jungkook descia as escadas com pressa, ajeitando seu cabelo bagunçado com os próprios dedos. Passou pela sala, onde os pais da garota tomavam um delicioso café da manhã, e que logo foi interrompido por uma má descoberta.

- Olá senhores, prazer, Jeon Jungkook. – se curvou, pegando apenas uma torrada e a colocando na boca, enquanto os pais da jovem o olhavam espantados.

- Jeon! Jeon! – ouvia-se a voz da filha pelas escadas. Logo chegou ao seu fim apenas com os lençóis envoltos ao seu corpo. – Papai, mamãe... – engoliu o seco vendo a ira crescer no olhar do próprio pai.

- JEON! – gritou batendo as mãos na mesa com a raiva eminente em seus punhos.

- Foi um prazer conhecê-la, minha senhora. – Jungkook ousou beijar a mão da esposa do velho senhor e se pôs a correr.

O homem corria atrás dele, com uma arma grande e aquela não seria a primeira vez de Jeon fugindo de balas que quase o pegavam. Já havia perdido as contas de quantas vezes foram. Se divertia a cada manhã que corria dos pais das jovens, nem tão inocentes assim, e se deliciava da torrada enquanto despistava aqueles velhos homens de grandes terras.

Ao chegar na entrada de sua casa, ajeitou o colete que vestia e deu os primeiros passos, já prevendo que sua mãe o repreenderia. Entrou em seu lar, vendo que estava um pouco movimentado. Todos andavam de um lado para o outro com utensílios em mãos.

- Senhora Jeon! – gritou para irritar sua mãe, que apareceu atrás do mesmo em frações de segundos.

- Senhora a sua mãe, garoto! – deu um leve tapa na nuca do mesmo, o amaldiçoando por não chamá-la de mãe. – Eu que te criaste, deverias me dar mais respeito. – disse inconformada.

- Mas a senhora és tão bela que me recuso a chamar-lhe de mãe. Tem idade para ser minha esposa ao invés de ser a mulher que me deu a luz.

- Ora, está muito abusado esta manhã. – estalou a língua insatisfeita. – Não posso acreditar o desgosto que este menino me dá. Deus serás capaz de mudá-lo? – suplicou. – Você não dormiu em casa, não é? – mordeu os lábios esperando que ele não tivesse feito nada além de ter dormido em sua própria cama.

- Se eu disser que dormi em casa, a senhora acreditaria em mim? – arqueou uma sobrancelha reprimindo o riso que queria soltar ao ver sua amada mãe enraivecer.

- Às vezes acho bom mesmo que tu não fale que eu sou a tua mãe, pois eu não sei o que fiz de tão errado em sua criação para que dormiste com tantas mulheres. – puxou a orelha do filho o fazendo gemer de dor.

- Mas eu só amo a senhora! – a mesma desafrouxou o puxão e o olhou com grande compaixão nos olhos, que logo cessou.

- Isso não quer dizer que você irá encontrar o amor na intimidade das outras damas! – ficou brava mais uma vez. – Me deixe sozinha, é demais para aguentar em uma só manhã. – se afastou do homem que gerou em seu ventre. - Fique pensando o quanto insolente, tu príncipe, és.

- Viu porque procuro o amor na intimidade de outras mulheres? – gritou para que a mãe ouvisse já das escadas, a dando mais irritação.

- Eu te deserdo a partir de hoje! – gritou lá de cima, fazendo Jeon gargalhar.

Após rir da mulher que tanto amava virou-se para a sala vendo mais e mais servos que se vestiam de branco. Incapaz de contar quantos, todos carregando flores, ou objetos caros de decoração. Acabou por lembrar-se do baile que teria em casa, então um sorriso se formou em seus lábios, dando malícia aos seus pensamentos. Afinal, muitas damas inocentes estariam ali prontas para serem tomadas por Jeon.

Porém afastou imediatamente seus pensamentos impuros ao ver um capuz vermelho destacar-se a tantas vestimentas brancas. A garota que o portava caminhava entre os pilares de modo calmo, mas era quase impossível de vê-la, pois muitos servos estavam ali atrapalhando a visão. Entretanto, isso não impediu da jovem mirar os olhos no príncipe com um olhar sombrio, cheio de segredos. Convidativo.

Sorriu levemente ao ver que o outro a olhava, porém, enquanto mais servos passavam por ali em frações de segundos a mesma sumira deixando Jeon totalmente intrigado.

- Quem deve ser? – sussurrou franzindo o cenho.

Aqueles olhos. Não conseguia entender mas eles tinham feito que o príncipe caísse em um encanto completamente bobo. Sim, era dessa forma que ele se sentia. Total entregue ao prazer de sentir-se tentado a descobrir quem era ela.

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Bolinhooos, o que acharam do prólogo? Gostaram? Me digam nos comentários, amarei lê-los.
Para ser sincera espero muito que tenham gostado, omg >\\<
Um aviso rápido: irei postar de 4 em 4 dias, então não se desespere, é rapidinho kkkkkk
Enfim, até o capítulo 1, leitor.
Byebye ❤

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