A última carta

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   SeokJin sorria para o gatinho que ronronava ao esfregar-se em suas pernas

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SeokJin sorria para o gatinho que ronronava ao esfregar-se em suas pernas. Poucas coisas o fazia sorrir naquele período, então ele aproveitava quando acontecia para tentar alegrar-se um pouco.

Com um pouco de dificuldade por conta do felino, Jin locomoveu-se lentamente até o jardim quando viu o carteiro andar até o final da rua.

Estava com certo receio de a última carta que seu amado o enviaria durante a guerra.

Mas tudo havia acabado, a Coreia vencera e estava tudo bem. Tudo voltaria a ser como antes.

E com tais pensamentos, Jin abriu a pequena caixinha de correio que encontrava-se vazia.

Nenhuma conta, panfleto ou carta. Não havia absolutamente nada ali.

Um pouco desapontado, SeokJin olha para a casa ao lado da sua.

A pequena cerca branca precisava ser concertada, mas provavelmente. NamJoon ajudaria a mãe nisso quando voltasse.

Jin, como sempre muito curioso, foi até a caixa de correio da família de seu noivo.

Isso não seria problema, senhora Kim sempre deu ao genro toda a liberdade possível, afinal ele já era da família.

E então, diferente da sua, a caixa de correio abrigada um envelope um tanto quanto amassado.

Mais em um canto, uma caixinha retangular de metal estava veemente lacrada. Encima da mesma na parte superior, o símbolo do governo enfeitava o metal frio.

SeokJin pegou ambos os objetos em mãos, e resolveu abri-los em sua casa.

O celo do governo carimbado também no envelope fez com que Jin já desgostasse deste mesmo sem saber sobre o que se tratava.

Não que odiasse sua pátria, pelo o contrário, mas aquele símbolo o fazia lembrar de quando NamJoon fora recrutado para a guerra.

- Era um envelope igual a este... - Kim murmurou para sí mesmo, a voz um tanto rouca do rapaz indicava uma possível dor de garganta. O que era normal julgar pelo frio que fazia naquela parte da cidade.

Jin não podia esperar nenhum segundo mais por respostas, então abriu o envelope destinado á sua sogra.

O envelope fora jogado em qualquer canto da sala, pois apenas o que encontrava-se em seu interior importava para Kim SeokJin.

" Cara família,

É com imenso orgulho e tristeza que lhes informamos a morte do soldado Kim NamJoon.

O mesmo honrou nossos país morrendo em guerra para protege-lo, um ato heróico e admirável.

Nossos pêsames à família, lamentamos a perda."

Lágrimas e mais lágrimas molhavam o maldito papel de carta, este, que logo fora amassado e jogado longe por um SeokJin desesperado e entregue ao pranto no qual emergiam seus olhos.

Jin não podia acreditar.

A mão tremula do rapaz encontrava-se sobre os lábios que prendiam os soluços desesperados.

Seu coração havia sido despedaçado. Sua alma havia sido cremada ao mais ardente fogo. Uma parte sua havia sido levada embora.

Cambaleando, Jin conseguiu chegar na cozinha. Abriu todas as gavetas até recordar-se onde a mãe guardava as facas.

Pegou a mais afiada que achou, parando um segundo para analisar o brilho perigosamente belo que a lâmina emitia.

Carregou-a consigo até a sala e sentou-se no sofá. Tinha receio de que se não o tivesse feito caísse ao chão.

SeokJin escorou as costas no estofado marrom e colocou a faca de lado por um breve momento.

Pegou em mãos a pequena caixa retangular e deixou uma lagrima escorrer sobre a mesma.

Jin pegou a faca e passou pela lateral do objeto cinza, abrindo o lacre.

A lamina caiu de sua mão, não antes de raspar pela mesma deixando um pequeno corte e sangue escorrer em um fio vermelho-escuro.

Mas Jin sequer importava-se com o corte naquele momento.

Tirou a medalha dourada dentro da caixa deixando que a mesma brilhasse ao pouco sol que na mesma batia.

Suas lágrimas intensificaram-se de tal modo, que q visão do pequeno estudante de jornalismo já não o podia ajudar.

Jin a apertou contra o peito. A abraçou de um modo estranho, como se fosse acalmar sua dor.

Aquilo era um pedaço de seu noivo, era sua ultima lembrança dele, e SeokJin a agarrava com sua vida.

No entanto, havia algo a mais ali. E foi aí que a pequena rosa vermelha como sangue foi entregue ao seu dono.

A garganta e o peito doíam, as bochechas eram inundadas pelas lagrimas salgadas como seu peito era inundado pela tristeza da perda.

Em nenhum momento o garoto pensou em outra coisa a não ser que, talvez se não houvesse sido tão covarde e tivesse respondido NamJoon, as coisas poderiam ser diferentes.

Mas já era tarde demais, e as únicas coisas que fariam Jin lembrar-se de seu noivo eram as cartas que ele tanto pediu que NamJoon não lhe escrevesse, uma rosa uma medalha de ouro.

NamJoon havia morrido.

Talvez essa fosse uma perda a qual o Kim não conseguiria suportar.

Jin olhou para o machucado em sua mão, e em seguida mirou a faca ao seu lado.

Em um pequeno ato de amor, Jin emergiu a faca em mais do sangue vermelho como a pequena rosa.

Com amor, Medusaheartz.

Cartas Para Jin [FINALIZADA] Onde histórias criam vida. Descubra agora