Capítulo 2

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Esses dias ando muito desatenta com tudo ao meu redor. Não sinto vontade de sair do quarto, pois o clima na minha casa está muito ruim. E não apenas na minha casa, mas dentro de mim ainda estou muito abalada.

Muitas pessoas devem pensar que sou dramática, mas realmente me sinto péssima, não só porque minha avó faleceu, mas porque sinto que Deus me abandonou.

Se Jesus me ama tanto, então qual o motivo de tantas coisas ruins acontecerem a minha volta? Um ano antes da minha avó sofrer o acidente, minha mãe e meu pai corriam risco de se separar. Minha mãe não queria isso, pois amava meu pai. Já ele não queria mais o casamento. Minha mãe sofreu muito e por meio de uma amiga dela, ela começou a frequentar uma igreja que ficava na nossa cidade.

Eu sempre ia na igreja com a minha avó, mas os meus pais não ligavam muito para isso.

Depois de tanto tempo orando pelo casamento, meu pai parou com aquele pensamento de ir embora de casa e se interessou pelas coisas de Deus.

Fiquei muito feliz quando soube disso e minha avó também.
Depois daquilo pensei que demoraria muito tempo para voltar a me sentir tão triste, mas parece que não era exatamente isso que iria acontecer.

Voltando para os dias atuais. Minha mãe vendo que eu não iria sair do quarto, decidiu que a família toda deveria ir na igreja. E eu não sentia a menor vontade de sair. Até porque, o que eu iria fazer lá? Iria ficar ouvindo o pastor falar de Deus? De como Ele ama a gente?

Essa semana que passou, eu não orei. Não sentia que deveria agradecer a Deus pela minha semana, sendo que eu estava triste com tudo o que tinha acontecido.

Fiquei enrolando dentro do quarto, para não me arrumar. Minha mãe então subiu e começou a falar.

"Filha, se arrume para a igreja."-disse ela tentando me fazer levantar da minha cama, que naquele momento era o melhor lugar do mundo de tão aconchegante que estava.

"Eu não quero ir. Deixa eu ficar aqui hoje? Outro dia eu vou com a senhora e com o papai, por favor."- estava desesperada que ela dissesse sim, mas temia que negasse meu pedido e eu tivesse que sair forçada. Digamos que minha mãe não é alguém que costuma voltar atrás quando planeja algo.

"Então tá, mas saiba que queria muito que você fosse. Porém não é certo te forçar a ir."- Fiquei muito surpresa por ela ter aceitado com tanta facilidade.

"Obrigada, mãe. Eu esquento algo aqui para mim. E prometo que outro dia eu vou com vocês."- disse, enquanto mentalmente pulava de alegria.

"Tudo bem filha. Tenho que ir, se não vamos nos atrasar. Fique com Deus. Te amo."-falou enquanto me abraçava.

"Tchau, mãe. Te amo também."

Depois que ouvi o carro saindo da garagem, me dirigi até o sofá da sala para assistir algo na televisão.

Enquanto procurava algo bom para assistir, o meu celular começou a tocar. Olhei o vi que era a Rose, minha amiga desde que me mudei para cá. E então atendi.

"Alô?"- perguntei.

"Oi! Como você está? Pode passar aqui em casa agora? Aí a gente pode ver algum filme."- diz com uma voz empolgada.

"Ah não. Não quero sair de casa hoje. Se quiser assistir filme comigo então vem aqui."- expliquei em um tom baixo.

"Por favor, Elen! Só hoje. Sei que você está triste com o que aconteceu nesses dias, e por esse motivo quero te alegrar. Venha aqui, pois tenho uma surpresa."

"Não sei..."- falei com um ar de dúvida.

"Prometo que vai ser divertido.

"Tudo bem então. Vou me arrumar e daqui alguns minutos estou aí."

"Obrigada! Então, tchau. Vou deixar você se trocar. Até daqui a pouco."

"Beijos. Até."

Peguei uma calça jeans e uma blusa branca de manga comprida, muito quentinha, pois estava frio lá fora e não estava afim de pegar um resfriado.

Peguei o carro e fui em direção a casa dela.

Quando estava virando a rua comecei a escutar uma música alta, e só fui saber de onde vinha quando parei na frente da casa da Rose. Vários carros estavam na rua e só de olhar já dava para perceber que tinha muita gente dentro da casa. Ao entrar vi várias pessoas bebendo e se pegando, enquanto outras dançavam freneticamente ao som da música que já tinha visto a Rose escutar outras vezes.

Antes que desse meia volta, a vi bêbada cambaleando até chegar em mim. Fiquei muito preocupada, pois sabia como podia ser ruim para o organismo dela estar bebendo aquela quantidade de álcool. Ao chegar em mim, começou a tagarelar.

Rose: Oi de novo! Gostou da festa?

"Se gostei? Achei que iríamos assistir um filme e não participar de uma festa. Por falar em filme, acho que vou voltar para casa para assistir algum."- andava de volta para a porta, quando ela segurou meu braço.

"Não vai não, por favor. Você nunca vai em festas, só dessa vez, fica aqui e curte."

"Mas..."- tentei falar enquanto pensava em uma desculpa para ir embora daquele lugar.

"Eu tive que sair da minha casa e ir para outro lugar, se não na hora da ligação você iria escutar a música e sabia que não iria vim se estivesse dando uma festa."- quando disse isso fiquei com muita raiva.

Comecei a pensar se deveria ou não ficar. E decidi ficar apenas alguns minutos, só para ver se eu gostava. Além disso, tinha um menino muito bonito que não parava de me encarar e comecei a pensar em falar com ele.

"Então tá. Vou ficar apenas 30 minutos e depois volto para casa."- desisti de pensar na desculpa.

"Ótimo! Toma esse copo com bebida aqui. Ele vai fazer você se soltar mais. Está muito tímida para o meu gosto."- me entregou um recipiente com um líquido que nunca tinha bebido.

Não queria pegar, pois sabia que não era o certo, mas peguei do mesmo jeito e tomei ele de uma vez só. Era um gosto horrível, mas decidi pedir mais um e tomei novamente. Já não me sentia cem por cento bem igual estava como cheguei, mas quando pensei na minha avó senti vontade de chorar e por esse motivo peguei mais um copo.

Antes que pegasse o quarto copo, vi aquele menino vindo na minha direção e não sabia como reagir a tal situação. Quando eu ia começar a fugir dali, ele começou a tentar conversar. Percebi que aquilo não era para mim e sai da casa, mesmo quase capotando várias vezes. Peguei o carro e dirigi lentamente, pois ainda conseguia raciocinar no fato de bater com o carro por ter ingerido álcool.

Olhei no relógio e vi que tinha ficado 46 minutos na festa. Cheguei em casa e me joguei na cama, pois estava cansada.

Quando acordei já era de manhã e sentia a minha cabeça doer. Além de ficar muito enjoada.

Tomei um banho para tentar disfarçar minha aparência de cansada e enjoada. Tomei meu café e parece que meus pais não perceberam o meu estado.

Depois do café recebi uma mensagem de Rose perguntando se eu queria ir na balada com ela. Ela disse que como iríamos começar a ter aulas na faculdade, deveríamos sair mais algumas vezes.

Um defeito nela é que mesmo sabendo que eu não gosto desse tipo de coisa ela continua me chamando para sair para esses lugares. Isso me tira do sério.

Eu disse que ia, pois assim poderia usar a desculpa de ir na casa da Rose para não ter que ir na igreja.

Como ainda estava cansada, fui dormir, pois amanhã eu teria que ter energias.

Nota da autora: Mais um capítulo e esse foi bemmm mais comprido! Espero que tenham gostado dele. Um aviso é que eu não tenho data específica para postar os capítulos, mas quando puder vou escrever algo para vocês! Fiquem com Deus! Bjs! ^_^

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