Capítulo 05

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“não vou a lugar nenhum sem você”

 

Eu estava ouvindo a voz do Tiago, mas não consigo entender o que ele diz. Minha garganta arde, Meu peito e minha cabeça doem. Não consigo manter meus olhos abertos e sinto meu corpo mole. Achei de verdade que fosse morrer lá em baixo, mas pelo visto não era minha hora.

Mesmo estando completamente grogue, percebo que estou sendo carregada. Tiago tem as mãos firmemente colocadas no meu corpo, de modo que me carrega bem colada ao seu peito. A sensação é maravilhosa. Sensação de proteção.

Encostei minha cabeça em seu peito e me deixei levar pelo seu batimento cardíaco. Tum, Tum, Tum, Tum... Tão rápido. Tão bom. Tão seguro.

- Anne, meu bem. Você consegue ficar em pé? – Tiago perguntou com voz baixa próxima ao meu ouvido. – Preciso tirar sua roupa e te dar um banho quente.

- Eu não sei... – Respondi. Não queria que ele tirasse minha roupa, mas não tinha condições de discutir com ele.

- Tiago, se você quiser posso fazer isso. - Ouvi Deb falando, me virei e vi ela parada na porta do banheiro, com Carlos logo atrás. Ambos pareciam preocupados.

- Não Deb, foi minha culpa e vou cuidar dela. Não vou deixá-la novamente. – Tiago respondeu, enquanto me colocava delicadamente sobre o balcão da pia e retirava minha camiseta. – Carlos, me faz um favor. Pega meu celular dentro da minha mochila e liga para o meu pai. Explica o que aconteceu e pergunta o que é o melhor a fazermos com ela agora.

- Ok, pode deixar. – Carlos disse, indo em direção ao quarto.

- Eu estou bem, só estou com a garganta ardendo e o corpo dolorido. – Respondi.

- Nada disso, você engoliu muita água e depois de te dar um banho, vou te levar para o hospital. Só pedi para o Carlos ligar para o meu pai, porque como ele é pediatra, vai me dizer como proceder até chegar lá.

- Hospital não... - Me desesperei. – Não vou para hospital nenhum... Cof, Cof, Cof.

- Calma, amor. – Tiago disse, me abraçando para que eu não caísse enquanto tossia. – Nós só precisamos saber se não tem água no seu pulmão. Eu vou estar com você.

- Você... vai? – Foi uma mistura de pergunta com concordância.

- Sim, eu vou.

Depois de alguns minutos falando com seu pai ao telefone, ele desligou e voltou-se para mim.

- Vamos tomar um banho morno e vamos para o hospital.

Não foi uma sugestão, seu tom era de ordem. Porém ele não esperava que eu fosse mais teimosa que criança birrenta.

- Eu já disse que não entro em um hospital enquanto estiver lúcida. Então ou você terá que me dopar ao ponto de eu perder a consciência ou nós não vamos à hospital nenhum. – Eu disse encarando-o.

- Ok. Então vamos ter que deixá-la inconsciente. – Ele me respondeu e depois virou-se para Deb que ainda estava parada na porta. – Deb, você pode arrumar as coisas da Anne e se tiver alguma roupa seca para emprestar pra ela eu agradeceria.

- Claro. Eu sempre trago coisas demais, incluindo roupas.

- Obrigado. Quando sair, feche a porta, por favor.

Sem dizer mais nada, Deb saiu e fechou a porta.

Tiago ligou o chuveiro e me ajudou a descer do balcão da pia do banheiro para poder retirar minha bermuda. Quando eu estava apenas de biquíni, tentei caminhar para o chuveiro, mas não consegui dar dois passos antes que Tiago me pegasse no colo e me acomodasse em seu peito. Só agora percebi que ele estava sem camisa.

Às Voltas Com o Amor -  Anne - (Capítulos Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora