Prólogo

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Amar Caleb, foi o sentimento mais intenso e crescente que já fui capaz de sentir por alguém.
Afeto que consumiu cada célula minha em prol de tê-lo ao meu lado.
Contudo, ele se foi.
Nem sempre o amor é suficiente; na verdade, quase nunca é.
Amar alguém é muito além de demonstração de afeto, de fazer sorrir.
O amor nada mais é que um viagem por um buraco de minhoca, desafiando as leis do espaço-tempo e indo para uma galáxia distante.
Amar Caleb foi amar um buraco negro. Fui atraída por sua força gravitacional e não fui capaz de sair, ainda que tivesse visto apenas o seu sorriso em um dia nublado.
Durante muito tempo, e ainda por agora, acreditei que eu fosse capaz de achar o coração desse wormhole, e lá habitar. Tal lugar em que o tempo para e o espaço deixa de existir.
Foi uma paixão suicida, que mesmo no último momento, ainda insisti em cortar-me os pulsos, e sentir o coração desacelerar.
Incompreendida com um fim já esperado mas não interpretado, me aturdi desde o "Até logo Luna."  até longos meses depois em que eu ainda mantinha a saudade insuprível.
Conhecê-lo foi uma dádiva, ainda que algumas vezes eu diga o contrário.
Seus sorrisos sempre aparecerão quando eu fechar os meus olhos.
Caleb sempre estará aqui; dentro de mim, em meu melhor lugar. Orbitando ao redor dos planetas que compõe minha galáxia interior.
Ele é a minha gravidade.
Ainda que seja uma prevista ilusão, espero que tenhamos dado apenas um ponto e vírgula dramatizado. Apenas um pause, que logo retomaremos sem mais atrasos.
Os dias sem ele serão cinzas, insolúveis e perversos; concretos.
Logo eu, poetiza, apaixonada por um poeta, sofrer com a concretização de meus sentimentos abstratos.
Restou-me apenas transcrever a angústia de cada dia, escrever com sangue um verso à medida que as lembranças vierem.
Espero você voltar para casa, Caleb.

Até logo, meu amor.

Os Versos de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora