Toda boa história tem um lado macabro!
Por que nosso Folclore também não pode ter?
Leia histórias super conhecidas e populares num ponto de vista tétrico e mórbido.
O lado TERROR de O negrinho do pastoreio, Chupacabras, A Pisadeira, Corpo Seco e Bo...
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Não sou nada supersticioso, nunca fui e até achei um pouco ridículo o fato de algumas pessoas acreditarem em lendas urbanas absurdas que parecem ser tiradas de um terrível e abissalmente tolo livro de histórias de terror infantis. Nunca tive medo, afinal, eu mesmo é quem botava medo em alguns garotos mais novos, grande e musculoso, fruto de anos e anos de academia e alguns suplementos para ajudar no desempenho, e mesmo assim ainda não consigo superar uma espécie de trauma que passei, algo que me faz me sentir tão ridículo e amedrontado ao mesmo tempo, não contei para ninguém até neste momento.
Tudo começou em um jantar de final de ano, geralmente nestes jantares minha avó se junta com minha mãe e elas fazem um verdadeiro banquete para comemorar o ano novo, isso aconteceu quando eu havia acabado de completar vinte anos, para completar a parte boa, minhas tias trazem algo para complementar a ceia, e como sempre a gente se empanturra de tanto comer, em seguida vamos para a sacada e assistimos a tradicional queima de fogos. E naquele dia não foi diferente.
Após uma intensa algazarra com meus primos, ceamos onde eu comi exageradamente, realmente neste dia eu mesmo não acreditei na minha gula excessiva. Logo o abuso em champanhe misturado À cerveja bateu forte na cabeça e a tontura forte me obrigou a ir para cama mais cedo. Morávamos em uma espécie de chalé, meu quarto acabou sendo escolhido por mim exatamente no sótão, na época parecia que me traria um pouco de liberdade, sem mencionar que o sótão geralmente parece ser algo a parte da casa, como se fosse outra casa. Pode parecer bobagem agora, mas na época era o máximo e eu me sentia quase emancipado tendo meu quarto tão longe do restante da casa, isolado e meio aos meus jogos, filme, livros e os barulhos que faziam ao lado de fora do teto tão próximo de mim.
Naquela noite deixei a escada que ligava ao sótão cair até ao chão e subi me arrastando sobre ela, estava tão mal por conta dador de cabeça e ainda minha barriga parecia pesar o dobro que normalmente pesava, realmente havia comido demais. Nada melhor que uma noite de sono para amanhecer no outro dia totalmente livre daqueles sintomas. E foi exatamente o que fiz, a escuridão do quarto me fazia sentir melhor.
Acredito que havia dormido uma eternidade, sentia meu corpo doer. Pesado e estranhamente fora de mim, algo estava muito errado. Porém meus olhos pareciam duas enormes bigornas forçando as pálpebras a se fecharem lentamente e sonolentamente. Vejo a escuridão adentrar meus olhos de um modo ligeiramente gentil. Ainda que minha barriga pesasse como se eu engolisse tijolos, o sono não tardou e isto não o impediu de me pegar.
Quando acordo eu tenha uma sensação de estranheza, aquela velha confusão onde a gente não sabe se dormiu por uma hora ou por um dia inteiro, se ainda é o mesmo dia ou se já amanheceu o dia seguinte. Estava perdido nos meus lençóis e minha boca se contorcia num salgado de ânsias e náuseas que me obrigavam a levantar-me e tomar água. Foi aqui que o meu horror começou.
Fico observando meu corpo estirado na cama enquanto penso em levantar, algo está fora do lugar, e meu cérebro parecia estar sonolento demais para tentar decifrar aquele enigma. Mas parecia que eu havia sido cimentado na minha própria cama, a única coisa que eu conseguia sentir era um leve formigamento dentro dos ossos, nem mesmo o clima era possível sentir, não sabia se estava frio ou calor. Vejo que minha barriga esta descoberta, não sem o cobertor, mas a minha camiseta estava levantada e observo que a barriga está se contorcendo, sim, como se houvesse algo vivo dentro dela, isto eu podia sentir completamente, era como se houvesse um animal dentro de mim, pulando de um lado para o outro saltando e dando pinotes, era uma dor suportável, mas a sensação estranha era o suficiente para deixar os fios da minha nuca eriçados de pavor. O que estava acontecendo ali era algo terrível e macabro!
Meu corpo imóvel, minha barriga mexendo como nunca, e agora mesmo eu acreditando que tudo era um grande sonho mirabolante, eu iria acordar logo, tudo parecia real demais. Foi dentre deste balão de incertezas que aconteceu a coisa mais tétrica e memorável da minha vida, virei os olhos para tentar analisar o quarto e lá estava aquilo!
Parecia ser uma mulher, mas era grande demais para ser uma mulher, parecia ser um ser humano, mas ao mesmo tempo seu corpo esguio lhe fazia parecer algo de outro mundo, seu rosto ainda oculto pelas sombras trazia uma agonia de medo, aquela paralisia não me permitia sentir nada, além da barriga viva, mas o pavor estava dentro da minha cabeça e diante de meus olhos. Então com um passo a frente seu rosto foi revelado, seus cabelos esvoaçavam e eram grudados num enorme nós, emaranhado sem fim, seu rosto lembrava o de uma bruxa de contos infantis, mas aquilo era arrepiante o suficiente para eu sentir minhas calças serem molhadas de pavor. As vestes daquela mulher eram negras como o próprio demônio deveria ter pintando, me recordo então de uma velha história contada por meus avós, de uma velha e fúnebre que vinha pisar em sua barriga caso comesse demais e fosse deitar, mas não era o caso, não poderia ser real uma coisa tão ridícula, que até então parecia ser coisa de pais contarem para seus filhos não dormirem de estômago cheio demais e correrem o risco de te ruma indigestão. Mas ela estava ali, ela esteve no meu quarto, ela estava ali, a pisadeira me visitou!
Mesmo que tudo fizesse sentido, ainda me fazia de forte e não iria me dobrar diante de uma lenda mal criada, e foi isto o meu pior erro, a mulher ameaçadoramente começou a caminhar em minha direção, como queria poder gritar por ajuda! Pude sentir ainda que um tanto longe um cheiro horrível de coisa podre, e foi quando ela subiu na cama que pude sentir meu estomago revirar-se em náuseas, seus pés eram grudentos, havia algo ali que lembrava lodo, suas unhas eram longas e pareciam afiadas, então consumou o fato, sem pensar mais pisou sobre minha barriga com uma força abissal. Mas não fez mais nada, além disso, apenas olhou para mim para me ver sentir a dor, parecia estar se divertindo com a situação, então mais uma vez pisou com muita força, e assim foi fazendo com intervalos longos, eu me revirava inteiro por dentro diante daquela dor, dilacerante, como socos na boca do estômago, aquela criatura então riu num barulho estranho e agarrou meu pescoço, foi exatamente nesse momento que senti ser estapeado sem dó, gritei desesperado, porém desta vez minha voz saiu, bem ali de frente para mim estava minha mãe dando tapas na minha cara, mas não estava dormindo, tampouco sonhando, eu estava de olhos abertos sentindo uma dor dilacerante no estômago, ela esteve la... Eu juro que ela esteve!