Capítulo 1

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[…]

Finalmente acabou o pesadelo… Alex saiu. Agradeço à pessoa que lhe ligou, ele saiu apressado, com uma expressão preocupada. Mas não quero saber onde ele foi, nem com quem nem nada.

Está na altura de acabar com esta merda, com este pesadelo, com este Inferno … estou farta de ser usada pelos homens… Tenho de fugir. Mas para onde? ...

Sophia, vai ter que ser. Pego no meu Samsung e marco o número dela, já o decorei de tantas vezes o ver no ecrã e de tantas vezes lhe ter ligado a chorar.

#Chamada On

- Sophia… - digo, meio a chorar.

- Chris… - ela responde. Já percebeu o porquê da minha voz de choro. – Alex… Chris, tens de sair daí. Ele está aí?

- Não. – respondo depois de respirar fundo. – Ele saiu…

- Estás à espera de quê? – ela parece zangada. – Foge! Anda para aqui. Apanho-te na velha capela. Vai. Já! – ela diz e desliga, sem me dar tempo de responder.

#Chamada Off

Mas ela tem razão… Tenho de fugir, fugir e nunca mais voltar. O fim do pesadelo com o meu pai foi só apenas um meio para o começo de outro.

Pego na minha bolsa, com a minha carteira (com pouco dinheiro, mas o suficiente), enfio o meu Samsung no bolso e saio a correr.

Está a chover torrencialmente, que estúpida! Lembrei-me de tudo menos de um guarda-chuva. Ok… O meu relógio marca 3 horas da manhã, fazendo-me acelerar o passo. Alex disse que chegava por volta dessa hora. Tenho que me despachar. Sabes que ele vai fazer de tudo para te encontrar… depois da coça podes nem conseguir abrir os olhos… nunca mais. O meu subconsciente avisa-me, mas não quero saber. Prefiro estar com Sophia e preciso muito dela neste momento.

Cheguei à velha capela, finalmente. Tem quase vinte anos e as suas paredes estão frágeis, cheias de rachas e musgo. A porta está trancada, há um bom tempo que se encontra assim… abandonada, sozinha… como eu…

~~5minutos depois~~

A chuva está a abrandar… este espaço está como nos filmes, uma só pessoa no meio do nada, do deserto… sozinha.

Finalmente vejo Sophia chegar no seu Fiat 500 preto. Ela vê-me e faz-me sinal para entrar, eu obedeço e vou a correr até ao carro. Abro a porta e entro de seguida.

Fez-se um silêncio constrangedor, o qual foi interrompido por Sophia.

- Tenho um apartamento a umas portas do meu actual. Queres ir para lá? – pergunta, encarando-me.

- Desde que esteja contigo, sim. – respondo.

- Já falei com os meus pais. Não lhes disse nada do que aconteceu, apenas que tu precisavas de um sítio para ficar e precisavas da minha companhia. Eles aceitaram…

Um sorriso formou-se nos meus lábios. Vou estar com a minha melhor amiga, a pessoa em quem mais confio.

- Obrigada babe. – digo, após ela parar o carro em frente ao prédio de 5 andares.

- Tudo para te ajudar. Tu não mereces isto, não merecias esta vida, este azar… - ela diz e abraça-me. Correspondo ao abraço e choro no seu ombro.

Saímos do carro. Parou de chover, ainda bem! Para água a cair basta os meus olhos… Entrámos no prédio e marcamos o andar. O apartamento situava-se no penúltimo andar, 4 e era o apartamento B.

Segui Sophia ao longo do trajecto, esta não me largou a mão desde que saímos do carro. Encarei a porta do nosso apartamento e oiço o tilintar das chaves umas nas outras. Por fim, Sophia pega na chave certa e abre a porta.

WOW! Que vista magnífica, parece que fui até ao Céu e voltei! O apartamento é relativamente grande e tem uma janela panorâmica que dá vista para a praia. Sim, estamos à beira mar. Não é assim tão perfeito neste momento… as ondas embatem nas rochas raivosamente e são um pouco grandes. Mas não me assusta… O apartamento onde estamos encontra-se a uma altura razoável, sinto-me segura… vou amar estar aqui. Pelo menos agora estou a amar.

- Queres comer? – pergunta Sophia, interrompendo os meus pensamentos.

- Ahm? Ah, sim pode ser… Um chá e bolachas… não tenho muita fome. – respondo docemente.

Dirijo-me até um dos quartos e aprecio o espaço. Tem uma cama ao nível do chão, um quadro por cima da mesma, duas mesinhas de cabeceira e um armário “dentro” da parede. Tem também uma janela, não é panorâmica, mas pode-se dizer que é grande.

- Sophia? – chamo, meio a gritar. Vejo a cabeça dela a “espreitar” da cozinha e digo em seguida – fico com este? Por mim é-me igual.

- Fica com o que quiseres, não me importo. – ela responde, revelando o seu sorriso com covinhas. Meu Deus, ela tem um sorriso tão perfeito.

Já que ela não se importa fico eu com este hahaha, amo esta vista… simplesmente amo!

- Chris! – ouço do outro lado – Anda, o chá e as bolachas estão prontos.

Vou até à cozinha, com um passo pesado… estou exausta. Tomo o chá e como as bolachas enquanto converso com Sophia, agradecendo-lhe por me salvar deste pesadelo.

- São 3 horas e meia menina – goza Sophia, com o seu lindo sorriso – Dormir!

Obedeço e coloco a chávena no lava-loiça, indo para o quarto seguidamente.

Caio de costas na cama, de braços abertos e observo o céu, agora mais claro, pois já está a amanhecer…

Visto apenas a camisola de um pijama que tinha no grande armário e enfio-me debaixo dos lençóis e edredão. Estou mesmo cansada… Pego no meu diário… até agora tem sido o único que guarda todos os meus segredos, sem contar com Sophia claro.

Quero desabafar, mas estou sem forças… escrevo um texto enorme, tipo uma dedicatória para a Sophia. A agradecer-lhe por ter estado sempre ao meu lado, por me ter ajudado, por me ter consolado nos piores momentos… enfim, para lhe agradecer por tudo.

Fecho o pequeno caderno e pouso-o ao pé do despertador na mesa ao lado.

Respiro fundo antes de fechar os olhos.

Estou em paz… por enquanto…

Bloody Love - Harry Styles FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora