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— Você é uma menina de rua? — Pergunta ainda tentando me ver. — Se estiver com fome ou frio eu posso tentar te ajudar. — Ele estende a mão.

De alguma forma, eu preciso de algum lugar para me hospedar para não adoecer, mas se trata de um estranho. Formulei uma história em minha cabeça e o olho.

— Eu me perdi e moro muito longe. Você poderia me ajudar? — Ele franziu o cenho novamente.

— Você não está grande demais para se perder por ai? — Ele me olha.

O olho melhor e reviro os olhos. Já havia o visto em algum lugar, algum outdoor ou loja, mas já o vi antes. Deve ser um modelo ou alguma ilusão minha.

— Você vai me roubar? Não está mentindo né? ㅡ disse ele cruzando os braços.

— Eu tenho cara de quem saiu de casa no meio dessa chuva pra roubar alguém?

— Tá, vem pro carro ou irá adoecer de verdade. — Ele sai e entra em seu carro. Cogitei em reclamar da sua falta de educação, mas me tirar da chuva foi a melhor coisa que ele pode fazer. — Toma esse doce e esse café aqui. — Me oferece um pão doce e um dos cafés da caixinha com oito copos. Pego e começo a comer.

— Me deixe em qualquer hotel. Eu conseguirei me virar. — Digo desviando o olhar dele.

— Não, você só pode estar louca! — Diz.

— Então onde vai me levar? — O olho.

— Pra minha casa, né! Na rua você não poderia ficar, ainda mais numa chuva dessas. — Ele bufa. — Amanhã bem cedo eu te deixo em casa. — Acenti tímida.

Ele usa uma blusa simples preta com uma calça moletom da mesma cor. Usa uma touca preta que valoriza bem a cor pálida da sua pele.

O caminho ficamos calados e ele aparentemente estava apressado. Chegamos em sua casa, ou melhor, mansão. Ele para o carro e me olha.

— Vai ter algumas pessoas lá dentro. Não se assuste com tamanha idiotice e infantilidade. — Ele sai e logo em seguida vem ao meu lado do carro e abre um guarda-chuva. Saio e fecho a porta entrando na casa.

De fora, era possível ouvir altas risadas masculinas, o que logo me vez questionar se ele era gay. Entramos em silêncio e eu de cabeça baixa olhando para meus pés encharcados.

— Ei, quantas vezes nós falamos para não trazer as suas meninas aqui sem o nosso consentimento? — Perguntou um rapaz de cabelo meio rosado.

— Shiu! Eu também moro e mando aqui, assim como vocês, eu tenho direito de trazer as pessoas aqui! — Vai até uma escada e sobe a mesma sem olhar pra trás.

Seu jeito ignorante me lembra mundo Chung. O que será que ele está fazendo agora? Será que está me procurando? Será que está com raiva ou aliviado?

— Quem é você? — Um rapaz com roupa colorida e aparentemente da mesma marca vem até mim. — Você está tremendo e com febre. Venham me ajudar, seus mal educados! — Olha para os demais que logo se levantaram. De fato, eu estava numa tremedeira só e quase morrendo de febre.

Um aparece com um travesseiro e um cobertor. Um trouxe algo numa caneca e levaram até mim. Me ajeito e vejo eles me olhar torto.

— Eu tô incomodando, né? Desculpem-me, eu vou embo-

— Não, você está muito mal pra sair numa chuva dessas. Fique aqui que vamos cuidar de você. — Disse um rapaz alto de ombros largos, aparentemente o mais velho.

Minutos depois, o rapaz de pele clara desce, agora vestido com um conjunto de moletom preto. Ele está sempre de luto ou é cor favorita dele?

— Eu achei ela na rua, bom... achei não, porque perdida ela não estava. Amanhã a deixarei em casa. — Vai pra cozinha.

A Love By Accident. (Imagine Min Yoongi)Onde histórias criam vida. Descubra agora