Boate Negra

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Text: Primeira Pessoa
Pov, Cruella

Meu nome verdadeiro é Samantha, porém todos naquela boate me conheciam por Cruella, motivo pelo qual apelidaram-me por conta do cabelo negro com mesclas em branco, lembrando como a do desenho.
Outro fato curioso, por não saber perdoar, tornando-me um tanto vingativa, e tanto dizerem: Como você é cruel! — Desta forma, apelidaram-me no feminino, Cruella.
Os meus clientes podiam apenas me chamar desta forma. A prostituta mais bem paga, inclusive.
Um estilo alternativo, calcinha e sutiã de couro com spikes onde as luvas do mesmo estilo pudessem ornar. Na barriga nua eu obtinha um cinto, digamos uma corrente. No pescoço lá estava a chocker de veludo, outrora de spikes também. Com o cabelo preso em rabo de cavalo, onde a franja reta cobria-me o rosto, os olhos azuis bem marcado com sombra negra, o batom vinho que realçava a sensualidade dos meus lábios. Sim, era desta forma que eu dançava no poli-dance. Existiam noites, que nem mesmo consigo entender a capacidade que obtenho de me manter em um salto XV se o corpo pede por descanso. O metal frio deslizando em minha pele despida. Os dinheiros jogados ao palco apenas para verem meus seios. Quantas noites mais eu trabalharia assim?
Nesta noite eu me fazia tais perguntas após a apresentação diária. Desgustava o sabor amargo daquele whisky no copo que eu repousava ao balcão do bar. Ao meu lado sentou-se um homem como de costume. Um tanto arrogante talvez, o que despertou-me curiosidades. Eis que pedi mais uma dose, e ao acender um cigarro, ele virou-se para mim, fitou-me de cima a baixo e retirou o cigarro de minha mão, dando um trago antes de me devolver. À princípio franzi minha testa, mas no fundo senti que formava-se uma interrogação. Então ele deixou escapar.

— Precisa melhorar esse teu gosto para cigarro. — Mas ora, eu não sou obrigada ter os mesmos gostos que esse indivíduo, muito menos tem o direito de se queixar de algo que eu nem permiti que tocasse.

Revirei os olhos pigarreando enquanto o encarava sentindo meu sangue ferver. Suspirei o mais profundo que meus pulmões permitiram para não respondê-lo à altura. Tombei levemente a cabeça para o lado esquerdo e forcei um sorriso.

— Que babaca... — Eu sussurrei ao tomar em minha mão o copo de vidro com a bebida destilada, ingerindo-a num gole veloz enquanto com seu sabor amarrava minha boca. Dei um trago no cigarro, levantei a cabeça deixando a fumaça escapar para cima. Ele então retornou com suas provocações de mau gosto.

— Quem morreu? — Arqueei a sobrancelha, sabia que se referia ao meu estilo "exótico", afinal, dentre tantas asiáticas, eu era a única estrangeira que por ironia do destino fazia questão de se vestir fora dos padrões.

— Você vai morrer daqui a pouco se não calar a boca! — Escapou. Eu não pude conter o nervosismo que ele me causava. Qual era a intenção dele? Me ver irritada? Estava conseguindo com sucesso. O mesmo riu no instante em que me ouviu sussurrar em seu ouvido.

— Cruella... — Comentou em um sussurro ao deixar que suas mãos passeassem por minha cintura. Dei mais um trago em meu cigarro, deixando a nicotina viciar meu corpo e destruir meus pulmões. Ao me encarar, soltei a fumaça em seu rosto pálido.

— O que você quer? — Se não fosse pagar-me por uma noite, iria me retirar no mesmo instante.

Um olhar maliciso junto ao um sorriso forçado acentuou-se sobre sua face. — Ouvi falar muito sobre você. A melhor prostituta de Gangnam, estou certo? — Não me admirava saber que me conhecia. Assenti com arrogância ao dar mais um trago no cigarro.

Lembro-me bem que ele estava sentado, no entanto, eu me mantinha apenas escorada ao balcão do bar, chance o suficiente para que ele tornasse a tocar em meu quadril, todavia, trouxe-me para ele, fazendo nossos corpos se colarem. Suas mãos agora acariciavam minhas coxas, e eu apenas o encarava ao passar língua sobre meus lábios como provocação.

— Contudo, tenho que lembrar-lhe de um detalhe... — Aproximei meus lábios de seu rosto. — Só aceito fazer sexo com sadomasoquismo. — Deixei soar uma risada baixa, o suficiente para que a respiração viesse em seguida e aquecesse sua orelha, no mínimo aquilo o provocaria resultando em arrepios. Não houve hesito.

— É exatamente o que eu procuro... — Continou, seus lábios se encontravam em meu pescoço qual deixou deslizar sua língua. No entanto, nenhum arrepio fora provocado em mim. — Então você é sempre difícil? — Agarrei em sua gravata ao morder meu lábio inferior como provocação, assentindo em aprovação à sua questão. Dei o último trago no cigarro antes de jogá-lo dentro do copo que restava um gole daquela bebida amarga, assim apagando-o instantaneamente.

Sex With Teno - No ShameOnde histórias criam vida. Descubra agora