O cheiro de enxofre

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- Que sua alma seja regida aos céus, e que seus pecados sejam expurgados, para que sua vida aqui na Terra seja liberada, e a sua santidade e teu espírito estejam ao lado do Pai, por mim, Rosa Alriverth, a coveira da luz, mandada pelo Senhor te perdoo pelo seus pecados.

Mas assim era minha vida, enterrar almas, vê-los subindo até o céu, e adormecendo para com as pessoas, coveiros e demônios que agora habitavam esse planeta tedioso e horrível. Esse era meu ofício.

Lúcifer: A Invidia realmente tinha razão.

A atmosfera do lugar ficou horrível, aquele cheiro de morte infectando o lugar, o odor podre, e parece que nem mesmo a natureza gostou da presença do ser, já que as árvores balaçavam-se, e o vento ficou violentou no mesmo instante, em que aquele homem abriu a boca.

- O que é você?

Estava assustada, segurava a pá forte, e dei alguns passos para trás, afinal era o que qualquer pessoa em sã consciência faria, ou até mesmo sair correndo, quando até os passaros ficaram quietos.

Lúcifer: Adivinhe. Me chamam por muitos nomes senhorita Rosa, o destruidor, a fome, monstro, belzebu, a desgraça, sabe, coisas ditas na igreja.

- Lú-Lúcifer. -A voz da garota saia fraca, e rasteira.-

Lúcifer: Bingo!

- O-O que quer?

Lúcifer: Esperava uma recepção melhor, como uma perseguição, gritos, implorar por sua vida e afins.

Rosa: -E antes de responder, respirei fundo o olhando- O que quer...?

Lúcifer: -Abria um grande sorriso de lado no rosto- O que eu quero? O que mais iria querer? Tenho o mundo em minhas mãos.

Rosa: Então por que está aqui? Quer algo de mim, é isso?

Lúcifer: O que eu poderia querer de você? Uma criatura fraca, e com um simples estalar de dedos morreria com minha força. A pergunta é: O que você quer?

Rosa: Em relação a quê?

Lúcifer: O seu Senhor abandonou você e todos que gosta, deixando-lhes a mercer de um ser como eu, que contaminou a vida humana. E mesmo assim há pessoas como você, que insistem em levar almas de seres desprezíveis aos céus. Concluo eu, que não é por caridade, então repito minha pergunta senhorita Rosa. O que quer?

Pensei bem em sua pergunta, o que eu realmente queria. Nem dinheiro, alguém querido de volta, ver Deus, nada do que aquele homem poderia me dar era algo que desejava.

Rosa: Nada. Simplesmente nada....

Lúcifer: Nada? Isso é interessante. Mas tenho algo que talvez lhe falte, coveira.

Rosa: Eu duvido muito.

Lúcifer: Algo que seres como você, insistem em querer e que os torna fracos, fracos o suficiente para qualquer ação os abalar....

Rosa: Do que acha que está falando?

Lúcifer: Sentimentos, não tens isso, sentimentos pelo próximo. Apenas faz o que é correto, para si e seu Deus.

Rosa: Me diga então, pecado do orgulho, primeiro entre os anjos que desceu aos céus e se tornou um demônio. O que queres de mim? Devo acreditar que não é o mesmo que outras pessoas já que veio diretamente ao meu encontro e ainda não tentou nada contra minha pessoa.

Lúcifer: Não poderia esperar menos.

Rosa: Sua resposta.

Aquele ser aproximou-se mim com o seu largo sorriso que pelo simples fato de olha-lo, dava-me calafrios e um sentimento ruim espalhava-se pelo corpo, o meu corpo.

Lúcifer: Se nos encontrarmos novamente responderei sua pergunta. Agora se me der licença, preciso ir embora.....

Ele foi-se, mais precisamente desapareceu diante de meus olhos, e mesmo assim, aquele ar impuro ainda se mantinha no lugar, e isso não era a única coisa, suas palavras martelavam em minha mente, explicitamente sua resposta sem conclusão. Afinal, o que eu queria?

A Terra é o novo InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora