Write On Me (Camren/You)

Cap. 19 - Recomeço

POV Hailee

Fazem 2 meses desde que S/N terminou comigo. Já tentei de todas as formas entrar em contato mas a mesma me evita, me bloqueou em todas as redes sociais e por ultimo trocou de número. Além de proibir minha entrada em seu prédio. Não sei mais o que fazer, sei que ela está bem unida com as meninas, mas nem assim adiantou, elas tentaram até me ajudar, mas S/N não quer nada que venha de mim. Me sinto quebrada, dói muito ver minha melhor amiga, a garota que eu amo com tanta raiva de mim e até hoje tento entender o que aconteceu, eu jamais a trairia, mas não lembro de nada, então não tenho nem como chegar e negar algo. Sigo tentando tocar minha vida, Calvin tem marcado tantos shows que não tenho tempo de respirar com nada, fora as gravações do filme. Talvez eu devesse dar tempo ao tempo, se for pra ficarmos juntas ou ao menos voltarmos a ser amigas, o destino se encarregará disso. Enquanto isso peço a Deus que cuide dela e que as meninas continuem ao seu lado, dando força e impedindo que ela caia no fundo do poço novamente e dessa vez por minha culpa. Eu jamais me perdoaria em saber que depois de ter a tirado de lá a joguei novamente. Eu a amo, espero que ela fique bem, com ou sem mim.

POV S/N

2 meses, ta na hora de superar isso. Já chorei e me arrastei tempo demais. As meninas estiveram e estão ao meu lado, me apoiando desde dia em que decidi me abrir.

FLASHBACK ON

Estamos no estúdio, lançamos faz pouco mais de 5 meses o primeiro álbum e turnê das meninas e tem sido ótimo, tenho conseguido me distrair, não pensar tanto em Hailee, mas dói, eu realmente a amo e dói lembrar dos nossos momentos, até mesmo aqui nesse estúdio, e depois lembrar daquela cena que me atormenta desde então. As meninas estavam de folga, decidi vir pra cá porque na verdade não tinha pra onde ir, ficar em casa sozinha tem sido uma tortura e é difícil manter o foco, me manter sóbria, as meninas tem sido minhas amigas acima de qualquer coisa nessa hora e sou imensamente grata a elas. Ainda fico pensando em como será meu futuro, sou nova, estou nos meus vinte e poucos a recém, porém sem expectativa alguma de ser feliz algum dia. Parece exagero, mas se coloque em meu lugar, sou totalmente problemática quem em sã consciência se sujeitaria a jogar sua vida fora cuidando e se preocupando com alguém como eu? Apenas estou sendo realista, se nem Hailee que era a pessoa na qual eu mais confiava e a única que teve paciência e me amou de alguma forma conseguiu aguentar, duvido que haja outra pessoa assim no mundo.

Ally: S/N? - ouço a voz da baixinha me chamando ao longe e saio de meus devaneios.

S/N: Sim? - pergunto ainda aérea e alheia a tudo, nem havia reparado que as demais me encaravam também.

Lauren: Ta na hora de você se abrir S/A. Isso está te sufocando - diz sentando ao meu lado. Haviam grandes sofás no estúdio, e dois destes estavam um de frente para o outro. Lauren estava no meu lado esquerdo e Camila do direito. Posso dizer que das cinco, elas duas são as que mais se aproximaram, o que pode parecer estranho para as pessoas, afinal elas são namoradas, pra mim é algo totalmente normal, como se eu fizesse parte disso, quer dizer não isso mas sim tipo, da amizade ali, ah esquece.

S/N: Não sei se estou pronta, passaram apenas duas semanas - falo e sou interrompida pela morena a minha frente. Normani, Dinah e Ally estavam no sofá em frente ao nosso.

Normani: Só duas semanas, mas você está um desastre S/N, você precisa se abrir, guardar pra si está acabando com você - fala me fazendo soltar um longo suspiro.

Camila: Estamos aqui - ouço a latina sussurrar em meu ouvido e sinto meu corpo estremecer com tal atitude, retomo o controle e decido por fim falar. Espero realmente que funcione, não aguento mais essa dor.

S/N: Vocês já sabem, resumidamente, minha relação com meu pai é um desastre, não somente com ele, com minha mãe é pior ainda. Fazem meses que não vou lá, na verdade a última vez foi quando ele me fez aquele desafio que me deixou com os direitos sobre a marca Fifth Harmony - dou um suspiro pensando se devo contar, mas não adianta ocultar isso, afinal todos meus problemas começam aqui - sempre fui considerada uma aberração, por gostar de meninas e desde cedo fui tratada com indiferença, quando cheguei na adolescência a mídia, a pressão, tudo...eu não aguentava, não queria parecer fraca então assumi aquela postura pela qual fiquei conhecida, vesti aquela armadura para me proteger, pra eles era melhor eu ficar longe de casa, então pouco importava se eu passava a noite fora, na casa de uma garota qualquer, até que a mídia começou a notar isso e me perseguir - faço outra pausa, segurando o choro que se formava - o resto vocês sabem, afinal, minha vida se tornou pública - digo e quando vou continuar sou interrompida.