Capítulo 32: Paciência

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Nota: Esse capítulo acaba na Quarta Feira, 13 de Abril de 1948

Eu corri pela estrada tão rápido que ninguém poderia ter me visto, e somente desacelerei quando minha mão tocou a porta. Eu entrei e foquei no homem baixo mancando que estava ocupado alcançando um hambúrguer para um freguês. Ele olhou para mim quando ouviu o som da porta. O cozinheiro tinha um avental oleoso com a palavra “Marty” costurado nele, e me comprimentou enquanto eu entrava.

“Oi, boneca. Já te sirvo,” então ele sorriu e pegou duas bebidas para dar para outros freguêses no balcão. Eu olhei ao redor e vi as cortinas vermelhas xadrez e as paredes amarelas. Eu podia me sentir tragada pela alegria de ter encontrado o lugar certo.

Eu tinha conseguido! Estava tudo dando certo! Eu ia encontrar ele!

A realidade mergulhou na minha cabeça e me atingiu com uma onda fresca de alegria cada vez que eu percebia algo que eu tinha visto antes.

Muitos homens velhos estavam em sofazinhos sendo servidos por uma mulher mais velha em uma roupa de garçonete rosa. Homens jovens também estavam dispersos. Todos eles tinham as máscaras inconfundíveis de guerra.

Um pequeno impacto vindo detrás me assustou e eu virei, rápido demais, para ver o que tinha esbarrado em mim. Primeiro tudo que eu vi foi um enorme chapéu xadrez. Depois o chapéu se inclinou para revelar um rosto jovem de um menino negro. Ele estava olhando para mim com olhos enormes e aterrorizados.

“Me… me desculpe, senhorita,” ele gaguejou enquanto recuava.

“Está tudo bem,” eu disse. “Não se preocupe com isso.”

Os olhos castanhos grandes do menino me encararam, então ele engoliu e me alcançou um jornal com as mãos tremulas. “Você quer um jornal, Senhorita?”

“Sim, eu adoraria um,” eu disse enquanto eu sorria e deixava uma moeda cair em sua mão pequena e trêmula, assim como eu devia.

“Então, o que você deseja, senhorita? Você ainda não me disse,” Marty disse, assim como ele deveria.

Mas eu não tinha idéia do que dizer. Eu virei para o pequeno garoto e calmamente disse, “Do que você gosta?”

Seus olhos me olharam incrédulos, então se encolheu e sussurrou, “Eu gosto de coca cola de cereja com cereja extra e uma cereja no topo. Eu gosto muito de cerejas.”

Me tomou um momento para responder ele. Eu estava muito ocupada lutando contra o choque e a raiva. Eu tinha passado duas horas de ponta cabeça numa arvore para me livrar da coisa grudenta com cheiro de cereja. Eu ainda sentia o gosto sobre o sangue de veado que tinha comido para me livrar do sabor. Coca Cereja e sangue ficavam horríveis juntos. Eu tinha até arrotado em publico, e foi tudo em vão. E ainda não era nem o meu para mim.

O jovem garoto estava recuando enquanto as emoções cruzavam meu rosto. “Está tudo bem,” eu sorri para ele. “Não se preocupe, só estava lembrando algo. Por que você não pede seu preferido?”

Ele olhou cautelosamente para mim e acenou, mas não se aproximou uma polegada. Criança esperta.

“Uma coca cereja com uma cereja em cima,” eu disse para Marty com um sorriso.

Ele deu de ombros e mancou para pegar a bebida. Eu o daria uma boa gorjeta.

“Há quanto tempo esse lugar está aberto Marty?” Eu tinha que saber como o havia deixado passar.

“Eu abri logo depois da Primeira Guerra Mundial em 1920. Perdi a perna velha para a gangrena na guerra e eu paguei o pagamento inicial com minha pensão. Eu não consegui durar com a Crise, então eu fechei as portas em 1931. Eu tive dinheiro suficiente para reabrir semana passada, mas o banner não apareceu até hoje. Eu estava tão ansioso para reabrir que a tinta nem estava seca no primeiro dia.” Ele riu jovialmente e me alcançou a bebida.

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