A viagem - parte 3

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Eu e Daryl fomos jantar em um restaurante charmoso, localizado na cidade de Bridgetown. Tomamos uns drinks enquanto esperávamos o prato principal. Eu escolhi uma batida de frutas e Daryl whisky, como sempre.

Eu estava usando um vestido azul, com meus cabelos soltos, apenas com duas tranças finas nas laterais, que eu amarrei atrás, me pareceu um penteado bem praiano. Daryl estava com uma camisa verde, bem levinha e jeans. Ele penteou seus cabelos para trás, que diferenciou dos seus cabelos bagunçados, como de costume.

"Você está lindo! Gostei do seu cabelo assim!" Digo.

"Eu também gostei dos seus assim..." Daryl pega algumas mechas do meu cabelo em suas mãos.

Eu sinto minhas bochechas corando, por mais que já estejamos juntos há algum tempo, seus elogios sempre me desconcertam.

"Isso tudo... parece um sonho!" Eu gesticulo para o lindo restaurante e para o mar em nossa frente.

Daryl dá um sorriso de lado, que tem o poder de derreter todos os meus órgãos, e pega meu rosto em suas mãos.

"Você é o meu sonho que se tornou realidade!" Diz Daryl, olhando nos meus olhos com tanta intensidade, que se eu não estivesse sentada, com certeza iria desabar no chão.

(Uau!)

Eu toco sua mão no meu rosto, e tombo minha cabeça de lado. Fecho os olhos e respiro fundo. Sinto o dedo indicador dele acariciando minhas bochechas. Sinto muito amor nesse gesto, e uma delicadeza que jamais pensei que fosse possível vindo dele. Este homem me surpreende mais a cada dia.

"O dia que te vi chorando, desesperada, com o coração partido, fiz uma promessa... que se algum dia você me desse a oportunidade de estar do seu lado, jamais faria você passar por isso de novo."

(Ele se refere ao dia que cheguei aos prantos em sua casa, pelo fim do namoro com o Matt, e me joguei nos braços dele.)

"E ter você aqui, tão linda e feliz nos meus braços, me deixa satisfeito por estar honrando a minha promessa."

Eu não consigo conter algumas lágrimas. Daryl parece um pouco preocupado.

"São lágrimas de alegria..." eu o tranquilizo.

Nos beijamos devagar. Prolongando esse momento maravilhoso que acabamos de compartilhar. O garçom se aproxima com os nossos pratos, e nós que já estávamos famintos, finalmente nos separamos.

Depois de comermos, fomos andando à pé até o hotel, que era bem perto. Eu retirei minhas sandálias para tocar meus pés na areia. Daryl observava a luz da lua sobre mar, em silêncio.

"Você está bem?" Pergunto.

"Sim." Daryl responde, com um sorriso.

Eu tento analisá-lo, mas ele muda rapidamente sua expressão. Começa a cair uma chuva bem fraca e nós saímos correndo, dei um gritinho quando a água fria tocou minhas costas nuas, o que nos fez rir ainda mais da situação.

Chegamos ao hotel totalmente molhados. Enquanto eu tentava secar meus cabelos com uma toalha, Daryl foi tomar uma ducha. Penso em qual seria o motivo que deixou Daryl tão pensativo, há alguns minutos na praia. Sou retirada dos meus pensamentos quando ouço um celular vibrando. Me aproximo do celular de Daryl, que estava em cima do criado mudo.

(Leio ou não leio?)

A curiosidade toma conta de mim, e espio o conteúdo da mensagem:

Ele nos seguiu, mas quando percebeu que era uma emboscada, fugiu. Deu tempo de ver um pouco o cara.

Quando eu ia tocar na tela para ler o restante da mensagem Daryl desliga o chuveiro, e eu pulo para o outro lado da cama. Daryl sai com uma toalha enrolada nos quadris, sacudindo o cabelo com as mãos. Ele pega o celular e vai direto até a sacada, em silêncio.

(O que será que está rolando?)

Depois de muito resistir, me animo a tentar descobrir o que está acontecendo. Eu vou até a sacada.

"Daryl, o que houve?" Pergunto.

"Nada, está tudo bem."

"Qual foi o verdadeiro motivo pelo qual você me trouxe aqui?"

Ele arqueia uma sobrancelha.

"Do que você está falando Amanda?" Eu não gosto do tom que ele usa, provocante, como nos velhos tempos.

"Eu sei que está acontecendo alguma coisa, você me tirou da cidade para me deixar a salvo do que?"

Daryl suspira, com desgosto. Seu maxilar fica tenso. Ele passa a mão pelo seu abdômen, pensativo. Talvez avaliando o que pode me dizer. Daryl me encara com seus olhos avelãs, sério.

"Não te trouxe aqui apenas para te proteger de algo. Mas sim, esse também foi um dos motivos."

"E eu posso saber?"

"Bom, eu deixei minha lamborghini com meus amigos. Eles fizeram o percurso com ela até o seu apartamento, para pegar o cara do carro azul."

"Oh!" Fico surpresa. "Mas conseguiram?"

"Não. O desgraçado percebeu que não era eu e fugiu... mas temos algumas pistas importantes." Diz Daryl.

"Quais pistas?"

"Sabemos que ele é loiro... eu já tive alguns inimigos que podem ser esse cara." Diz Daryl.

(Loiro?)

Nesse momento ouço a voz de Sebastian, alta e clara.

"Você gosta dos caras tatuados?"

(...)

"Eu sei. Mas sempre dá tempo de fazer uma melhor escolha."

"Da... Daryl...." gaguejo, piscando os olhos sem parar.

"O que?"

"Desses possíveis caras, tem algum com uma tatuagem de anjo no braço?"

Os olhos de Daryl quase caem das órbitas, as veias do seu pescoço saltam. Ele fica furioso.

"Aquele desgraçado chegou perto de você?"

"Algumas vezes..."

"E porque você nunca me falou nada?"

"Eu não imaginava que isso poderia ser coisa dele... para mim, era só um cara que estava saindo com a Lisa e depois veio tentar algo comigo."

"Desgraçado!" Grita Daryl, dando um soco forte na parede. Eu me encolho, assustada.

"Ele está brincando comigo! Aquele filho da puta!" Daryl lança mais um golpe contra a parede, dessa vez um chute.

Ele disca um número no celular e sai para o quarto, xingando algo em espanhol. Eu fico sozinha na sacada, tentando assimilar tudo. Então desde o início, o Sebastian sempre esteve atrás de mim? Porque ele quer se vingar do Daryl? E se eu estiver correndo risco de morte?

Is it Love ? Daryl Onde histórias criam vida. Descubra agora