Capítulo Cinco - Catherine, Amarílis

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O casamento de Catherine era hoje. Não sei como ela conseguiu arrumar um marido, sempre foi fria e dava impressão que nunca poderia amar alguém de verdade. O seu noivo Hiresh era indiano, mas não praticava a religião de sua família, então o casamento deles iriam ser um típico cristão. Vestido branco, o reverendo, arroz e carro com latinhas.

Resolveram se casar na mansão Cooper, é claro, os convidados se sentiram honrados em estar lá no casamento da segunda Cooper. Gente rica, falsa e bem-vestida conversavam e bebiam champagne esperando até que a cerimonia começasse, todos espalhados pelo belo jardim que a mansão tinha. Logo trataram de irem para seus lugares, eu estava ainda no meu quarto, os observando. Catherine estavam tendo um ataque de loucura no quarto ao lado, por algum motivo bisonho ela me colocou como dama de honra também. Cierra odiou a ideia, disse que eu não tinha perfil e ficaria alada no meio delas. Eu não queria ser dama de honra, não queria colocar aquele vestido rosa choque, mas acabei aceitando. Catherine decidiu colocar as quatro irmãs como madrinhas – eu fui excluída do pacote irmãs – Chantal, minha única aliada fez maior guerra:

— Se a Bettanya não for incluída como madrinha eu me assumo na hora do discurso! - Chantageou Sra. Cooper, que com o risco de uma coisa dessas sobre sua família ir ao público deixou-a louca. Então fez com que eu fosse madrinha. Tive que aceitar.

Hiresh é um cara legal, ele trabalhava em uma das melhores advocacias do país e tinha um ótimo humor, resumindo ele é o inverso de Catherine. Os opostos deve realmente se atrair.

— Bettanya tá na hora – disse a moça que organizava o casamento.

Tentando andar naquela embalagem de bombom fui até a sala de visitas onde estavam as madrinhas e padrinhos. Carter estava agarrada com seu segundo marido Taylor, Cindy paquerava o sobrinho mais velho de Hiresh, Jahan, e que no caso seria o par de Chantal e Cierra conversava com Josh – o par verdadeiro de Cindy – e seu par… Marco Jones. Eu já mencionei o quanto Cierra é vadia?
— Jéssica... - chamei a organizadora de casamentos. Ela levou os olhos e balançou a cabeça insinuando que eu continuasse – Com quem vou entrar?
— Com o irmão mais novo de Hiresh, é aquele ali perto da janela.
— Ah... Okay.

Nunca ouvi falar que Hiresh tinha um irmão mais novo, quem sabe ele fosse a ovelha negra como eu. Porque também, ele era o único isolado dali.

— Você é o irmão do Hiresh? - perguntei acanhada. Realmente odeio socializar.

— Não nos chame de irmão – aquela voz não me era estranha.

O rapaz virou-se: o rosto comprido, os olhos pequenos e brilhantes, os lábios finos. Esboçou um sorriso de satisfação. 

— TOM? Tom Black? O que... você?!... ãn?

Ele começou a rir.

— Você precisava ver sua cara Bett... - continuou a rir, ele quando ria adquiria um tom rosado - Quando Hiresh me disse que eu seria o par da irmã mais nova de Catherine eu resolvi aceitar a proposta. Só porque queria ver sua reação.

— Idiota.

— Vai ser divertido, os dois rejeitados da família. Os convidados vão ficar de queixo caido ao ver que somos padrinhos. Pode apostar!

Dei de ombros.

Cierra nos encarava com uma expressão de demônio, parecia que nos devoraria apenas com o olhar. Por que ela me odiava tanto? Nunca fiz nada a ela. Só por que eu era bastarda?

— A gente agora vai ser tipo cunhados de sei lá quantos graus. Se existe isso.

— Você não parece ser indiano... Sinceramente.

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