Capítulo Cinco: Despertar
Por Gabrielli
Parecia que minha cabeça ia explodir. Era uma dor insuportável, como se tivesse uma britadeira no lugar do meu cérebro. Escutei um bip no lado direito, o som guiado pelas batidas do meu coração. Quando finalmente consegui abrir os olhos, não reconheci o ambiente que estava. Tentei movimentar minha cabeça, porém não tinha muito sucesso, e a única direção em que consegui olhar, era para frente. Minha cabeça estava confusa e a última coisa de que me lembrava, era de estar no carro com meu marido e minha filha cantando uma música enquanto íamos até Cabo Frio, pois queríamos fazer uma surpresa para a Nanda.
Olhei a minha volta e vi uma jovem morena que não aparentava ter mais de trinta anos, ela chamou meu nome e perguntou se eu a estava ouvindo, sua voz era suave. Queria responder, só que minha garganta estava seca, então apenas fiz que sim com a cabeça e ela sorriu. Achava que era uma enfermeira, já que o quarto parecia muito com um quarto de hospital. Meu corpo todo doía, era como se um tanque de guerra tivesse passado em cima de mim.
― Gabrielli! ― Uma voz firme, porém acolhedora, chamou meu nome, e olhei diretamente para o dono daquela voz, era um homem, talvez um pouco mais velho do que eu com feições tranquilas. ― Consegue falar? ― Sua pergunta me fez tentar falar novamente e um sussurro seco e rouco saiu da minha garganta. ― Monique, traga um pouco de água, por favor. ― Água! Sim, por favor, eu precisava de água. Parecia que tinha farpas na minha garganta de tão seca que estava.
― Aqui, doutor. ― Monique entregou um copo com água ao médico.
― Você não pode beber tudo de uma vez, senão te fará mal, tudo bem? ― Fiz que sim com a cabeça. Ele encostou o copo em minha boca, dando-me goles fracionados de água, mas engasguei um pouco, então o médico afastou o copo dos meus lábios. ― Melhorou agora?
― Sim! ― Minha voz ainda estava rouca, mas não era mais apenas um sussurro fraco, agora minhas palavras podiam ser ouvidas mais claramente. ― Onde estou? Meu marido e minha filha, onde eles estão? ― Tentei economizar minha fala, mas o menor esforço já me deixava exausta.
― Todas as suas perguntas serão respondidas, Gabrielli. Mas, antes, gostaria de saber qual é a última coisa de que se lembra? ― Tentei me recordar de tudo para poder responder a sua pergunta e algumas imagens vieram à tona.
― Lembro-me de estar no carro com minha família, estávamos a caminho de Cabo Frio, indo visitar a madrinha da minha filha. Estávamos cantando uma música e depois uma luz forte nos atingindo. ― Meu Deus, nós sofremos um acidente! ― Sofremos um acidente?
― Sim, vocês sofreram um acidente. ― Minha respiração falhou e a única coisa que veio a minha cabeça nesse momento foi a Mayanna.
― Minha filha! Ela tem dez anos e é deficiente auditiva. ― Tentei mexer meu corpo, mas não consegui, pois tinha um peso sobre ele e, assim como a dor, era muito grande.
― Acalme-se, Gabrielli! Sua filha está bem e fora de perigo. ― Respirei com alívio ao receber essa notícia e tentei fazer novas perguntas, pois precisava saber como meu marido estava e se a Nanda já havia sido avisada, mas o médico não me deixou continuar. Falou que nesse momento o mais importante era me examinar para saber como eu estava, que teria que fazer alguns exames e que era muito importante que eu me mantivesse tranquila.
Fui examinada minuciosamente e outro médico entrou no meu quarto, esse era bem mais jovem, mas não se aproximou muito, apenas auxiliou o primeiro. Ainda não conseguia mexer nenhuma parte do meu corpo, a impressão que tinha, era de que até mesmo meus cabelos doíam. Coletaram meu sangue e em seguida me levaram para outra sala, que parecia ser de exames, acho que de ressonância. Minha cabeça pesava muito. Pensei na Nanda e em como ela devia estar preocupada.
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Para todo sempre Livro 2 (DEGUSTAÇÃO)
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