We Don't Believe What's on TV (1)

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Era um recomeço. Uma nova vida, um novo país, novas pessoas. Tudo parecia ser novo demais. Estranho demais. Rápido demais. Mas o vôo foi demorado. Eu não aguentava mais ficar ali. Não vou mentir, queria me jogar dali. Me jogar na imensidão azul-branca dali. Afinal, não seria tudo mais fácil? Se eu me jogasse, não teria como acontecer nada de ruim.

- Sunny? Sunny, você tá me ouvindo? - Eu ouvi minha mãe falando comigo. Estava perdida demais nos meus pensamentos e na música que saía dos meus fones.
- Sunny, presta atenção, a gente tá chegando, guarda suas coisas. - Agora era a vez da minha irmã tentar fazer eu voltar pra realidade.
- Oi, eu tô acordada gente, calma. - Eu disse, tirando os fones e guardando tudo na minha bolsa.
Eu já sentia o ar ficar preto-verde a medida que o avião descia.
No aeroporto, era tudo normal. Talvez mudar pra cá não seja tão ruim. Eu já estava cansada da minha cidade natal. Meus períodos de depressão estavam se tornando mais e mais frequentes lá. Talvez essa mudança não fosse completamente horrível.
Depois de uma pequena viagem no carro que alugamos, chegamos na nossa nova casa, para darmos uma olhada na vizinhança. Os móveis não tinham chegado ainda, então íamos ficar na casa da minha tia por uns dias. Eu já estava odiando essa ideia, porque minha tia me irritava ás vezes. Mas era só uma semana, então, eu aguento.

- GAROTAS! COMO VOCÊS ESTÃO GRANDES! - Minha tia gritou, a uma altura que todos os vizinhos possivelmente teriam ouvido, se não fosse pela música alta que vinha da casa do lado.
- Oi Tia - Eu juro que tentei me animar, mas não dava, aquela vizinhança era tão verde-laranja.
- Entrem, vamos rápido sair de perto dessa barulheira do vizinho e podermos conversar.
Conversar. Essa é uma coisa que eu realmente não sou boa. Não sei puxar assunto, e quando puxo, não rende conversa.
Mas enfim, eu fui obrigada a ficar lá, contando como eu estava na escola e se eu estava feliz pela mudança por pelo menos umas duas horas.
E a barulheira no vizinho não parava. Não era uma música de gravada, estava sendo tocada na hora, tenho certeza. Por falar nisso, me bateu uma saudade de tocar teclado, mas ele ficou na minha cidade natal, junto com todos os outros móveis... Voltando ao barulho, eu sei que conhecia aquela música de algum lugar. Já tinha ouvido tocar na rádio ou alguma coisa do tipo. Resolvi perguntar.
- Tia, de onde vem essa música?
- Ah, é da vizinha, ela tem uma filha que fica tocando guitarra o dia inteiro, eu já até reclamei, mas não adianta.
Conhecer uma garota que toca guitarra não seria uma má ideia. Preciso de amigos, ou pelo menos de alguém que eu conheça.
- Ei, Sunny, por que você não assiste um pouco de TV? Eu tô vendo que você tá meio triste, pode assistir alguma série. - Minha tia me tirou dos meus pensamentos de novo.
- Desculpa tia, mas eu não acredito no que passa na TV.

~//~

Na hora do jantar, eu já tava preparada, porque, pode se dizer que a comida da minha tia não é muito boa.
Eu tava esperando todos se sentarem, quando eu ouço a campainha tocar.
- SUNNY? VOCÊ PODE ATENDER POR FAVOR? - Se alguém conhece uma pessoa que seja mais escandalosa que minha tia, favor me manter longe.
Eu caminhei até a porta e abri.
- Oi, você deve ser a irmã da Lucy certo?
- Sobrinha, pra falar a verdade.
- Ah sim, bem vinda querida, eu sou a Anne, esse é meu marido Mario e minha filha Mallory. - Todos me cumprimentaram e Anne me deu um abraço. Eu não sou muito acostumada com esse tipo de coisa. Parece que todos aqui são mais extrovertidos, mais abertos, sabe? Não consigo ser assim.
A garota, Mallory, não falou nada, só deu um sorrisinho e entrou. Ela tinha cabelos pretos e cacheados. Parecia ser legal, e eu acho que era ela quem estava ouvindo aquelas músicas hoje. Por que eu ainda me sentia tão cinza-azul naquele lugar? Parecia que não me encaixava, que todos era rosa-amarelo.

Durante o jantar, os vizinhos conversaram com minha tia e meus pais, enquanto eu e Mallory ficamos quietas, só vendo todos conversando e comendo

-Ei, Mallory, por que você não leva a Sunny pra conhecer a Praça? Vocês parecem não estar a divertindo muito aqui.- A mãe dela disse isso e eu congelei. Eu realmente não sou boa com pessoas novas, não sei conversar e muito menos puxar assunto.
-Ah mãe, jura?
-Sim, vai logo, mas não esquece do casaco.
A mãe de Mallory tratava ela como criança, já dava pra perceber.
Eu saí de casa com ela e tentamos conversar.

-Oi.
-Oi.
-Seu nome é Sunny certo?
-Uhun...
-Você já sabe onde vai estudar?
-Na verdade, não muito bem, mas acho que é em uma escola em um bairro aqui perto.
-Deve ser a minha escola. Não tem muitas escolas aqui na cidade...

Depois de uns minutos conversando, eu comecei a achar Mallory um pouco verde-laranja-amarela. Ela era legal. E é um bom começo conhecer alguém aqui.

A A A A A H
Oi pessoas <3
Eu nunca sei como começar meus livros, kwndkwn mas até que eu gostei do resultado sz
As cores que aparecem durante o livro, são tipo uma sinestesia, então pode ter gente que não entenda, mas mesmo assim, não é muito relevante por enquanto.
Enfim, é isso, espero que estejam gostando ♡

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⏰ Última atualização: Aug 01, 2017 ⏰

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