Minha Luz... Se recusa a Brilhar...

"A Corrente foi Quebrada..."

Eu estava lá, sozinho com correntes me impedindo de fugir...

Estava com o rosto cheio de lágrimas, estava cansado daquilo tudo...

quando eu resolvi olhar para a Luz...

Eu olhei para a Luz e vi  algo, uma silhueta, era diferente de tudo que eu vi antes, cocei meus olhos, estava incrédulo, era uma moça...

Ela me olhou, seus olhos impactantes penetraram o fundo da minha vazia alma, seus lábios se moviam, ao soar um belo som da sua voz, uma simples palavra me foi audível.

— Oi

Sem crer que aquilo era real, ou só minha mente zombando de mim novamente, eu respondo da forma mais fria e sincera possível.

— Olá.

Ela me olhou de cima a baixo, mas não com um olhar crítico, mas sim com um olhar sincero e preocupado, sua doce e acalentadora voz ressoou novamente.

— Tudo bem? Por que não saí dai? e vem para luz?

Sem forças, grito, solto toda a minha raiva que outrora vivia presa em meu corpo, com muita raiva e com meus olhos lacrimejando, digo, de uma vez e desabo, simples palavras, mas enormes dores foram liberadas naquele momento.

— Não tem como! Eu já tentei...

Segundos que pareciam eternos se passaram, ela perecia selecionar o que dizer, então ela move seus lábios, sorri, e olha novamente com seus  penetrantes olhos brilhosos como o sol para os meus azuis e molhados olhos sem cor.

— Não chore vou te ajudar...

Ela então se aproxima, vejo seu brilho dourado se aproximar da enorme escuridão, que consumia toda a felicidade de quem entrava, era loucura enfrentar o escuro, ventanias fortes de palavras desmotivadoras sopraram em vossa direção, ela parece não se afetar com o que ouvia, coisas duras, que ela mesma pensava de si mesma, mas naquele momento nada parecia importar, ela caminhava diretamente até mim, ela estava distante, e a cada passo sentia sua luz se aproximar de mim, era esse o calor que aquece?

Quando ela finalmente chegou até mim, as brisas pararam, o silêncio interminável do vazio tomava conta daquele lugar, ela sorria para mim, ela parecia como um fogo numa floresta escura e fria, ela aquecia e afastava as tristezas, ela sorria, um sorriso constante havia em seu rosto, ela realmente estava feliz em estar aqui comigo, ela fica mais próxima, os olhamos nos olhos um do outro, sinto minha ausência de cor se transformou num carmesim claro, talvez um rosa, eu estava tenso em sua presença.  

Ela estende sua mão, a seguro, naquele instante parecia que era só nós dois contra o mundo, olhamos para o nosso objetivo, sair da escuridão, sentimos os ventos ficarem mais fortes, era uma tempestade á caminho, resolvemos correr, ventanias fortes tentavam nos prender, mas lutamos com todas as nossas forças contra os ventos que levavam com si palavras duras, afiadas que cortavam e nos causava feridas fundas, continuávamos a correr, não poderíamos de forma alguma soltar a mão um do outro, estavam juntos, e essa ligação que criamos era o que nos levaria embora desse lugar horrível.

Chegamos no fim, onde separava a luz e a escuridão, quando estava prestes a fugir a corrente me puxou de volta, nossas mãos se soltam, sou puxado para trás, toda minha luta, todo meu esforço parecia em vão, mas, ela estava decidida a não me abandonar, com todas suas forças segurou a minha mão e lutou contra a corrente, e a muito custo escuto um som de algo de quebrar, sou puxado para o lado de fora.

Finalmente eu estava livre... Porque A Corrente foi Quebrada...

Ela estava cansada, essa luta foi exaustante para ambos, mas desistir não era uma opção, ela segurou meu braço, e sorri para mim, seu sorriso brilhava como o mais belo sol ao entardecer de um dia ensolarado, seu brilho era contagiante.

Naquele momento eu pude sentir a luz novamente, parecia que meus cacos estavam juntos de novo, eu não era mais uma lâmpada quebrada, eu estava inteiro...

Alegre a puxo para um abraço, seu toque tirava todo o frio dentro de mim, a abraço forte, eu estava muito grato e emocionado.

— Muito Obrigado!

Ela parecia envergonhada, com um sorriso bobo no rosto demostrou que estava feliz também.
— D-de nada...

Agora eu estava novamente na luz, eu podia sentir tudo novamente, eu  poderia imaginar de tudo e podia ser tudo, eu poderia fazer o que quiser, ser o que o quiser...

Mas... mesmo assim...
Minha Luz... se recusa a Brilhar...

(Igor Deni Pereira Porto)