capítulo 6

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Antes de descer dei mais uma olhada em Guto que continuava a dormir, segui em direção as escadas escutando a gritaria aumentar, ao chegar no andar inferior a gritaria rolava solta.

— Que barulho todo é esse? — falei enquanto descia a escada.

— Essa perua louca veio aqui invadindo a minha casa, junto com o restante dá facção dela — Falou minha mãe, apontando para Maísa, Alberto e Lívia 

— Me respeita sua destrambelhada — respondeu Maísa.

— Você está na minha casa, eu nunca fui para a sua casa te xingar sua capivara loira. Eu quero que vocês saiam dá minha casa agora, se não vou dar parte na polícia por invasão de propriedade.

— Olha aqui senhora, não fale desse modo com a minha mãe, temos todos os direitos de tentar conhecer o meu sobrinho e eles o neto — Falou Lívia apontando o dedo para a minha mãe.

— Tira o seu dedo imundo dá minha cara senão eu vou quebrar ele — minha mãe estava brava.

— Eu já não disse para vocês que meu filho não tem o seu sangue? — falei cruzando meus braços olhando para eles, Alberto estava de cadeira de rodas o que me surpreendeu — Por que insistem em me atormentar? Não chega os problemas do passado que me causaram? Maísa eu não entendo o motivo de você invadir a casa dos meus pais, para tentar ver o meu filho, se eu me lembro bem, eu não era um garoto adequado para o seu filho — eu estava me irritando com a presença deles em minha casa.

— Eduardo, eu te amo como meu filho, sempre desejei que você e o Diego se resolvesse, depois que sofri o acidente, eu só penso em morrer, mas eu descobri que eu posso ter um neto, por favor me dá uma chance de conhecer ele. Eu te imploro — Falou Alberto com os olhos marejados.

— Não posso te ajudar nesta questão Alberto — cruzei os braços frente ao corpo — Acho que você deveria pedir isso ao seu filho não acha? Não tenho obrigação de dar um neto a você — arqueei uma sobrancelha — Até porque nem tenho como, não sou seu parente.

— Eduardo eu — o interrompi.

— Alberto, eu sempre gostei e respeitei muito você, mas eu estou protegendo a minha família e no momento, eles são os meus pais e o meu filho — Falei me aproximando do senhor na cadeira de rodas.

— Eu sou um homem velho, eu já desisti de viver, só me deixa o ver uma vez, só por um minuto, eu te imploro, rapaz — Alberto, pegou minhas mãos, fiquei encarando os olhos azuis, sendo dá mesma cor do meu filho e do cretino do outro pai,

Lembrei dos momentos felizes que passei com Diego e como o senhor de cadeira de rodas sempre nos ajudou e aconselhou no relacionamento do seu filho mais velho.

— Papai? — aquela voz inocente, vinha do alto da escada onde todos olhamos e ali estava meu menino sonolento coçando os olhinhos que acabara de acordar, ele desceu as escadas com cuidado que sempre peço — Quem são eles papai? — perguntou ele curioso, olhei para as pessoas a minha frente, eles estavam com os olhos vidrados em Guto com lágrimas nos olhos.

— Guto vem cá um pouquinho — chamei ele sem sair da frente de Alberto que olhava meu filho com um sorriso e os olhos brilhando. Guto veio sem hesitar, peguei sentando-o em uma de minhas pernas — Amor esse aqui é Alberto um amigo do papai — falei passando a mão em seus cabelos que estavam bagunçados.

Poque ele tá! Sentado nessa cadela? — perguntou ele colocando seu rosto em meu pescoço.

— Lembra aquela vez que estávamos no parque e você viu um garotinho que também estava em uma cadeira assim? — falei e ele me olhou afirmando com a cabeça — Lembra que o papai disse que ele estava nela porque ele estava dodói, então o tio Alberto também está — falei com ele que olhou de mim para Alberto que o olhava encantado.

— Oi! — falou ele com a voz trêmula pelo choro contido.

— Oi! — Guto respondeu sorrindo.

— Quantos anos você tem? — perguntou Alberto sorrindo para ele.

— Tenho 4 anos — respondeu ele mostrando os dedinhos indicando sua idade.

— Posso te dar um abraço? — perguntou ele. Guto me olhou confuso eu afirmei com a cabeça encorajando ele que andou até chegar mais perto de Alberto que pegou no colo e o abraçou chorando. Guto olhou para ele e deu um beijo em sua bochecha.

— Não chora tio, meu papai sempre dá beijinhos em mim, para eu parar de chorar — falou ele sorrindo, peguei ele do colo de Alberto que ficou me olhando.

— Filho sua avó fez um bolo de chocolate do jeitinho que você gosta, vai lá com ela na cozinha vai — soltei ele no chão que foi até minha mãe pegando na sua mão saindo da sala — É o máximo que posso fazer por você Alberto.

— Não tenho dúvidas, ele é meu neto — falou ele olhando para onde Guto tinha ido com minha mãe.

— Mesmo se fosse, não quero que ele tenha contato com sua família — falei voltando a minha postura rígida.

— Por favor não me tire esse direito, você estaria me devolvendo a vontade de viver novamente, não tire meu neto de mim — pediu ele chorando, ver um homem como Alberto chorar era raro, mas ali estava ele não ligando para os presentes na sala e demonstrando o quanto queria Guto em sua vida.

— Por favor Eduardo — Maísa se pronunciou depois de um tempo, calada.

— Preciso pensar, mas se algum de vocês abrir a boca para dizer a Diego eu juro que essa foi a última vez que falaram comigo e viram Guto entendido? — Falei frio. Eles me olharam espantados, mas afirmaram com a cabeça.

Reencontro De Um Amor Vol.1 CONCLUIDO DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora